O Polêmico Caso Paciência - O Relatório de Irene Granchi

Caso com diversos efeitos fisiológicos na testemunha, envolvendo criaturas de aspecto bizarro, ocorrido em Paciência, Rio de Janeiro.
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Página 4 - Efeitos Fisiológicos e Exames Médicos


Página 5 - Relatório de Irene Granchi


Página 6 - Galeria de Imagens do Caso


Por Irene Granchi (in memoriam)

Sumário:


 

 


Em Ufologia, honestidade é tudo. Ao copiar material deste site cite a fonte, assim como fazemos em nosso site. Obrigado!

 

Introdução

Este caso, do tipo CE IV, para usar um ponto além da classificação idealizada pelo Prof. J. Allen Hynek, isto é, encontro próximo acrescentado a sequestro, foi noticiado pela imprensa através de "O Dia" de 4 de outubro de 1977.

Eu fui apurar a verdade dos fatos procurando primeiro a psicóloga da companhia pela qual Antônio Bogado La Rubia trabalhava. A linha corre entre Campo Grande e o Rio. Falei com ela primeiro pelo telefone, no dia 6 de outubro. Tinha achado muita dificuldade em localizá-la, pois o número da companhia não constava do catálogo. Uma das primeiras informações que esta senhora, a Dra. Neli, me deu foi de que ela não acreditava em OVNIs, e prometeu me dar suas explicações para isto. Ela, na época, selecionava o pessoal para companhia "Oriental", a mais prospera do Grande Rio. Ela me esclareceu logo que Antônio tinha se apresentado inchado, sofrendo de desarranjo intestinal forte e vômitos, porém ela não pensava que isto fosse devido a envenenamento por irradiação, como eu sugeri na hora. Mas ela não tinha se preocupado em mandar fazer tais testes em tal sentido. Ela estava perplexa perante este caso. Marcamos um encontro no sábado de manhã, no seu consultório, em Campo Grande.

Uma amiga minha e colega de pesquisa de longa data, Pamela Talbot, me deu carona e chegamos lá um pouco depois das nove. Logo que a psicóloga entrou, ela fez questão de frisar estar interessada em manter o elevado espírito de Antônio, pois ele tinha que readquirir seu equilíbrio emocional e portanto ela deveria evitar todo e qualquer sensacionalismo em torno de sua vida.

Ela estava satisfeita em poder comunicar-nos que Antônio tinha passado satisfatoriamente pela primeira série de testes psicológicos, respondendo acertadamente 20 das 21 questões.

Tinha-lhe sido, inclusive, aplicado o teste Rorschach com sucesso e ela pretendia terminar suas experiências com ele na semana seguinte.

Apesar de seu diagnóstico ainda não estar completo, sua impressão era, sem dúvida, de que o homem estava normal. Ele possui um Q.I. muito alto, e é cumpridor de seus deveres . A Dra. Neli confirmou que ele tinha tido febre bem alta. A primeira vez em que ela o viu, 4 dias depois do acontecimento, Antônio estava despido, inchado, com uma erupção de brotoeja cobrindo-o inteiramente, e arranhões, que ele disse terem sido provocados por ele mesmo, por causa da coceira. Ele não estava deixando que ninguém o tocasse ou tentasse vesti-lo.

Ela confirmou que ele tinha vomitado muito e estava com o intestino solto. Afinal ela conseguira persuadi-lo à vestir-se, e depois ele melhorara gradativamente . Sua sede era ilimitada, sua boca ainda estava ardendo. Os hematomas se apresentavam com pequenas erupções nas juntas e no pescoço. Agora ele já tinha melhorado, e sua pele estava limpa, contudo seu estado de nervos anda requeria muitos cuidados. Mas já estava muito menos nervoso de que anteriormente, pois quando a Dra. Neli o tinha visto pela primeira vez, ele chorava feito uma criança, e inspirava piedade.

Ela sentira muita pena dele, com a família a sustentar e a mãe doente. A Dra. já tinha se comunicado com ele depois do nosso telefonema, para saber se ele iria me receber, mas ele recusara, dizendo que estava cansado de estar repetindo a mesma história ; só me receberia dali a algum tempo.

Depois de ter deixado a enfermaria da companhia de ônibus, a conselho dos colegas, e vendo-o com febre alta, ela o encaminhou para o Hospital "Rocha Faria". Os médicos declararam para a Dra. Neli que este não era o primeiro caso de vítima de UFOs a vir a suas mãos, e que seu caso era um tanto delicado; acrescentaram que, em alguns destes casos, os pacientes tinham se tornado loucos.

A Dra. Neli nos dera um breve relato da história de seu paciente, descrevendo a aparência física de seus captores em detalhe, e até fazendo em nossa presença um esboço, não assinado, de um dos "bonecos" ou "robôs", que mais tais tarde eu tivera oportunidade de comparar com os feitos pelo Antônio, e estavam ligeiramente diferentes. O que demonstraria que até os psicólogos pode ser movidos subjetivamente por seus conceitos pessoais. Mas, de maneira geral, o que ela me disse serviu para confirmar o relato do jornal. Eu notei que ela estava muito mais impressionada pela história de Antônio do que ela teria desejado aparentar. Ela me pediu para não contar nada sobre nossa visita, caso eu fosse visitá-lo, o que estava ainda nas minhas intenções.

Seguimos então até Paciência, e levamos algum tempo para chegar até a casa de Antônio, passando por ruas lamacentas e cheias de buracos. Encontramos a casa fechada, e descobrimos por um vizinho dele, que ele estava hospedado na casa do sogro, no centro de Paciência, alguns quilômetros distante, e isso nos fez voltar para lá. O vizinho apontou para o campo onde o avistamento do OVNI tinha ocorrido, e nós paramos lá, pois era caminho. É um campo muito grande, grande demais para ser examinado atentamente àquela hora. A grama era rasteira e não havia sinais de pouso visíveis. Havia crianças brincando, e elas não nos estavam olhando com muita simpatia. A região não é das mais seguras, e duas mulheres sozinhas, mesmo de dia, não ficavam bem naquela paisagem.

Aproveitei uns breves momentos para tirar duas ou três fotos do campo e suas imediações. Estes eram interessantes: na extremidade de uma larga planície, havia uns morros no campo, na base do qual corriam as linhas de força de Furnas, que fornecem eletricidade ao Rio de Janeiro, e que tantas vezes aparecem em meus relatórios anteriores, pois é sabido que os OVNIs tem especial predileção em se aproximar e sugar energia dos nossos transformadores. Fora disto a vista era deserta, havendo apenas umas poucas casas e estradas cruzando os loteamentos. Nós finalmente descobrimos a atual residência de Antônio, um apartamento num sobrado, onde encontramos uma família muito agradável, simpática, que conseguiu com que Antônio saísse de seu quarto para vir me conhecer. Ele é um homem bem-apessoado, de boa constituição muscular, queimado do sol, olhos azuis, cabelos castanhos-escuros. Tem voz ressonante e parece ser bem equilibrado. Logo Antônio teve receio que eu fosse outra repórter de jornal, e não quis falar. Ele confessou ter se tornado um fumante inveterado depois do fato, fumava um cigarro após o outro. A sede o atormentava o tempo todo, isso mais de 20 dias após sua aventura - a data desta eu apurei somente muito tempo depois. Ele me pediu para não gravar nada da nossa conversa, mas eu procurei enganá-lo: meu gravador estava numa sacola de mão e procurei ligá-lo sem ele notar. Mas demonstrando bastante vivacidade, ele logo notou e me impediu seu uso. Seja dito de passagem, não costumo "trapacear", mas a ocasião era tentadora demais.

Antônio confirmou a crônica dada pelo jornal "O Dia", dizendo porém que os seres não eram pequenos, tinham de fato sua altura, uma vez incluindo as antenas - as cabeças alcançavam altura de seu ombro, e Antônio mede 1,68 m. Vestiam capacetes de metal, em formato de bola de rugby, com uma fita transversal na parte mais larga toda dividida em seções, como espelhinhos, dos quais eram emitidos flashes, faíscas azuis, de uma intensidade variável, que prendiam sua atenção, e eu julguei terem efeito hipnótico. Os seres eram todos revestidos de metal, mas apesar de apresentarem um aspecto de robôs, eles deviam respirar, pois ele observou o movimento do peito, de respiração. Robôs respirando?

Tentei, com minhas perguntas, obter alguma confirmação daquilo que a psicóloga já tinha me relatado, mas sem sucesso, infelizmente. Antônio estava realmente muito cansado, notava-se seu pavor, seu esgotamento, e me pediu se eu quisesse informação do caso para reler o jornal, e que noutro dia, se estivesse passando melhor, me daria o relato completo, mas que não tinha condições disso no momento. Confirmou apenas que tinha visto mas de uma dúzia de seres de cada lado, dentro do disco voador, que era todo cor de prata e azul, e que tinha sido tirado sangue do dedo médio da mão direita dele, como de fato a Dra. Neli já tinha me informado. Mostrei-lhe uma publicação americana, uma tabela de vários tipos de UFOs, num livro editado pelo Congresso dos EUA, em 1968 e ele escolheu o 4-C, reproduzido aqui, dizendo, porém que não era ainda exatamente igual. Cada vez em que eu procurava obter maiores detalhes, ele se esquivava. Apenas confirmou que o silêncio era total, e que a comunicação era feita por uma tela parecida com a de TV, a qual faria parte da própria parede do disco, onde vira um cachorro sendo morto, depois um dos seres sendo morto - neste ponto concordo com a minha amiga que me acompanhava, dizendo que como nós matamos eles, assim eles podem nos matar, ou algo no mesmo sentido. A tela o mostrava também nu, com médicos em volta, exatamente como ocorreria poucos dias depois de sua aventura. Em outra imagem, desta vez vestido, mas ensujando suas calças por falta de retenção intestinal. Isto, afortunadamente ainda não ocorreu, pois ele ainda conseguiu se reter quando realmente adoeceu. Ele esclareceu que, enquanto estava dentro do OVNI, ele se sentia bem, e foi somente mais tarde que sobreveio a reação. Quando ele conseguiu gritar, os robôs tombavam, como se o som de sua voz o atingissem mortalmente.

Foi somente isto que eu consegui obter da boca do Antônio em meu primeiro encontro. Me disse que esperava naquele dia a visita de seu irmão. Me disse que o rádio e a TV estavam à sua procura, mas por enquanto não tinham aceito nada. Na semana seguinte ele teria que voltar a ser examinado pelos médicos.

Alguns dos resultados deste meu primeiro encontro foram bons, outros falhos. Deploro não ter podido entrevistar seus vizinhos, que moram no campo onde se dera o fato. Soube depois que houve realmente pelo menos uma outra testemunha , se não mais. Deploro também ter meu deixado descobrir na hora em que tentara gravar esta primeira entrevista, tão importante. Mas fiquei satisfeita em ter podido confirmar o relato do jornal "O Dia" de uma maneira geral, e de ter obtido a preciosa opinião da psicóloga Dra. Nelli, e também de ter encontrado esse homem em seu "habitat", no círculo de sua família, de surpresa. Deploro ainda o fato de não poder fazer uma investigação mais completa quando ocorre um caso deste importância.

Acho que um teste com um detetor de mentiras, como é de praxe na pesquisa ufológica atual, seria totalmente desnecessário; estava tão aparente o sofrimento e sinceridade em tudo que este homem dizia! Mais tarde poderá eventualmente ser efetuada uma hipnose regressiva, se assim se achar conveniente.

Os detalhes concomitantes que apresentaram algum interesse foram os da apresentação em "tela de TV", que conferia com o caso Peccinetti-Villegas de Mendonza, Argentina, também ocorrido em 1º de setembro, 1968 e onde foi extraído sangue do dedo médio deles - no caso, da mão esquerda, enquanto com Antônio, foi extraído da mão direita. Antônio contou ter achado como numa redoma, e isto corresponde a uma descrição feita por Onilson Pátero, sob hipnose, ao médico Prof. Silvio Lago, em 1974, e corresponde também a outro caso investigado por um renomado ufólogo carioca, onde é vista uma imagem da própria vítima projetada numa tela. Apenas no caso de Antônio La Rubia ele se viu em situações do futuro que realmente se realizaram depois.

Tais fatos nos levam ao discutido problema da mudança do contínuo espaço-tempo, e de certos acontecimentos relacionados à tal transformação com o dos estranhíssimos eventos ocorridos em 25 de abril, de 1977, no Chile.

O cabo Armando Valdés estivera sumido durante 15 minutos depois de ter-se aproximado de um OVNI, se esfumaçando na luz violeta, fato presenciado por seus comandados. Voltou com uma barba crescida de 5 dias, o relógio marcando a data adiantada - 30 de abril. Um lapso de cinco dias! Vamos pensar nisso! No meu primeiro contato com Antônio não consegui mais do que o relatado acima, mas ganhei logo a simpatia e amizade dele. Me prometeu uma visita breve, aqui no Rio. Eu, por minha vez, tentei confortá-lo, assegurando-lhe que a desaventura tida não era a única; existiam muitos outros casos similares, e mostrei-lhe umas ilustrações do livro do casal Jim e Coral Lorezen, que acabara de receber: "Encounters with UFO Occupants".

Antônio La Rubia é um homem de palavra. No meu primeiro encontro, em 8 de outubro de 1977, ele prometeu me visitar em casa logo que melhorasse, me deixando então gravar sua experiência. Ele apareceu no dia 18, acompanhado do irmão Arnaldo, inesperadamente, quase no horário em que eu precisava sair para dar minhas aulas na Cultura Inglesa. Mesmo assim, consegui gravar todo o seu relato durante uns 40 minutos. Ele falava rápido, o que daria uma longa transcrição, e tudo que ele falou estava cheio de sentido. Percebi que ia precisar de outros encontros para poder preencher todas as lacunas que ainda faltavam, e isto ia requerer tempo. Ele se demonstrava menos nervoso, menos tenso do que no primeiro encontro; estava fumando menos, mas ainda sofria de muita sede. Tinha perdido peso. Estava tomando vitaminas e tratando da saúde. Seus modos eram francos e simples, e tinham bons modos. Me contou que suas noites eram muito agitadas, depois do acontecido, e sentia muita necessidade de repouso. Não sonhara com os seres, mas os vê, assim que vê os locais de sua experiência denotando o trauma sofrido.

Eis o relato de Antônio Bogado La Rubia, 33 anos: "Eu me levanto às 2 da manhã, faço minha higiene normal e saio de casa entre 2:15 hs e 2:20 hs. Naquela manhã de quinta feira devia ser próximo de 2:20 hs, pois foi nessa hora em que meu relógio parou. Eu tinha atravessado a rua a caminho do campo próximo à minha casa, quando, chegamos à esquina, parei de repente. (O campo é muito grande e não pequeno, como o jornal escreveu. Nota de Irene Granchi). Eu tive que parar, pois vi um vulto. Achei que fosse o ônibus, vindo me buscar, a companhia onde trabalho as vezes manda buscar os funcionários. Aí vi aquela coisa enorme, como se fosse um chapéu de cor acinzentada, cor de chumbo.

Aí pensei "aquilo é o disco voador de tanto falam". Antônio me disse que o campo está calculado em 70 m de largura e o disco voador abrangia sua largura toda, e até a ultrapassava. Verificou-se depois que não deixara marca alguma no solo, mas estava apoiado nele, bem rente. Ele quis voltar para casa, mas não conseguiu. Naquele momento uma luz azul intensa foi dirigida em cima dele. A luz o iluminou. Ele estava ao lado de um poste de iluminação, e a luz estava tão intensa que podia ser vista em seus mínimos detalhes. "Uma coisa fabulosa", comentou Antônio, e prosseguiu: "Neste momento eu vi três, que as pessoas dizem serem robôs, próximos à mim". Me repetiu a descrição de suas cabeças dizendo que abanda que as atravessava era cheia de "espelhinhos" com duas partes, uma mais azul no fundo e a outra mais branca, no centro. O resto do corpo era mais largo do que o de Antônio, mais troncudo, e desse saíam os braços, bem largos, mas que iam se afinando até ficarem fininhos como um dedo e acabar sem mãos. O corpo era coberto de escamas de alumínio. Indaguei se esta podia ser uma armadura recobrindo o corpo, mas ele discordou, achando que era o próprio corpo deles. O tronco terminava abruptamente, e desse saía, ao centro, uma única perna. Davam a impressão de estarem sentados numa espécie de tamborete. No fim desta perna havia o pé, parecendo um pires emborcado. A luz tinha envolvido Antônio que agora notou haver um ser na sua frente, outro de lado, e outro atrás. A luz, ele conta, era como um vidro invisível (uma redoma) - dentro dela, ele se debatia inutilmente, sem poder se libertar, pois embora seus movimentos estivessem livres, a redoma que o prendia não o deixava escapar. Consciente de tudo, nervoso, mas normal. Um ser segurava, no único dedo, algo parecido com uma seringa, apontado para ele. Os outros três, um idêntico ao outro, se movimentavam, deslizando. Foi assim, sem saber como, que ele foi levado à entrada do disco e para dentro dele, notando apenas um tremor, na hora da aproximação. Mas de que maneira entrou, não sabe contar: encontrou paredes transparentes, e de repente estava num corredor, ainda ladeado por seus captores. Olhou para fora, e viu a praça embaixo, com seus coqueiros, o poste, toda iluminada pela claridade do disco, e se movendo em direção norte. Via-se tudo de dentro para fora, embora externamente o OVNI tivesse aparência fosca. Neste momento, dentro do disco acendeu-se uma luz azul, intensa, provinda do teto, e ele percebeu estar numa sala enorme e redonda. Na saída do teto a luz era azul, mas ela se tornava mais clara na sua descida, espalhada como em chuva embaixo. Às paredes pareciam de alumínio. Havia também um grande número de seres, todos iguais alinhados de um lado e de outro e, dada sua estrutura, pareciam estar sentados em bancos, mas na realidade estavam sentados em suas próprias pernas. Não havia nada na sala, nem móveis, nem adornos, nem máquinas. O pobre Antônio se debatia muito, e afinal conseguiu gritar, dizendo: "O que é que vocês querem? Quem são vocês?". Neste preciso momento, todos caíram, um encima do outro, sem fazer barulho, como bonecos de chumbo. Ao cair, seguraram o topo de suas antenas, o qual se parecia com uma colherzinha de café saindo horizontalmente de sua haste.

Quando estavam (vide fig 2) em posição normal, essa espécie de colher rodopiava tão velozmente, que era impossível segui-la com o olhar. Acendeu-se então, uma luz forte, azul, vinda do teto, os seres voltaram a ficar em pé, mas Antônio não conseguiu mais gritar. Então ele notou o que parecia um "pianinho", denominado assim por ele, por ter "teclas" (vide fig.3). O "pianinho" chegava à altura do peito de Antônio, se apoiava em duas pernas, como um cavalete, e apresentava uma caixa de alumínio atrás, onde um ser, um de cada vez, se aproximava, vindo um de um lado, outro do outro, alternadamente. Introduzia uma "seringa" tirada da cintura, pois todos usavam um cinto em volta do tronco; apertava então uma tecla e cada vez surgia uma imagem diferente na parede do disco, pois nenhuma tela era visível. A imagem era colorida. A sequencia das imagens foi:

1 - Ele mesmo, nu, deitado numa "cama invisível" (levitando?) com as pernas juntas, mas mexendo os braços. Dois seres estavam de lado, focalizando-o com uma luz vinda de uma seringa, examinando seus joelhos, suas pernas, seu peito, sua cabeça. A luz, azulada, não tinha raio, e tornava azul o local no qual se projetava.

2 - Ele se viu, nu, em pé.

3 - Ele se viu em pé, vestido, carregando uma sacola de compras, destas usadas em supermercados, batendo os braços, muito nervoso. Antônio se corrigiu dizendo: "Batendo com um braço, pois o outro estava carregando a bolsa".

4 - Agora apareceu um cavalo e uma carroça. O cavalo estava puxando a carroça, num trote normal, numa estrada de chão, na roça. Apareceu também um carroceiro, de ar tranqüilo, de chapeuzinho de palha, andrajamento, pobre, descalço.

5 - Viu-se uma imagem com uma bola alaranjada, do tamanho de uma bola de futebol, e com Antônio ao lado.

6 - Apareceu agora uma bola do mesmo tamanho, mas azulada ("azulzinho", precisou Antônio), e desta vez tinha ao lado um robô, um ser deles.

7 - Havia um cachorro, querendo pegar um deles, babando muito, grande, muito raivoso, não conseguindo alcançar seu alvo. Deu uns quatro ou cinco latidos. "Nisto, o robô começou a se desmanchar, de cima para baixo, igual mingau". Por incrível que pareça, neste momento, saiu da fila dos robôs da sala, correndo, um deles, e puxando uma seringa, parou na frente do Antônio e, daquela distância, apontou para o cachorro, que, no mesmo instante, ficou azul e se tornou mingau. Antônio se admirou em não ver nenhum raio, somente havia um foco em cima do cachorro, desmanchando-o como fosse geléia, e deve ter morrido.

8 - Apareceu uma fábrica, onde estavam sendo fabricados os discos. Era de grande brancura, enorme, se estendendo ao infinito; viam-se três fileiras de discos. As duas à direita estavam já com os aparelhos quase prontos, enquanto na fileira à esquerda eles estavam ainda no esqueleto, em armação. As carreiras se estendiam a perder de vista. A limpeza era perfeita, tudo era branco. Viam-se milhões dos mesmos seres, todos atarefados, andando, mas não carregavam utensílios, nem aparelhos.

9 - Via-se um trem, parecido com os importados pelo Brasil do Japão, mas não tinha janelas; estava entrando num túnel. Parecia mais fino de que os nossos trens, mas, quanto ao resto, era dividido em vagões como os nossos.

10 - Foi-lhes mostrado agora a imagem de uma avenida larga, parecendo a Avenida Presidente Vargas, entupida de carros, como se fosse a hora do rush, pois estavam quase parados.

Agora Antônio contou como, a um certo ponto, um ser daqueles foi ao centro da sala, tirou uma seringa da cintura, com a mão (o dedo) direito, a passou para a mão (o dedo) esquerdo, e estando a vários metros de distância dele, a apontou para ele. Antônio notou que a seringa estava em rotação, uma rotação tão rápida que sua vista não a podia acompanhar. O braço direito dele se levantou automaticamente, contra sua espontânea vontade. A distância, ele viu a seringa se enchendo de algo vermelho, que ele supôs se seu próprio sangue, pois naquele lugar tudo era branco, prateado e azul e esta foi a única outra cor observada. A seringa se encheu até quase transbordar. Não havia uma transmissão visível do seu sangue, e não sentiu dor alguma. Agora, o ser apontou a seringa para a parede, e, a distância, desenhou três círculos cortados por um L transversal (como mostra a Fig. 4) na parede que funcionava de tela, para imagens. Parece que esta experiência foi intercalada a projeção de imagens.

Após a visão da imagem da rua apinhada de tráfego. Antônio foi expelido do disco, caindo no meio da rua, em frente à Estação de Paciência. Ele tinha sido teletransportado da proximidade da casa dele para uns 3 ou 4 quilômetros de distância, até a Estação de Paciência.

Antônio relata que, embora não se lembre como, ele se achara em pé, na rua Sta. Eugênia (vide Fig. 5) ao lado da estrada de ferro, não sabendo bem do seu paradeiro. Um dos seres ainda estava ao seu lado. Olhou para trás para descobrir onde estava, depois para cima, para o céu, e viu um enorme "balão" subindo. Abaixando seu olhar, constatou que o ser já tinha desaparecido.

Todos os pertences de Antônio ainda estavam juntos dele, até sua sacola que não estivera junto a ele na nave. Olhou para o relógio: marcava 2:20 hs e estava parado.

Perguntei-lhe se soubera de mais alguém que tivesse feito a mesma observação naquela noite, e ele disse, que de fato houve, que morava na proximidade do campo de futebol, mas que era um sujeito bêbado, portanto não merecia confiabilidade. Este dissera, para quem quisesse ouvi-lo, que tinha visto um disco voador naquela noite.

Antônio, para saber a hora certa, perguntou a um homem que estava na estação próxima aguardando trem e soube que a hora era entre 2:50 hs e 2:55 hs. Há um ônibus que passa por lá às 3:10 hs. Teve tempo para pegá-lo, e foi trabalhar , como se nada de anormal tivesse acontecido na vida dele, chegando ainda tempo para a hora de trabalho. Afinal, a "carona" do OVNI serviu para algo! Mas depois da paz e calma que sentira durante a última parte de sua estadia na nave veio a reação, e estava nervoso, se sentindo mal, com dores no corpo todo. Assim mesmo, foi dirigindo seu ônibus, mas desta vez ou outra, sua vista escurecia. Trabalhou o dia todo, ainda no dia seguinte, sexta-feira, mas chegando em casa naquela noite ele se sentiu quebrado, e foi direto para a cama. Começou em cheio a reação: estava bem doente.

A essa altura Antônio relembrou de não ter me contado a respeito de mais uma imagem (seriam então 11 ao todo) onde ele se vira com fumaça saindo pelas costas, e o calor e a dor que estava sentindo justificariam tal imagem. Nas imagens de dentro da nave tinha sido feita uma lista completa de todas as dores que ele sentiria em seguida, incluindo os vômitos, etc. Resolveu não contar nada do acontecido para a mulher, e naquela noite se desenvolveria uma disenteria aguda. Ele estava mal. No sábado estava doente demais para ir trabalhar e perdeu o domingo também.

Foi no domingo a noite que sobreveio a sensação de calor e coceira. Sua esposa lhe fez uma fricção de álcool, que serviu para diminuir um pouco a dor, mas seu corpo estava latejando. Sua cabeça doía sem parar. Na segunda de manhã ele voltou à companhia de ônibus para dizer que não poderia continuar a trabalhar, pois estava achando difícil até respirar. A coceira e o calor pelo corpo estavam piores justamente onde a luz do disco tinha batido diretamente nele. Ele resolveu tirar a roupa, e pediu aos companheiros na garagem da companhia para molhá-la com a mangueira. Mas mesmo essa medida foi insuficiente para lhe aliviar a dor, e, no seu desespero, ele começou a contar sua aventura com o disco voador.

Quando da minha entrevista com ele, 33 dias depois do acontecimento, ele ainda se sentia leve e "vazio" ao andar, como se estivesse para flutuar. Insistia em me falar sobre seu sofrimento com o calor, dizendo que era como se alguém o tivesse jogado numa panela de água fervendo. Quando ainda se achava na garagem da companhia, a enfermeira quis lhe dar uma injeção tranqüilizante, que recusara, com receio de piorar. Começaram a achar que ele tinha enlouquecido, trazendo até cordas para amarrá-lo. Chamaram uma ambulância, e ele foi levado até o hospital. Mas a "loucura" era atribuída ao fato de ser levado ao hospital, ele tinha sido entrevistado pela psicóloga da companhia, Dra. Neli, e fora ela que recomendou-os aos cuidados da enfermeira, por motivo da dor, e não por motivos das explicações. Tanto assim, que ela foi a primeira a me esclarecer que considerava Antônio uma pessoa normal, diagnóstico que ela manteve depois de completados os exames em 13 de outubro.

Os médicos do hospital asseguraram, por sua vez, que Antônio não padeciam de anormalidade nenhuma, e houve um entre eles que revelou ter tido pelo menos mais um caso equivalente. Ele continuou se submetendo a vários exames seguintes, e tomando vitaminas para se recuperar. Durante este tempo foi procurado pelo pesquisador ufológico Dr. Walter Buller, presidente e fundador da SBEDV. Este médico se interessou profundamente pelo caso e fez tudo dentro do seu poder e de sua especialidade para dar assistência ao Antônio. Acabou escrevendo um longo e minucioso relatório, incluindo os diagnósticos médicos, no Boletim nº 121/125 da SBEDV. Foi uma interessante coincidência o fato de que as nossas pesquisas se desenrolaram independentemente. Ele tomou conhecimento da publicação de um resumo desse meu relato pelo Boletim da APRO (Aerial Phenomena Research Organization) da qual sou investigadora de campo. Os dados encontrados em nossas pesquisas independentes conferem, fato raro e importante.

Comentários

O "Caso de Paciência" requer bastante estudo. Este caso não vai agradar aos que preferem pensar que nosso visitantes são todos angelicais, vindos unicamente a salvar a humanidade. De maneira nenhuma excluo os anjos! Acredito, isto sim, que o Universo (os Universos?) obedece a uma esquema fazendo com que o bem e o mal, se equilibram harmoniosamente.

Não há ainda meio de avaliar quanto dano foi causado ao Antônio, mas uma cobaia dos extraterrestres. O tempo dirá as consequências. Mas estou desde já pronta a criticar que um cidadão honesto, trabalhador, pai de família, seja vítima de um ataque de alhures, do desconhecido, e agora ninguém, destes que poderiam ajudá-lo aqui na Terra, o façam. Argumentar que o infortúnio pode atingir qualquer um, e de muitas maneiras, pois ele poderia ter sido assaltado, assassinado, ou morto em acidente, não resiste como argumento. Tais são as ocorrências corriqueiras do nosso mundo, e nós podemos enfrentá-las de um modo ou de outro.

Mas Antônio é o expoente de uma série de sequestros, na maioria dos quais a vítima não divulga seu segredo, ou ainda, a vítima não volta para poder divulgá-la. É típica uma exclamação do Antônio: "Não fosse a dor, que era insuportável, no hospital, eu juro que nunca teria dado um sopro sobre o que me ocorrera!"

Foi sorte do Antônio de ter logo encontrado uma psicóloga, e de ter um passado limpo. No caso de Barra do Piraí, por mim pesquisado há três anos, quando duas operárias foram expostas à luz de um OVNI, uma delas faleceu meses depois de dores e queixas que nunca foram convenientemente diagnosticadas, e a outra sofreu as consequências, e a outra sofreu as consequências daquela exposição forçada a raios desconhecidos durante pelo menos um ano. Eu a visitei e constatei este fato. Anteriormente a esses fatos extenuantes, ambas as mulheres eram fortes e sadias, cumprindo tarefas na fábrica em que trabalhavam.

As similaridades no caso de Antônio La Rubia, comparadas com outras no exterior, são muitas. O primeiro que me veio a mente foi o caso Peccinetti-Villegas, da Argentina, por causa do sangue que lá também foi tirado do dedo médio, mas da mão esquerda, e das imagens mostradas numa espécie de tela de TV. Imagens projetadas na parede do OVNI, usada como se fosse tela de TV, foram utilizadas em outro caso importante, porém confidencial, pesquisado por mim, caso que se refere ao ano de 1969.

Também no avistamento feito pelo Dr. Jonil F. Vieira em 1967, havia também o fenômeno da sensação de flutuar, ou de levitar, durante dias depois de sua experiência a caminho de Miguel Pereira. A aparência escamosa, descrita por Antônio, e aparentada pelos robos da logo relembrar o caso de mundial repercussão de Pascagoula, de dois operários americanos que foram levados dentro um disco voador. Há até um certo "ar de família" entre os robos descritos pelos dois americanos, cujo retrato falado aparece no livro, "Toda a Verdade sobre os Discos Voadores", de Ralph e Judy Blum, e o nosso.

Mas os fatos novos mais significativos deste caso são representados pelas sequencias das imagens projetadas, não pelas próprias imagens, mas pela comunicação que elas queriam transmitir. Qual a mensagem? Qual a comunicação? Eis um problema a ser estudado por muitos cientistas especializados. A solução mais simplória daria a entender que, como nós podemos causar danos a eles, assim eles podem causar-lo à nós. Que existem muitos deles, como existimos muitos aqui. Que eles conhecem o nosso futuro, mas nós não conhecemos o futuro deles. E que eles sabem isolar o ser humano numa redoma de luz, e nós não temos poder para isto. E assim por diante.

Haverá tempo suficiente para refletir sobre todos estes problemas antes de que eles cheguem aqui em número sempre maior... em massa?


Capa de jornal da época noticiando o caso

No menu abaixo, você encontra vários artigos sobre este caso:

O Caso de Paciência
Relatório do Caso de Paciência.

As 14 Projeções
Um dos detalhes mais interessantes deste caso refere-se às misteriosas projeções de imagens a bordo do OVNI.

O Período Pós Abdutivo
O período pós abdutivo caracterizou-se pelo surgimento de efeitos fisiológicos decorrentes do contato.

Efeitos Fisiológicos e Exames Médicos
Conheça detalhadamente os efeitos fisiológicos decorrentes do contato e detalhes sobre os exames médicos realizados.

Relatório de Irene Granchi
Relatório de pesquisa da ufóloga Irene Granchi (CISNE).

Galeria de Imagens do Caso
Galeria de imagens do caso.


Commentics

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Referências:

- Livros
  •  

 


- Boletins
  • B52 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 121-125
  • B53 Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores - Edição 126-128

 


- Artigos de Revistas
  •  

 


- Documentos Oficiais
  •  

 


- Vídeos e Documentários

 


- Sites e Blogs

- Outros
  •