Muito se fala do chamado Triângulo das Bermudas, uma área no mar do Caribe, onde são constantemente registrados fenômenos ufológicos e fatos insólitos. Uma área similar, porém menos conhecida fica no Mar do Japão, sendo conhecido como o Triângulo do Diabo. Ali também ocorrem diversos fenômenos insólitos e ufológicos. Outra região pouco conhecida, mas muito ativa em 1977 foi o chamado Triângulo de Dyfeld, uma área que engloba os vilarejos de Broad Haven e Milford Haven, no País de Gales. Um desses casos envolveu o pouso de um disco voador próximo à Escola Fundamental da vila de Broad Haven, no País de Gales.
Neste artigo:
Introdução
OVNIS no céu e na terra. Carros perseguidos por bolas cor de laranja. Charutos incandescentes pairando sobre escolas. Discos atravessando rochas sólidas e desaparecendo entre portas corrediças. Seres em roupas prateadas e sem rosto atravessando silenciosamente os campos e espiando através das janelas dos chalés. Carros, aparelhos de televisão e rádio misteriosamente enguiçados. Visitas de seres estranhos com sinistros poderes psíquicos. Estes são apenas alguns dos acontecimentos extraordinários que ocorreram e ainda ocorrem com muita frequência. E casos assim ocorrem com frequência no País de Gales.
O jornal local Western Telegraph fez um excelente trabalho de reportagem sobre os eventos quando eles ocorreram, em sua maioria. Um desses casos ocorreu na região de Broad Haven e envolveu alunos de uma escola local. O caso atraiu grande atenção, levando ao local repórteres da imprensa e da televisão inglesa; além de ufólogos de todo do Reino Unido.
Em 1976, ocorreu um aumento na atividade ufológica no País de Gales, o que levou Randall Jones Pugh, pesquisador da Sociedade Britânica de Pesquisa Ufológica, a declarar à imprensa que o país foi tomado por uma inundação de tais incidentes.
Seu diagnóstico foi reforçado na tarde de 4 de fevereiro, quando recebeu um telefonema da mãe de um aluno de uma escola primária próxima, dizendo que seu filho, juntamente com uma dúzia de outras crianças, tinha visto um OVNI naquela tarde, por um período de algumas horas, num terreno próximo à escola, na região de Broad Haven, uma pequena vila e resort à beira-mar no canto sudeste, no litoral oeste do País de Gales.
Os incidentes da escola de Broad Haven, foram os primeiros a alertar o grande público para o fato de que algo extraordinário estava ocorrendo na região.
A primeira aparição ocorreu durante a hora do almoço, quando um grupo de meninos entre nove e onze anos, que estava jogando futebol num campo ao lado da escola, percebeu um objeto desconhecido num campo próximo. Ele aparentemente estava ao nível do solo, parcialmente obscurecido por árvores e arbustos, de maneira que só podiam ver-lhe a parte superior. O que viram, entretanto, foi o suficiente para terem certeza de tratar-se de um OVNI.
Segundo as descrições das crianças, este objeto tinha a forma de dois pratos superpostos com uma espécie de cúpula, tendo janelas ao seu redor. Havia uma luz vermelha no topo, uma porta lateral e emitia um forte zumbido. Perto do objeto havia um ou dois seres, de capacete prateado com orelhas.
As crianças olharam para o objeto por uns vinte minutos. Duas delas foram contar o fato ao diretor, mas ele parece não ter ficado suficientemente convencido para ir averiguá-lo, embora um menino estivesse quase chorando de medo de ser desintegrado.
Às duas horas da tarde elas voltaram para a sala de aula, e tornaram a sair novamente às três e meia. Naturalmente, retornaram imediatamente ao campo para ver se o OVNI ainda estava lá. De início não puderam vê-lo, então tentaram chegar mais perto, embora isso significasse atravessar uma cerca e um córrego.
O OVNI reapareceu subitamente por trás de um matagal, assustando as crianças, que fugiram. Dessa vez relataram que o objeto parecia estar arrastando um outro objeto, de aspecto prateado. E novamente ele desapareceu por trás do matagal.
Muitas das crianças, quando chegaram em casa, falaram a seus pais sobre o incidente. Randall Jones Pugh era um ufólogo conhecido na região e logo foi avisado do incidente. Por volta das dezoito horas ele visitou o local, acompanhado de um dos meninos. Naquela hora, entretanto, chovia muito e havia pouca luz do dia. Então ele retornou na manhã seguinte, com um repórter do Western Telegraph. Entretanto, nenhum sinal da aterrisagem pôde ser encontrado.
Um desses garotos é Dave Davies, que, agora na casa dos 50 anos, passou mais de quatro décadas em busca de respostas.
“Ao longo do dia, crianças chegaram do recreio dizendo que tinham visto um objeto estranho voando ao redor do perímetro da escola. Eu era um cético nato, então, depois que o sinal tocou, decidi ir para a área onde as crianças disseram ter visto“.
Ao chegar ao local ele avistou um objeto discoide, prateado, com uma cúpula superior.
“Minha observação durou apenas alguns segundos. Ele apareceu e depois voltou para trás de uma árvore.”
“O diretor pensou que estava sendo enganado na hora para não sair e dar uma olhada. No fim do dia, o sinal final tocou e pensei em investigar por mim mesmo, então fui até o perímetro superior da escola e o objeto apareceu de trás de algumas árvores. Tinha cerca de 50 pés de comprimento, mais ou menos o tamanho de um ônibus com uma florescência nele.”
“Senti uma vontade incontrolável de fugir do que estava vendo. Dei uma olhada para trás enquanto corria para vê-lo desaparecendo atrás das árvores. Não havia medo algum, era apenas pura admiração e espanto. Era apenas algo que eu sempre pensei como fantasia de ficção científica e, de repente, estou sendo confrontado com isso de verdade.”
As notícias sobre o acontecimento espalharam-se rapidamente, e a pequena aldeia litorânea tornou-se imediatamente o centro das atenções. Na segunda-feira, o diretor da escola perdeu seu ceticismo inicial e separou as crianças, pedindo que desenhassem o que tinham visto. A essa altura, elas já tinham tido muitas oportunidades de discutir o assunto, tanto entre si quanto com os ufólogos e os repórteres: o consenso era de que tinham visto um objeto prateado, em forma de disco, com uma cúpula e possivelmente uma luz.
Dave explicou: “Então, é claro, assim que chegamos à escola, o diretor se aproximou de nós, isolou as crianças que tinham visto o objeto e nos fez desenhar imagens do que vimos e também um relato escrito”.
Foi quase com esses mesmos termos que, duas semanas mais tarde, uma das professoras descreveu um grande objeto que ela avistou no mesmo lugar. Mais tarde, naquele mesmo dia, dois outros adultos, empregadas do refeitório da escola, viram no mesmo local um objeto, em que embarcou uma figura, que subiu um declive. Não pensaram de início que estavam vendo um OVNI, mas que era algum veículo associado aos trabalhos de semeadura que se faziam ali perto.
Dentre os 45 casos descritos detalhadamente em reportagens e entrevistas, temos aqui um punhado de incidentes selecionados.
A 10 de fevereiro, dois meninos de doze anos viram um OVNI em um campo próximo da escola secundária de Haverford-West. Era uma luz azul reluzente, vista a uma distância de aproximadamente 40 metros. Um menino jogou uma pedra no objeto, depois do que, ele partiu; no mesmo momento, um objeto cor de laranja com forma de charuto, de aproximadamente 5 metros de comprimento, corporificou-se abaixo dele. Pairou no ar por um instante e então desapareceu.
A 16 de fevereiro, Graham Howells, um menino de treze anos, de Pembroke Dock, viu um objeto metálico brilhante pairando acima da escola local: esse objeto tinha uma cúpula no meio, era cinza-escuro a maior parte do tempo, mas recebia um brilho branco a cada cinco segundos. Parecia um prato com um ovo frito queimado sobre ele. Marginando o “prato, havia luzes verde-amareladas, semelhantes a “retroprojéteis“. O “prato” parecia girar também… “Tenho certeza de que não era um helicóptero ou um balão“, disse o menino.
A 13 de março, Stephen Taylor, de dezessete anos, viu um OVNI, aproximadamente às nove horas da manhã. Era uma luz incandescente, cercada por uma auréola cor de laranja. Meia hora mais tarde, em um campo, ele viu um OVNI em forma de cúpula, com cerca de 6 metros de altura, e depois uma figura semelhante a um homem alto, vestindo um traje semitransparente e uma espécie de capacete espacial. “Estava com tanto medo“, disse Stephen, “que apenas me virei e corri.”
No dia 7 de abril, Cyril John, de 64 anos, acordou às 4:45 da manhã, incomodado por uma luz cor de laranja que brilhava seu quarto. Vinha da rua. Pela janela, viu que o céu estava cor de laranja.
“Logo ali adiante, vi dois objetos prateados. O primeiro era como um ovo de Páscoa muito grande, com cerca de 1,20 metro de diâmetro, e estava se movendo para a frente e para trás um pouco acima e atrás da chaminé da casa em frente. Vi então uma figura semelhante a um homem, vestida com um traje prateado, a cerca de 12 metros da minha janela. Tinha pelo menos 2 metros de altura e estava parada suspensa à altura do ovo de Páscoa. Pendurada imóvel no céu, com a cabeça para baixo por cerca de 25 minutos. O ovo moveu-se então para cima do nível do chão e desapareceu de lado, bem como a figura“.
A 19 de abril, a sra. Rose Grenville, proprietária do Hotel Haven Fort, foi perturbada às duas horas da madrugada, por um forte zumbido. Um brilho do lado de fora chamou sua atenção: uma luz azulada girando e brilhando. Ela pegou os binóculos e viu um objeto oval parado no chão e, perto dele, duas figuras em roupas plásticas esbranquiçadas’ que aparentemente não tinham rosto.
“Havia luz saindo dela e chamas de todas as cores. Então [as criaturas] saíram dessas chamas, é isso que eu não entendo“, ela disse.
Do aparelho saia tanto calor, que depois ela sentiu ardência em seu rosto. Quando o jornal local publicou o desenho do estereótipo de um ser espacial sugerindo que seria aquilo que ela teria visto, ela escreveu um desmentido indignada.
No local onde o disco esteve pairando ficou uma área de vegetação e solo queimado com 5 centímetros de espessura.
O então deputado por Pembroke, Nicholas Edwards, contatou o Ministério da Defesa após ser “inundado” com avistamentos de OVNIs.
O Tenente de Voo Cowan, um oficial da RAF Brawdy, visitou o hotel da Sra. Granville e examinou o local, mas não conseguiu encontrar nenhuma evidência de pouso.
Ele brincou: “Se um OVNI chegar à Base Aérea da RAF em Brawdy, cobraremos taxas normais de pouso.”
Em seu relatório, ele mencionou a possibilidade de que um “brincalhão local estivesse trabalhando” e a descrição dos alienígenas “se encaixava exatamente no tipo de traje de proteção que teria sido emitido em caso de incêndio em uma das refinarias de petróleo locais“.
Como casos semelhantes eram relatados quase todas as semanas, não é de admirar que, já no dia 17 de fevereiro, o pesquisador Randall Jones Pugh dissesse a um repórter local: “Há algo ocorrendo aqui“.
A 28 de abril, ele declarou no mesmo jornal que estava planejando escrever um livro sobre as aparições. Não há dúvida de que foi estimulado a realizar tal façanha por uma nova série de eventos, ainda mais extraordinários: os incidentes relatados pelos moradores da Fazenda Ripperston.
Apesar de seu tamanho modesto e população de menos de 1.000, Broad Haven foi o ponto focal dos avistamentos ufológicos mais extensos do Reino Unido na década de 1970. A vila registrou cerca de 450 fenômenos inexplicáveis, todos os ocorridos dentro de uma área conhecida como o Triângulo de Broad Heaven.
As testemunhas desses relatos sustentaram seus depoimentos ao longo das décadas.
Dave: “Isso afetou minha escola secundária pelos próximos cinco anos. Eu era o garoto que tinha visto a nave espacial, então isso me tornou alvo de valentões. Fui sistematicamente intimidado por cerca de cinco anos, mas eu não ia dizer que estava mentindo quando estava falando a verdade. Eu adoraria se fôssemos visitados por pessoas de outros planetas“, ele disse. “Uma das coisas das quais sempre me orgulhei é que não tenho preconceito algum porque aceitei, quando tinha 10 anos, que é um pouco difícil ser preconceituoso com alguém… quando temos alienígenas nos visitando. Se você pode aceitar alienígenas, você pode aceitar qualquer coisa.”
Emlyn Williams é investigadora da Swansea UFO Network, que dirige com os colegas Mike Maunder e Steve Drewson. Ela declarou que houve várias sugestões alternativas para o que os meninos viram em 1977. No entanto, ele disse que muitas delas não faziam muito sentido.
“Broad Haven é uma comunidade muito unida, onde a maioria das pessoas se conhece e muitas das crianças são de origem agrícola – isso é importante. Havia um pouco de diferença no que as crianças desenharam, mas todas descreveram uma embarcação de domo com uma cúpula no topo. Alguns meninos até viram alguém andando por aí segurando algum tipo de aparelho. Isso teve um efeito muito grande em algumas das crianças.
Uma explicação apresentada é que o objeto era um caminhão-tanque de esgoto, pois estava perto de uma fazenda de esgoto. No entanto, se um veículo pesado como aquele tivesse entrado naquela área, ele ainda estaria lá agora, pois teria atolado imediatamente em uma área como aquela.
Alguns dos garotos viram algo subindo – isso é incomum. Por causa das árvores, um helicóptero não teria pousado ali e teria sido barulhento. Algumas pessoas acham que poderia ter sido um jato militar que pousou ali, mas, novamente, isso teria sido muito barulhento. Máquinas agrícolas também foram sugeridas, mas, novamente, isso é improvável porque muitos dos garotos eram de origens agrícolas e estavam muito familiarizados com isso.”
O Caso de Broad Heaven tornou-se famoso internacionalmente e até hoje é um dos casos mais interessantes registrados no reino Unido.
Com informações de:
- BROOKESMITH, Peter. O mundo dos discos voadores. Tradução de Carmen Fischer. São Paulo: Círculo do Livro, 1984.
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