O Disco Voador Canadense voou pela primeira vez em 1959
O protótipo Avro Canada VZ-9 Avrocar tinha aparê ncia semelhante ao de um disco voador e voo pela primeira vez em 1959
Neste artigo:
Introdução
Em sua maioria, os fabricantes canadenses produziram os tipos de aeronaves que se esperaria de um país do norte, com vastas áreas selvagens acidentadas, invernos rigorosos e um grande número de pistas de pouso sem melhorias. Aeronaves como o Noorduyn Norseman e o icônico De Havilland Canada DHC-2 Beaver consolidaram o país como um lendário produtor de aviões robustos e capazes, que se adaptam tão bem a esquis ou flutuadores quanto sobre rodas.
Mas nem todos os fabricantes canadenses de aeronaves sempre se encaixaram nesse modelo, muito menos a Avro Canada Corp.
Um Avrocar em exposição no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA em 2010, quando foi exibido em um anexo separado e iluminado com luz natural. [Cortesia: Jason McDowell]
Enquanto outros fabricantes canadenses estavam focados em fazer a manutenção de pistas de pouso remotas e transportar mercadorias para dentro e para fora do norte congelado, a Avro Canada se concentrou em desenvolver coisas como jatos de caça, interceptadores supersônicos, os primeiros aviões a jato do mundo e esta criação incomum, o VZ-9 Avrocar, um veículo experimental a jato, de decolagem e pouso vertical (VTOL).
Uma vista aérea do Avrocar, mostrando a entrada de ar dorsal e o ventilador principal. [Cortesia: Força Aérea dos EUA]
O programa foi inicialmente financiado pelo governo canadense no início da década de 1950 como um estudo sobre o potencial de uma nova categoria de aeronaves supersônicas VTOL. Em pouco tempo, concluiu-se que o custo era muito alto, e o projeto foi abandonado. Mas, a essa altura, a Força Aérea dos EUA já havia percebido e, por fim, forneceu o financiamento necessário para que a Avro Canada construísse e voasse uma aeronave de prova de conceito.
O VZ-9 resultante voou pela primeira vez em 1959. Assemelhando-se a um pequeno disco voador, o Avrocar tinha apenas 18 pés de diâmetro, apenas metade da envergadura de um Cessna 172. Apesar de seu pequeno tamanho, ele era equipado com duas cabines e tinha pesos máximos de decolagem de 5.700 a 7.000 libras, dependendo se era esperado que ele fizesse a transição para o voo para a frente fora ou dentro do efeito solo.
Desenho em corte mostrando o layout interno do Avrocar. [Cortesia: Força Aérea dos EUA]
A potência vinha de três motores a jato Continental J69. Eram do mesmo tipo usado no jato de treinamento Cessna T-37 Tweet e produziam 425 kg de empuxo cada. Acionavam um ventilador central de 1,5 metro de diâmetro, que aspirava o ar da parte superior da fuselagem. O ar era então misturado ao escapamento da turbina e direcionado por dutos, onde era alimentado por bicos de controle nas bordas.
Infelizmente, a falta de estabilidade prejudicou o progresso do Avrocar. A maioria dos voos era feita com cabos, e oscilações imprevisíveis e incontroláveis se mostraram intransponíveis. O Avrocar provou ser tão inerentemente instável que só conseguiu atingir velocidades de 56 km/h e uma altitude de 90 cm.
Uma vista do Avrocar em 2009 com algumas das venezianas abertas. [Cortesia: Jason McDowell]
Mesmo que os engenheiros tivessem resolvido os problemas de estabilidade e controlabilidade, os dutos internos roubavam grande parte da potência do motor. Apesar de muitas mudanças no projeto, o empuxo total emitido pelos bocais de escape não era suficiente para permitir a flutuação fora do efeito solo. O desempenho medíocre e os persistentes problemas de estabilidade acabaram levando ao cancelamento do projeto em 1961.
Embora a recuperação do fracasso de um programa pudesse ter sido possível, a empresa já estava sofrendo com o cancelamento do programa CF-105 Arrow pelo governo canadense, ocorrido apenas dois anos antes. Esses contratempos, somados a outros, acabaram levando a empresa a encerrar completamente as operações em 1962.
O VZ-9 decola — permanecendo firmemente preso ao solo. [Cortesia: Força Aérea dos EUA]
Mas, apesar de ter enfrentado muito mais fracassos do que sucessos no mercado, a visão e a energia demonstradas pela Avro Canada foram notáveis. Afinal, em um período de 16 anos, a empresa empregou 50.000 pessoas e desenvolveu aeronaves que iam de discos voadores a aviões comerciais e interceptadores Mach 2.
Então, enquanto outros fabricantes canadenses de aeronaves podem ser mais lembrados por seus aviões utilitários, a Avro Canada talvez seja mais lembrada como a criança sonhadora e obcecada por ficção científica dos anos 1950 — uma empresa cuja perspicácia empresarial empalidecia em comparação com sua inovação e entusiasmo por conceitos aeroespaciais futuristas e de ponta.
