
O Mistério dos Dropas e os Discos de Bayan Kara-Ula
Você já ouviu falar dos Dropas (ou Dzopas)? Não? Então se prepara, porque essa história parece saída direto de um filme de ficção científica, mas tem sido contada por aí como um dos mistérios mais intrigantes da arqueologia “alternativa”.
Neste artigo:
Introdução
Em meio aos vastos e remotos territórios das montanhas de Baian-Kara-Ula, situadas na fronteira entre a China e o Tibete, um dos relatos mais enigmáticos da arqueologia não oficial começou a ganhar forma no século XX. Trata-se da intrigante história dos Dropas (ou Dzopas) e de estranhos discos de pedra que teriam sido descobertos em cavernas dessa região isolada, despertando o interesse de arqueólogos, ufólogos e teóricos das antigas visitas extraterrestres.
Os misteriosos discos de pedra encontrados na região de Baian-Kara-Ula, na China, nos anos 1930, ainda hoje deixam muita gente de cabelo em pé. Dizem que são de origem extraterrestre, e ninguém sabe exatamente onde estão agora. O mais curioso é que, segundo algumas versões, esses discos teriam sido guardados por séculos pelo povo Dropa, que teria vivido na região. Eles eram baixinhos, frágeis e com feições delicadas — e, do nada, desapareceram no meio do século passado, sem deixar rastros, nem explicações.

A região de Bayan Kara-Ula, próximo da fronteira entre China e Tibete.
Até 1974, o que se sabia sobre esses tais discos vinha apenas de relatos meio perdidos de uma expedição chinesa de 1938, que tinha ido explorar umas tumbas isoladas na região montanhosa de Baian-Kara-Ula. Foi só nesse ano que um europeu, viajando pela China, viu de perto esses estranhos objetos. Na época, falou-se que haviam sido encontrados 716 discos de pedra junto com ossadas de seres pequenos. Esses esqueletos teriam sido levados para Pequim. E foi a partir daí que o boato se espalhou mundo afora, ganhando mais força nos anos 70.
A expedição foi liderada pelo arqueólogo Chi Pu-Tei, que descobriu várias cavernas escondidas, onde havia tumbas com esqueletos de corpos magros e cabeças grandes. Junto deles estavam os tais discos de granito: arredondados, com cerca de um centímetro de espessura, um furo no meio e ranhuras espiraladas saindo do centro — parecidos com discos de vinil antigos.

Em Bayan Kara-Ula foram encontrados 716 discos de pedra, com desenhos e caracteres.
Cinco cientistas da Universidade de Pequim, sob a batuta do professor Tsum Um Nui, começaram a tentar decifrar aqueles símbolos misteriosos. Quando finalmente conseguiram, a universidade proibiu qualquer divulgação dos resultados. Mesmo assim, depois de muita briga, eles conseguiram apresentar as pesquisas dentro do meio acadêmico. E por que tanto sigilo? Porque, segundo os pesquisadores, os discos contavam a história de naves espaciais que teriam vindo à Terra há cerca de 12 mil anos. Essas naves trouxeram um povo chamado Dropa (ou Dzopa), que teria vindo “das nuvens” a bordo de “máquinas voadoras”. Um dos trechos dizia:
“Dez vezes esconderam-se nossos homens, mulheres e crianças nas grutas, até o amanhecer. Então compreendemos, através dos sinais e expressões dos Dropa, que eles não tinham intenção de nos causar dano.”
Os cientistas usaram dados da expedição de 1938, lendas locais e descobertas arqueológicas pra reforçar o que afirmavam. Os moradores da região sempre falaram sobre duas tribos muito antigas, chamadas Dropa e Khams, que viviam isoladas nas montanhas, sem se misturar com ninguém. Eram muito pequenos, com no máximo 1,30 metro, e tinham aparência humana, mas não se aproximavam dos outros povos. Infelizmente, quando os pesquisadores tentaram estudar essas tribos mais a fundo, já era tarde — elas haviam desaparecido completamente.

Muitos desses discos remetiam à povos que vieram do céu.
As cavernas exploradas também tinham desenhos impressionantes nas paredes. Os arqueólogos encontraram gravuras do Sol, da Lua e de todos os nove planetas do nosso sistema solar, com a Terra bem destacada. Para alguns estudiosos, esses desenhos mostravam uma rota de aproximação de naves extraterrestres. E tudo isso batia com os símbolos que apareciam nos discos encontrados.
Lendas da região falam de uma tribo de homenzinhos amarelos, com ombros estreitos, corpos magros e cabeças desproporcionais. Aparentemente, isso combina com os esqueletos encontrados por Pu-Tei. Como eram muito feios, segundo os moradores locais, os nativos teriam tentado expulsá-los e, mais tarde, até os caçado com cavalos, exterminando grande parte deles. Mas o professor Um Nui descobriu algo curioso: em algumas tumbas, havia esqueletos desses seres pequenos ao lado de seres humanos normais. Isso o levou a pensar que talvez, com o tempo, alguns moradores locais tenham se aliado ou convivido com os visitantes.

Os povos que habitam a região atualmente.
Investigação e Ceticismo
A maior resistência veio dos próprios colegas de Um Nui. Eles achavam que os ossos não eram de nenhum povo alienígena, mas de algum tipo de macaco já extinto. Só que Um Nui bateu o pé: se eram apenas macacos, por que foram enterrados com 716 discos de granito cheios de símbolos esculpidos com tanto cuidado? Para ele, os discos eram verdadeiras oferendas funerárias, itens sagrados para a jornada pós-morte.
Em 1962, alguns discos foram enviados para a Academia de Ciências da antiga União Soviética, em Moscou. Depois de limpos com cuidado, foram analisados e revelaram algo impressionante: continham muito cobalto e outras ligas metálicas. E o mais chocante: quando colocados sob um osciloscópio, os discos vibravam como se estivessem carregados eletricamente. Isso levantou a hipótese de que não eram objetos feitos aqui na Terra. Mas, como era de se esperar, a Universidade de Pequim ignorou tudo isso. Um Nui foi ridicularizado e acabou deixando o cargo. Se mudou para o Japão e, por lá, publicou seus estudos em forma de livro. Só que o reconhecimento nunca veio. Desiludido com a ciência, se afastou da vida pública até morrer de doença em 1965.
Em 1972, o historiador e ufólogo Peter Krassa tentou conseguir uma cópia dos estudos diretamente da Academia de Arqueologia de Pequim. Em resposta, recebeu uma carta assinada por um tal Wang-Chung-Su dizendo que:
“…Nunca foram encontrados discos de pedra na China, como o senhor menciona na sua carta (…) e a informação sobre o descobrimento destes em nosso país, em 1938, carece totalmente de fundamento. Tão pouco sabemos qualquer coisa deste tal professor Tsum Um Nui…”

O pesquisador Peter Krassa, que investigou a fundo os Dropas e os discos.
Outros pesquisadores tentaram a mesma coisa e receberam respostas semelhantes. Krassa achava que a Revolução Cultural Chinesa tinha apagado toda e qualquer memória desse caso.
Mas em 1974 surgiu uma pista nova. Um casal austríaco, Ernst Wegerer e sua esposa, visitou o Museu de História de Xian e viu com os próprios olhos um disco que batia com a descrição dos de Bayan-Kara-Ula. Era feito de um material parecido com mármore, tinha cerca de 28 ou 30 cm de diâmetro, com sulcos e um furo central. Mais tarde, viram outro disco idêntico. Os dois tinham inscrições parecidas com hieróglifos ou runas.
A história parecia estar sendo esquecida, até que em 1992 uma informação bombástica veio à tona. Um chinês exilado contou, em segredo, que pelo menos um dos discos foi levado até a Índia em 1945 por um pesquisador inglês que tinha estado nas montanhas nos anos 40. Esse explorador era, na verdade, um professor russo chamado Sergei Lalladorf, que servia ao exército britânico em Mussoorie, no norte da Índia. Ele conseguiu um dos discos, que tinha 23 cm de diâmetro, 5 cm de espessura e pesava 13,5 kg! Ninguém sabia explicar do que era feito ou como o furo central havia sido feito com tanta precisão. Como não conseguiu ligar o objeto a nenhuma cultura conhecida do Oriente, Lalladorf acabou catalogando o disco como “objeto cultural” e deixou por isso mesmo.
De volta à Inglaterra, ele conheceu o professor Karyl Robin-Evans, um cientista natural e ex-oficial escocês super curioso. Quando ouviu falar dos discos, decidiu ir pessoalmente atrás da história. Partiu para Lhasa, no Tibete, e seguiu para a área onde teriam vivido os Dropa. A viagem foi difícil: os carregadores abandonaram o pesquisador, com medo das lendas sobre alienígenas. Mesmo assim, ele seguiu sozinho e, com algum esforço, conquistou a confiança dos moradores locais. Chegaram até a oferecer uma professora pra ensiná-lo a língua da região.
Foi aí que Robin-Evans ouviu algo inacreditável: os ancestrais dos Dropa teriam vindo do sistema estelar de Sírius. Fugindo de uma guerra em seu planeta de origem, eles vieram à Terra. Os discos contavam exatamente essa jornada.
“Prepararam 20 expedições. Uma das naves enviadas de Sírius visitou 13 planetas diferentes sem encontrar seres vivos. Só o terceiro planeta do Sistema Solar estava habitado.”
Segundo alguns estudiosos, sem dúvida, tratava-se da Terra e isso encontra paralelo na cultura dos Dogons, que também afirma que no passado seres vindo do sistema estelar de Sírius teriam vindo à Terra e influenciado o desenvolvimento da humanidade. Inclusive já temos um vídeo sobre os Dogons aqui no canal.
Possibilidades
Em 1994, Peter Krassa voltou à China pra tentar novas investigações. Em Xian, foi recebido pelo diretor do Museu Municipal de História, Wang Shi-ping, e pelo professor Wu. Ambos demonstraram grande interesse no assunto. Mas, ao serem questionados sobre o casal austríaco que tinha visto os discos, disseram não ter nenhuma informação. Nem sabiam onde estavam aquelas peças, que simplesmente sumiram. Disseram que nada parecido tinha sido arquivado no museu.
Krassa achava que os dois pareciam sinceros, mas ainda assim havia algo estranho nas respostas. Para ele, o assunto era sério demais pra ser ignorado. E talvez, só talvez, os misteriosos Dropa e seus discos sejam mesmo a prova de que não estamos — e talvez nunca estivemos — sozinhos por aqui.

Aluns discos contém uma clara alusâo à discos voadores e seres alienígenas.
Para muitos ufólogos, os discos Dropa são mais do que simples objetos arqueológicos – seriam repositórios de conhecimento deixado por visitantes estelares. Os sulcos circulares remetem à ideia de armazenamento de dados, quase como uma versão rudimentar de discos ópticos, com informações codificadas.
Além disso, a forma dos discos lembraria não apenas objetos modernos, mas o design clássico dos UFOs relatados em todo o mundo – redondos, com um núcleo central, às vezes girando em movimento helicoidal.
As inscrições, por sua vez, seriam uma forma de linguagem extraterrestre adaptada aos meios disponíveis na Terra, o que reforçaria a teoria de que esses seres tentaram preservar sua memória ou até mesmo enviar uma mensagem às futuras gerações humanas.
Uma vertente menos sensacionalista, porém igualmente intrigante, considera que os discos possam ser vestígios de uma civilização terrestre desconhecida, que desenvolveu uma escrita simbólica ou criptográfica muito antes das culturas conhecidas.
Nesse sentido, os Dropas seriam descendentes de uma linhagem humana isolada, portadora de saberes esquecidos e tecnologia rudimentar, talvez vítimas de uma catástrofe natural ou perseguição ancestral.
Essa hipótese encontra paralelos em outros mistérios arqueológicos, como os já citados Dogons, os artefatos de Antikythera, os mapas de Piri Reis ou os geoglifos amazônicos, que desafiam a linha cronológica tradicional do desenvolvimento humano.
A história dos Dropas e dos discos de Bayan-Kara-Ula permanece envolta em névoa. É possível que tudo não passe de uma lenda moderna, construída a partir de fragmentos de relatos e da imaginação popular. Também é possível que haja algum fundo de verdade, distorcido ao longo do tempo, ou que pistas reais tenham sido intencionalmente abafadas.
Em qualquer dos casos, o mistério cumpre um papel fundamental: nos obriga a repensar os limites do conhecimento, a desconfiar das verdades oficiais e a manter viva a busca pelo desconhecido. A história dos Dropas não é apenas uma história sobre extraterrestres – é uma história sobre curiosidade, silêncio, e sobre as lacunas que ainda existem na narrativa da civilização humana.
Seja como mito ou como realidade esquecida, os discos de Bayan-Kara-Ula continuam girando na mente de todos aqueles que ousam perguntar: e se for verdade?
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