
A África também registra um número considerável de avistamentos de OVNIs
A semelhança entre as observações misteriosas sobre o Continente Negro e os relatos de outras partes do mundo – especialmente dos EUA – é impressionante.
Neste artigo:
Introdução
A maioria dos relatos de objetos voadores não identificados (OVNIs), para os quais o termo oficial Fenômeno Aéreo Não Identificado (Funossaur) é usado atualmente, vêm dos EUA e de outros países ocidentais industrializados. Por outro lado, também há avistamentos na África. Isso é apontado, entre outros, pelo historiador de tecnologia Tristan Routier, do Ministério do Desenvolvimento Regional de Camarões, que apresentou um estudo abrangente em janeiro deste ano, no qual analisou 276 relatos de OVNIs de 38 países africanos. O primeiro foco foi na distribuição geográfica das observações.
Um em cada três avistamentos de objetos voadores não identificados sobre o Continente Negro foi relatado na África do Sul, e um em cada cinco relatos veio da Argélia e do Marrocos. No último caso, as regiões do Alto Atlas e do Saara estavam super-representadas — certamente por causa dos céus noturnos particularmente escuros e claros. Outros 15% dos avistamentos de OVNIs ocorreram nos estados do Mali, Nigéria e Gana, na África Ocidental. Em contraste, quase não há relatos da África Central e Oriental porque há guerras civis acontecendo lá ou a infraestrutura de comunicação é precária.
De acordo com Routier, houve um aumento acentuado nos avistamentos de OVNIs na África em 1954, antes de novos surtos na década de 1970 e a partir de 2000 — este último resultante do advento da Internet, que permitiu uma melhor documentação dos incidentes.
Discos, esferas, triângulos
Em 60% dos casos, foram relatados fenômenos luminosos inexplicáveis e, em 30%, objetos voadores claramente definidos, como discos, esferas, “charutos” ou triângulos. Além disso, algumas testemunhas relataram ter visto seres humanoides ao redor dos OVNIs pousados ou luzes estranhas. Muitas vezes, dizia-se que esses números eram surpreendentemente pequenos.
Routier comparou a descrição de OVNIs sobre a África com dados do Programa de Identificação Avançada de Ameaças Espaciais (AATIP) do governo dos EUA, que vem coletando relatos de OVNIs desde 2007. Ele encontrou uma grande semelhança entre os avistamentos nos EUA e em vários países africanos.
Os objetos voadores geralmente se moviam extremamente rápido e também eram capazes de acelerar a níveis extremos. A situação era semelhante em relação à manobrabilidade: testemunhas oculares africanas e norte-americanas enfatizaram unanimemente a capacidade dos OVNIs de fazer curvas abruptas de 90 graus em alta velocidade ou de voar em ziguezagues. Outra característica recorrente era a ausência de ruído ou evidências de radiação de calor, o que poderia indicar sistemas de propulsão exóticos.
Além disso, havia habilidades claras de furtividade e transmediunidade. Os objetos voadores sobre os EUA e sobre a África muitas vezes apareciam do nada e desapareciam da mesma forma. Além disso, em vários casos, eles conseguiram fazer a transição da água para o ar e vice-versa sem nenhuma dificuldade visível. Além disso, as interações com o meio ambiente eram generalizadas. Às vezes, os OVNIs causavam falhas nos motores dos carros e, às vezes, interferiam em dispositivos eletrônicos.
E depois há a aparição constante em certos locais. Tanto os relatórios da AATIP quanto os relatórios da África coletados por Routier mencionam OVNIs nas proximidades de bases militares e instalações nucleares ou minas de urânio com frequência impressionante.
A cultura pode estar pregando uma peça
Em sua análise, Routier também tentou fornecer explicações para os avistamentos de OVNIs, distinguindo entre fenômenos naturais, atividades humanas e fatores religiosos e culturais. Entre as explicações relativamente pouco espetaculares para a percepção de OVNIs estão os meteoros, ou seja, pedaços de pedra ou ferro vindos do espaço que queimam ao entrar na atmosfera da Terra. Além disso, há relâmpagos de calor que não produzem trovões e ilusões de ótica que ocorrem especialmente no deserto.
Além disso, a ampla observação de OVNIs perto de instalações militares também sugere que muitos dos objetos voadores não identificados são drones de vigilância ou aeronaves da força aérea. Isso também se aplica a OVNIs que foram registrados perto de minas ou depósitos estrategicamente importantes. É claro que helicópteros e drones também são usados para proteger esses recursos. Da mesma forma, testes secretos de sistemas de mísseis continuam a ocorrer na África. Outra explicação são os eventos culturais onde são realizados shows de laser e fogos de artifício, ou onde são soltos pequenos balões de ar quente, as chamadas lanternas celestes.
Ao mesmo tempo, porém, os sistemas religiosos tradicionais na África também desempenham um papel significativo quando se trata de avistamentos de OVNIs. Por exemplo, as pessoas na África Ocidental acreditam em todos os tipos de fenômenos luminosos que estão conectados a espíritos ou deuses, o que encoraja sua disposição geral de relatar histórias sensacionalistas sobre “milagres” noturnos. A situação é semelhante nos estados muçulmanos do Magreb, onde fenômenos estranhos no céu são frequentemente considerados gênios, ou seja, espíritos sobre os quais um crente pode falar sem problemas porque são mencionados no Alcorão.
E ao sul do Saara, padrões dinâmicos de luz como a “Dança do Sol” também são considerados manifestações típicas de forças espirituais – desta vez, vindas do fundo das religiões animistas aqui difundidas. Em Botsuana, Zimbábue e África do Sul, uma conexão mística é frequentemente feita entre luzes no céu e criaturas anãs na Terra.
Entretanto, dada a semelhança fundamental entre muitos relatos de OVNIs da África e dos países industrializados ocidentais, seria errado tentar explicar os avistamentos de objetos voadores não identificados em lugares muito diferentes do Continente Negro principalmente com a cultura especificamente africana.