
A Entidade de Sturno
Na madrugada de 31 de agosto de 1977, sete homens de Sturno e Frigento vivenciaram um encontro extraordinário com uma estranha entidade metálica e luminosa em uma colina próxima a uma pedreira. Durante horas, observaram movimentos enigmáticos, feixes de luz e sons incomuns, enquanto marcas geométricas e pegadas gigantescas eram deixadas no solo. Investigadores, análises laboratoriais e sessões de hipnose confirmaram a consistência dos relatos, mas nenhuma explicação científica conseguiu esclarecer o fenômeno, transformando o caso em um dos mais intrigantes episódios ufológicos da região.
Neste artigo:
Introdução
Era noite fechada, por volta de meia-noite e meia do dia 31 de agosto de 1977, quando dois amigos, os senhores Cirullo e Giovanniello, caminhavam tranquilamente pela estrada que liga Sturno a Frigento. O silêncio típico do interior só era quebrado pelo som de seus próprios passos e pela brisa noturna que soprava pelas colinas. De repente, algo fora do comum chamou a atenção deles: entre os arbustos de uma colina, próximo a uma antiga pedreira, surgiu uma luz vermelha intensa, quase como se alguém tivesse acendido um farol em plena escuridão.
Intrigados, eles pararam para observar melhor. Logo em seguida, notaram que acima dessa luz vermelha apareceu outra, desta vez verde, e, para completar o cenário, duas luzes brancas surgiram mais atrás, uma de cada lado, como se estivessem alinhadas de forma simétrica. O espetáculo luminoso já era suficiente para deixá-los desconcertados, mas a estranheza não parou por aí: junto com as luzes, começou a soar um ruído modulado e contínuo, parecido com transmissões em código Morse, o tipo de som que se capta em rádios quando se sintoniza certas frequências obscuras.
Ainda tentando entender o que estavam presenciando, os dois seguiram adiante pela estrada. Foi então que, no meio da penumbra, perceberam algo ainda mais perturbador: uma silhueta misteriosa, que parecia emitir uma luz prateada. Num primeiro momento, pensaram que se tratava de algum brilho próprio da criatura, mas logo perceberam que, na verdade, era a lua cheia refletindo em suas roupas. O detalhe, no entanto, só aumentava o estranhamento, porque o traje parecia metálico, como se fosse feito de algum tecido incomum, muito diferente do que uma pessoa comum vestiria.

A vila de Sturno. O caso ocorreu em uma área próxima à cidade.
A figura permanecia imóvel entre os arbustos e árvores, quase como se estivesse observando os dois amigos. Por alguns instantes, nada aconteceu, e o silêncio voltou a reinar — até que, de repente, a entidade começou a se mover. Deu dois passos firmes em direção a eles. Esse foi o limite para Cirullo e Giovanniello: tomados pelo pavor, não pensaram duas vezes. Viraram-se imediatamente e correram em disparada em direção à vila de Castelluzzo, que ficava ali perto.
Na vila, ainda ofegantes, encontraram outros conhecidos: os senhores Pacucci, Capobianco e d’Ambrosio. Entre relatos apressados e a incredulidade inicial, os cinco homens decidiram que precisavam voltar ao local para conferir com os próprios olhos. Pegaram o carro do Sr. d’Ambrosio e, por volta da 1h da manhã, estavam de volta à cena misteriosa.
Estacionaram o veículo a uma distância segura e seguiram a pé, cautelosos. Aos poucos, tudo voltou a se repetir diante deles: primeiro as luzes já descritas, depois o estranho som metálico que parecia vir de algum transmissor invisível e, por fim, a silhueta imóvel, que parecia esperar. O medo, no entanto, falou mais alto. Quando a estranha figura voltou a se destacar no escuro, os cinco, mesmo estando em grupo, perderam a coragem e correram de volta ao carro em puro desespero.
Dentro do veículo, tentaram recuperar o fôlego e, principalmente, a coragem. Depois de algumas palavras de incentivo e uma dose de teimosia, resolveram tentar novamente se aproximar. Mas a tal entidade, aparentemente ciente de que estava sendo observada, resolveu tomar a iniciativa: começou a caminhar em direção aos cinco homens. Isso foi o bastante para provocar mais uma fuga frenética, com todos correndo o mais rápido que podiam, coração na boca e pernas quase tropeçando.
Só depois de algum tempo, já mais calmos, se permitiram respirar fundo e, incrivelmente, começaram a considerar uma nova tentativa de retorno ao local — como se o fascínio pelo mistério fosse maior do que o medo paralisante que haviam sentido.
E o mais curioso é que a cena parecia sempre se repetir. Cada vez que o grupo se aproximava, a entidade também se virava, mas não parecia fazer isso exatamente por causa deles — era como se houvesse outro motivo, algo que só ela entendia. Essa estranha “dança de aproximações e recuos” durou um bom tempo, talvez uns quinze ou vinte minutos, até que os cinco homens, nervosos e cansados dessa espécie de brincadeira, resolveram voltar à aldeia para buscar lanternas e se equipar melhor.
Foi nesse intervalo que encontraram mais dois conhecidos: os senhores Sisto e Riefoli. O entusiasmo misturado ao medo contagiou a todos, e agora não eram mais cinco, mas sete homens decididos a retornar ao local da observação. Claro, todos juntos, espremidos no Opel Rekord do Sr. d’Ambrosio, que já começava a parecer parte da aventura. Eram entre 1h30 e 1h40 da madrugada quando chegaram novamente à cena misteriosa.
Desta vez, o grupo já foi mais cauteloso: saíram do carro, mas deixaram o motor ligado, já virados na direção de uma possível fuga — afinal, prudência nunca é demais em situações assim. Aproximaram-se um pouco mais do que antes e, nesse momento, o Sr. Capobianco pegou sua lanterna, apontou-a para frente e iluminou a estranha figura que estava a uns 20 ou 25 metros de distância. O que aconteceu foi impactante: a criatura, que estava em movimento, parou imediatamente como se tivesse se assustado com o clarão. Depois, girou o corpo na direção da luz, e foi então que os homens viram algo que os deixou arrepiados: dois pontos luminosos, parecidos com olhos, só que em tons vermelho-alaranjados, localizados na altura em que estariam os olhos de uma pessoa normal.

No local, foram observadas luzes estranhas.
Esses “olhos” começaram a piscar de forma intermitente e perfeitamente sincronizada, como se emitissem algum tipo de sinal. A visão foi tão perturbadora que até mesmo sete homens, juntos, sentiram o pânico subir. Em segundos, todos correram para dentro do Opel, sem olhar para trás, e voltaram apavorados para a aldeia, com a ideia firme de avisar os carabinieri. A tensão era tanta que, no meio da correria, um deles comentou: “Se os carabinieri não encontrarem nada, estamos em sérios apuros!”. Essa frase serviu como um choque de realidade, mas também acabou levantando o moral do grupo: afinal, se não havia perigo real, por que não voltar? E assim decidiram: era hora de encarar de novo.
No caminho de volta, já mais animados, um detalhe chamou a atenção do Sr. Pascucci. Logo após uma curva, ele viu uma forte luminosidade que parecia vir da colina. Poucos segundos depois, todos os outros também puderam observar: era uma luz intensa que iluminava boa parte da encosta, como se emanasse de uma fonte suspensa no ar ou talvez posicionada na plataforma da antiga pedreira.
E ali estava ela: uma estrutura cilíndrica gigantesca, brilhando intensamente, com sua superfície “fatiada” em faixas verticais alternadas — umas luminosas, outras escuras, como se fosse uma espécie de construção geométrica viva. O espetáculo era hipnotizante.
Testemunhas Assustadas
Mais uma vez, o grupo estacionou o Opel, pronto para uma fuga rápida, e decidiu seguir o resto do percurso a pé. Armados de tochas e lanternas, apontaram novamente a luz contra a entidade. E, surpreendentemente, desta vez eles aguentaram. Ficaram ali parados, observando a cena por mais de uma hora — exatamente uma hora e um quarto, segundo depois calcularam. Durante todo esse tempo, nada de extraordinário aconteceu além da visão surreal da criatura e da luz intensa.

Próximo ao objeto havia um ser humanóide, com traje metálico.
Até que, de repente, a figura voltou a se mover. Agora estava bem iluminada pelos fachos das lanternas, permitindo que todos vissem claramente. O ser começou a fazer gestos estranhos, movimentos com os braços que ninguém conseguia interpretar de imediato. Ao mesmo tempo, aqueles dois olhos vermelho-alaranjados voltaram a brilhar fortemente, em sincronia perfeita com os gestos. O som metálico e enigmático, que já havia sido ouvido antes, ecoou mais uma vez, preenchendo o ar com uma sensação de pressão e desconforto.
Cada testemunha interpretou a “gesticulação” de um jeito: alguns juraram que o ser estava apontando para a Lua, como se quisesse mostrar uma conexão com ela. Outros acreditaram que ele os chamava para se aproximarem, como um convite. Já havia quem tivesse certeza de que a criatura tentava explicar, por meio de sinais, que era um visitante de outro mundo, um estrangeiro na Terra.
Mas, de repente, a situação ganhou um tom ainda mais assustador. Do topo da cabeça da entidade surgiu um feixe de luz branca, intensíssimo, quase ofuscante, que iluminou toda a área ao redor e cegou as testemunhas por alguns segundos. Foi nesse momento que alguém, tomado pelo desespero, gritou: “É um raio laser! … É um raio laser!”. Não precisou de mais nada: os sete dispararam em direção ao carro, correndo com toda a velocidade que suas pernas permitiam.
Ao se trancarem dentro do Opel, tremendo e ofegantes, perceberam que, apesar do susto, ninguém havia sido queimado ou ferido pelo tal “raio laser”. Aos poucos, o pânico foi dando lugar à adrenalina, e a coragem começou a se reerguer. Sete homens juntos contra uma única entidade? Por que não tentar de novo? Entre olhares cúmplices e frases de incentivo — “Somos sete, ele está sozinho!” — a decisão foi tomada: voltariam mais uma vez.
Dessa vez, os homens conseguiram observar a estranha figura com muito mais calma e riqueza de detalhes. A primeira coisa que fizeram foi tentar estimar sua altura, usando as árvores e a vegetação ao redor como referência. No calor do momento, calcularam que o ser teria cerca de 2 metros, mas, quando voltaram ao local na manhã seguinte e revisaram melhor a cena, descobriram que, na verdade, a criatura devia ter uns impressionantes 2,40 metros de altura! Um verdadeiro gigante.
Outro detalhe curioso era a posição da luz vermelha que já haviam visto antes: ela parecia estar a aproximadamente 1,80 metro do chão, quase na altura do peito de uma pessoa muito alta. O corpo do ser, embora descomunal, era proporcional — nada de desajeitado ou fora de escala, apenas alto demais para qualquer padrão humano normal. Mas a cabeça chamava atenção: apoiada diretamente nos ombros, sem nenhum pescoço visível. Esse traço por si só já conferia à criatura uma aparência estranhíssima, quase robótica.

A entidade, em imagem feita por IA, com base no relato das testemunhas.
O traje era igualmente impressionante. Todo o corpo estava coberto por uma espécie de tecido metálico prateado que refletia a luz da lua e das lanternas. Não havia pele à mostra, nada que lembrasse roupas comuns. Algumas testemunhas juraram ter visto, no braço direito da criatura, uma espécie de pequena caixa preta, como se fosse presa ali. Lembrava o local onde soldados de baixa patente carregam insígnias ou listras de identificação. Outros, por sua vez, notaram o que parecia ser um cinto, também de textura metálica. Detalhes pequenos, mas que davam a sensação de que aquilo não era apenas uma roupa, mas sim algum tipo de equipamento.
Já as mãos, ninguém conseguiu descrever. E isso intrigou bastante. Não se sabe se o ser realmente não tinha mãos visíveis ou se elas ficaram encobertas pela vegetação rasteira e a grama alta que cercava a cena. Essa ausência de informações sobre os membros superiores é, aliás, uma anomalia bem recorrente em relatos ufológicos, o que só aumenta o mistério.
Outra característica estranha notada foi o modo de caminhar. A criatura se movia de forma rígida, sem dobrar os joelhos, como se fosse um boneco ou um robô deslizando pelo chão. Esse detalhe deixou muitos com a impressão de que não estavam diante de um ser vivo comum, mas talvez de algo artificial ou mecanizado.
Enquanto tudo isso acontecia, outros sons vinham da colina. Não era só aquele ruído metálico já ouvido antes, mas também barulhos que davam a sensação de movimento, como se houvesse mais criaturas escondidas por ali, agindo na escuridão. Isso aumentava ainda mais a tensão, porque as testemunhas tinham certeza de que não estavam lidando apenas com um único ser.

Umberto Telarico, um dos investigadores do caso.
Por volta das 3h15 da manhã, exaustos e nervosos, os homens decidiram voltar à aldeia para tentar buscar mais testemunhas que pudessem acompanhá-los. Mas, naquela hora da madrugada, todo mundo já estava dormindo. Às 3h30, cansados demais e com os nervos à flor da pele, decidiram encerrar a aventura e seguir cada um para sua casa, em busca de um merecido descanso.
A Investigação
O caso, porém, estava longe de terminar. Na manhã seguinte, os carabinieri foram oficialmente informados pelo Sr. Riefoli, e logo toda a região já comentava o ocorrido. A notícia correu tão rápido que parecia fofoca de vilarejo: em poucas horas, todo o país estava falando do avistamento, apesar das tentativas das autoridades de abafar a história.
Os investigadores que foram até o local encontraram algo concreto: três grandes marcas circulares no planalto em frente à pedreira antiga, como se algo muito pesado tivesse pousado ali. Na tarde do próprio dia 31 de agosto, todos os sete homens foram chamados à sede dos carabinieri para prestar depoimento. Primeiro foram interrogados separadamente, depois em conjunto. No fim, cada um foi obrigado a assinar uma declaração oficial e ainda receberam um “conselho” nada amigável: que esquecessem o assunto e não falassem mais sobre isso. “Será melhor para vocês”, disseram os policiais. E, quando pressionados, os militares admitiram que estavam apenas cumprindo ordens de “autoridades superiores”.
Mas o conselho caiu em ouvidos surdos. Afinal, como segurar uma história dessas em segredo? Não demorou nada para que a notícia se espalhasse como pólvora — e com a mesma rapidez que se anuncia a morte de um papa, como se comentou na época.

Giorgio Russolino, um dos pesquisadores do caso.
Dois pesquisadores independentes, os senhores Telarico e Rossulillo, foram até a aldeia e fizeram uma investigação paralela. Eles concluíram que as testemunhas eram sérias e confiáveis. Detalhe importante: algumas delas nem se conheciam direito antes do verão daquele ano, o que tornava ainda mais improvável a hipótese de uma armação coletiva.
E não parou por aí. Moradores de Gesualdo, uma aldeia bem próxima ao local, relataram que, cinco ou seis dias antes do encontro com a entidade, tinham visto uma estranha “estrela cadente” que, em vez de cruzar o céu, parou no ar e ficou imóvel durante alguns minutos. Enquanto pairava, emitiu um feixe de luz vermelha que descia até o solo, exatamente na direção de Sturno. O detalhe curioso: pela descrição do comportamento desse facho luminoso, parecia se tratar do que os ufólogos chamam de “luz sólida”, algo que não se comporta como um feixe normal. Para os moradores, todos camponeses simples e sem instrução formal, aquilo foi interpretado como um “mau presságio”.
O engenheiro Carmino Cangera, de Nápoles, também entrou na investigação. Ele analisou as marcas deixadas no solo e concluiu que só podiam ter sido feitas por um objeto com, no mínimo, 40 toneladas. As marcas principais formavam os vértices de um triângulo isósceles perfeito: 4,50 metros nos dois lados maiores e 4,10 metros na base. Como se não bastasse, outros vestígios foram encontrados a cerca de 40 metros dali — marcas que pareciam pegadas, medindo cerca de 30 cm cada uma.
Ainda foram recolhidas algumas pedras que pareciam ter sido pressionadas violentamente contra o solo, como se algo de grande peso tivesse passado sobre elas. Essas amostras foram enviadas para análise em laboratório, junto com outras evidências, para tentar se descobrir, de forma científica, o que realmente tinha acontecido naquela madrugada incomum de agosto de 1977.
As análises das pedras coletadas no local trouxeram resultados bem curiosos. A base delas era formada principalmente por carbonato de cálcio, mas não era só isso: os exames também mostraram a presença de pequenos grânulos de magnésio, ferro e quartzo misturados à composição. Quando as amostras foram observadas ao microscópio, os especialistas perceberam algo ainda mais intrigante: na parte superior das pedras havia leves traços de uma substância metálica, provavelmente resultado do contato direto com o objeto que teria exercido pressão sobre elas.
O problema é que a quantidade desse material era tão pequena que não dava para fazer uma análise química completa. O máximo que os cientistas conseguiram concluir é que essa substância prateada possuía uma característica incomum: ela não oxidava, nem em contato com o ar, nem quando mergulhada em água. Em outras palavras, não enferrujava e não se deteriorava, algo que já a diferenciava bastante dos metais comuns que conhecemos.
Paralelamente aos exames físicos, os investigadores também decidiram adotar uma abordagem psicológica para tentar confirmar a veracidade dos relatos. Para isso, algumas testemunhas foram submetidas a sessões de hipnose regressiva. A ideia era simples: verificar se, em estado hipnótico, surgiriam contradições ou se os depoimentos se manteriam coerentes.
O barítono Mario Sisto, por exemplo, foi examinado em Nápoles pelo psicólogo Dr. d’Antuno. Durante a sessão, o especialista afirmou que, sob hipnose, não é possível mentir. Ou seja, qualquer coisa dita pelo cantor naquele estado seria uma reprodução sincera da memória do evento. E de fato, Sisto confirmou tudo o que já havia relatado antes.
Outro participante, o Sr. Michêle Riefoli, também foi hipnotizado. Seu caso foi acompanhado pelo Dr. Preveto, igualmente em Nápoles. O resultado foi ainda mais impressionante: ao reviver a experiência, o corpo de Riefoli reagiu de forma intensa. Sua frequência cardíaca, que estava em torno de 40 batimentos por minuto — um nível baixo, normal em estado de relaxamento — disparou para 120 batimentos, como se ele estivesse vivendo novamente a situação de pânico. Para os psicólogos, isso foi uma prova clara de que o estado emocional da noite do encontro havia sido reconstituído de forma genuína durante a hipnose.
A repercussão do caso não ficou restrita à Itália. O famoso semanário norte-americano The National Enquirer ficou tão interessado que enviou uma equipe de repórteres ao país para acompanhar novas investigações. Eles reuniram novamente os senhores Sisto e Riefoli, dessa vez em Turim, no dia 30 de janeiro de 1978, na Universidade de Turim. Lá, foi organizada mais uma sessão de hipnose, conduzida pelo respeitado Professor Gramone.
Depois da regressão, Gramone declarou que as testemunhas só poderiam ter relatado coisas que realmente haviam vivido e que, em sua avaliação, eram pessoas sinceras. No entanto, ele fez uma ressalva importante: ainda que os depoimentos fossem coerentes e autênticos, não havia como garantir, apenas pela hipnose, que os eventos descritos tinham uma base material concreta. Em outras palavras, o que os homens lembravam e descreviam podia ser absolutamente verdadeiro para eles, mas isso não bastava para provar cientificamente que a experiência havia acontecido exatamente da forma relatada.

Vilarejo de Gesualdo, onde ocorreram avistamentos ufológicos.
O caso, portanto, permaneceu envolto em mistério. As marcas físicas, os relatos consistentes e as análises psicológicas reforçavam a sensação de que algo extraordinário havia ocorrido naquela madrugada, mas nada — nem provas concretas, nem explicações científicas definitivas — conseguiu dissipar o enigma. Com o passar dos anos, o episódio se tornou uma lenda local: jovens e turistas ouviam a história contada pelos aldeões, sempre com o mesmo respeito e temor que os primeiros sete homens haviam sentido na noite de 31 de agosto de 1977.
Alguns pesquisadores continuaram tentando decifrar o fenômeno, propondo hipóteses que iam desde testes secretos de novas tecnologias até visitas de seres de outro mundo. Outros, mais céticos, argumentavam que se tratava de um conjunto de percepções distorcidas pelo medo, pela imaginação e pela tensão da madrugada. Ainda assim, nenhuma explicação conseguiu abranger todos os detalhes: o brilho metálico, o movimento rígido da criatura, os olhos vermelhos pulsantes, o feixe de luz intensa e as marcas geométricas deixadas no solo.
E assim, a história de Sturno e Frigento entrou para o folclore ufológico como um daqueles casos que desafiam a razão e a ciência. As testemunhas, apesar do tempo, jamais esqueceram a experiência. Muitos juram que, em noites de lua cheia, ainda podem sentir o arrepio de olhar para a pedreira e imaginar que, em algum lugar entre as colinas e as sombras, a entidade os observa novamente, silenciosa e imóvel, aguardando talvez outro encontro… ou apenas contemplando a Terra de um jeito que os humanos jamais compreenderão.
Com informações de:
- TELARICO, Umberto. STURNO 1977: un incontro ravvicinato del terzo tipo che lascia pochi dubbi. Notiziario UFO, dez. 1978, p. 16-19.
- VERGA, Maurizio, ITALIE: 7 hommes effrayés et 1 humanoide. Lumières Dans La Nuit, n. 193, mar. 1980, p. 21-24.
- VERGA, Maurizio. Seven scared witnesses and a humanoid. Flying Saucer Review, v. 25, n. 1, jan. 1979, p. 21-24.
- VERGA, Maurizio. Rencontre rapprochée du 3ème type à Sturno – Italie. Les Extraterrestres, n. 12, out. 1979, p. 4-7.