No caso em epígrafe (Vila Baumer), o que exigiu maior atenção foi a morfologia – retangular – do tripulante do DV, que foge a concepção dos seres vivos terrestres e da teoria da, nossa evolução. A pesquisa se deve ao nosso companheiro Carlos Varassin (de Curitiba-Paraná), pioneiro, no Brasil, em pesquisa deste tipo de tripulante.
O Relato
Em outubro de 1971, chegando ao seu conhecimento um caso de aterrissagem de um DV no Estado de Santa Catarina, o pesquisador Carlos Varassin dirigiu-se para Joinville, onde realizou “in loco” uma pesquisa muito bem orientada sobre a ocorrência que relatou, sob o título em epígrafe, e que, em linhas gerais, se resume no seguinte:
Na madrugada do dia 26 ou 27 de setembro de 1968, o Sr. Henrique Schneider Júnior, químico industrial, residente em Vila Baumer, a uns 5 km do centro de Joinville, no Estado de Santa Catarina, levantou-se e foi verificar o fogo do forno da olaria ao lado, de sua propriedade, fogo esse que precisa permanecer aceso constantemente, mantendo o forno a determinada temperatura.
Após constatar que tudo estava em ordem, caminhou mais alguns passos, parou, urinou e, quando se voltou para acender um cigarro, deparou com um estranho objeto no pátio da olaria, a uns 5 m de distância de onde se encontrava. Assustou-se, mas não se atemorizou. Todavia, sentiu-se paralisado, não podendo se movimentar.
A Coisa
Era um artefato de forma afunilada, medindo cerca de 4 m de altura por 2,50 m de diâmetro em sua base (assentada num tripé, a uns 80 cm ou pouco mais, do solo). Da parte inferior, algo como uma luz bruxoleante iluminava o chão.
Havia uma entrada retangular por onde descia uma espécie de esteira rolante que não chegava a tocar o solo, apesar de parecer sólido. Na extremidade inferior dessa esteira, e como se fizesse parte integrante da mesma, havia um “vulto” (que parecia uma tela, mas não tinha aspecto “humanóide”) de forma geométrica, retangular, medindo mais ou menos 1,50 m de altura por 0,50 m de largura. Atrás do primeiro vulto, a uns 5,50 m em linha reta, na mesma esteira, havia outro, também imóvel; ambos sem nenhuma abertura nem luminosidade (veja setas pretas na fig. 22). A extremidade inferior da esteira estava a cerca de 5 m do observador, que pensou em perguntar o que faziam ali, mas não conseguiu falar.
Telepatia
Todavia, como se respondessem ao seu pensamento, sem que fosse emitido qualquer som, a resposta entrou-lhe no cérebro, como que vindo do vulto à sua frente:
– Verificar a causa do calor e da fumaça neste local.
Na ocasião queimavam-se alguns pneus velhos, o que produzia intenso calor (temperatura próxima de uns 700 C) e espesso rolo de fumaça que se elevava alta no céu.
Durante cerca de 10 minutos em que os vultos estiveram à vista, Schnelder formulou inúmeras perguntas, mentalmente, e, a todas, recebia imediatamente respostas nítidas, porém breves, que pareciam provir do vulto mais próximo. Entre outras muitas, o observador se lembra de ter havido as seguintes perguntas e respostas:
P. – Como vivem e se alimentam? .
R. – Por impregnação. Alimentação natural. Energia. Não é como vocês.
P. Como é movido o aparelho?
R. Por atração. 36.000 (ou 360.000 – o observador não se lembra) rotações por segundo.
Eles vinham do espaço, de um astro cujo nome Schnelder não se recorda com precisão… Era algo parecido com a palavra “MERS”. Eram governados por um chefe e cada qual tinha uma função específica, “como aquele que estava dentro do aparelho e que não podia sair de lá”. Viajavam numa rota certa, determinada, da qual saíram para verificar o que estava provocando aquele calor na Terra. Prometeram voltar e estabelecer novo contato.
Durante todo o tempo em que o vulto esteve à sua vista, Schneider parecia não poder tirar os olhos dele e, à medida que a esteira ia recolhendo-o, sem qualquer ruído, o observador também se adiantava, porém guardando sempre a mesma distância. Não podia avançar mais, nem recuar e nem parar. Entretanto, de soslaio, pode perceber, naquela nave, três pontos de luz azulada, como se fossem janelas, mas que não eram orifícios. Através de um desses pontos podia ver os outros dois. Não sabe explicar como isto era possível. No interior havia um terceiro vulto próximo a um objeto que parecia uma caixa.
O DV não era luminoso – exceto as três janelas e a luz por baixo – e este estava iluminado apenas por meio da luz proveniente da lâmpada de um poste de iluminação pública. Tanto a nave como a esteira e os “vultos” pareciam ser acinzentados, da cor do alumínio.
Logo que a esteira foi recolhida inteiramente, fechou-se a entrada, com um ligeiro ruído (como de faísca elétrica) seguido de um leve som que lembrava o que faz a porta de um refrigerador doméstico ao ser fechado.
Imediatamente o aparelho ergueu-se rápido e verticalmente no ar, ouvindo-se, somente então, um sibilar agudo (som comparado ao de uma furadeira elétrica ao ser acionada). No centro da parte inferior, a testemunha pôde ver intensa luz azulada, “como dos aparelhos de soldar”, e algo como anéis concêntricos, também azulados, que pareciam girar. Não pôde precisar, devido à forte luminosidade, se era parte interna, ou a externa, que girava.
Após elevar-se uns 10 m, inclinou-se para o Sul e, em poucos segundos, tornou-se apenas um ponto de luz azulada no céu. Ao subir deixou uma condensação de vapor, algo semelhante ao rastro produzido por certos tipos de aviões a jato. Essa condensação tinha odor que lembrava alguma coisa queimada. A ascensão do objeto produziu uma sucção violenta, de ar, que puxou o espectador em direção ao local onde se encontrava a nave. Ao se aproximar, sentiu que forte calor dali se emanava e um pronunciado cheiro de querosene queimado impregnava o ar. (OBS. da SBEDV: ozônio?)
Vestígios
No dia seguinte, Schneider viu que, no local do pouso, onde havia grama, num círculo de aproximadamente 65 cm de diâmetro, a mesma estava queimada . Concêntrico ao maior havia um círculo menor, onde a terra estava como que prensada e apresentando uma depressão de uns 10 cm. Havia também marcas de um tripé, tendo cada marca, uns 10 cm de diâmetro. (OBS. da SBEDV: Com base nas depressões que os pés do objeto deixaram no chão, poderia ser feito um cálculo aproximado do peso do “Disco”).
Oito ou dez telhas da olaria, no ponto mais próximo da aterrissagem, estavam foram do lugar, como se houvessem sido levantadas por ventania. Uma delas chegou a desprender-se e quebrar-se. Um velho caminhão, em condições de uso, e que se achava estacionado perto, apresentou vários defeitos: bateria descarregada; platinado e distribuidor enguiçados; dínamo e motor de arranque afetados.
Fotos
Três ou quatro dias depois, o Dr. Udo Schmidt, advogado em Joinville, tomando conhecimento do caso, foi ao local, em companhia dos Srs. Kari Silva, comerciante, e Paulo Mertens, quando pode fotografar a depressão dentro do círculo de grama queimada e constatar, também, o cheiro peculiar de queimado, odor este que ainda era claramente perceptível e que perdurou por 4 ou 5 meses. Durante esse tempo a vegetação não cresceu dentro daquele círculo. Até hoje (set. 1973) não existe capim no exato local do pouso, embora alguns tufos de grama cresçam ao redor.
E Eles Voltaram
Cerca de 5 meses depois, o Sr. Henrique Schneider Júnior viu um objeto luminoso cruzar o céu rapidamente. Nessa noite, sem motivo aparente, Schneider saiu de casa e “sentiu” que devia olhar para o céu. Foi então que viu o objeto. Teve tempo de chamar outras pessoas que também o viram, entre elas, seu filho Amaury e o casal vizinho (Sra. Maria Carvalho e seu marido).
O protagonista da ocorrência, Sr. Henrique Schneider Júnior é pessoa respeitabilíssima naquela cidade, tendo sido vereador por diversas vezes. Seu relato foi bastante sóbrio. Não deu a imprensa o conhecimento do ocorrido e, conforme constatamos, em Joinville somente um reduzido número de pessoas sabe do caso. O Dr. Udo Schmidt, que fotografou o local 5 ou 4 dias após, é que difundiu o caso entre alguns amigos (graças a ele, que tomamos conhecimento do incidente). O Sr. Paulo Mertens, vizinho do Sr. Schneider, teria sido a primeira pessoa – além dos familiares – a quem este contou o fato. Tudo indica ter ficado o caso no conhecimento de apenas essas pessoas.
Muitos detalhes escaparam, uma vez que o fato se deu há alguns anos e também por que a idade do Sr. Schneider (65 anos na ocasião da entrevista cedida ao pesquisador Carlos Varassin) interferiu na sua memória, fazendo-lhe omitir detalhes significantes conforme afirmaram os seus amigos Silva, Mertens e Schmidt.
Comentário do Pesquisador
Excetuando-se a parte da possível comunicação telepática havida, não factível de comprovação objetiva por sua própria natureza, e também pequenas divergências quanto a detalhes, constatamos serem coerentes os relatos das pessoas envolvidas.
Face às provas materiais e à idoneidade dos informantes, não pomos em dúvida os relatos.
P.S.: – Em carta de 22/02/72, dirigida ao pesquisador Carlos Alberto Varassin, o protagonista Sr. Henrique Schneider Júnior declarou que o relato feito pelo Sr. Varassin, e do qual tomou conhecimento, “é fiel aos fatos”.
Referências:
- Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores – Edição 94-98
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