Hipóteses Sobre a Propulsão dos UFOs na Atmosfera Terrestre

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Tese do capitão da Força Aérea Francesa, René Plantier, sobre o funcionamento dos OVNIs na atmosfera terrestre. Artigo originalmente publicado na revista Planeta UFOLOGIA – Os OVNIs Chegaram – III – Número 122 de novembro de 1982.

Por René Plantier

 

Acabei por me ocupar deste raros objetos nas seguintes condições: ao fazer um estudo da evolução das técnicas humanas, no qual me ocupei nestes últimos anos, comecei a imaginar “o instrumento supersônico interplanetário ideal”. Este instrumento, no entanto atual de nossos conhecimentos, me parecia impossível de construir, e não achava que o veríamos realizado antes de muitos anos. Descobri um dia, com assombro, que ele já existia: era naturalmente o disco voador. Isto se estivéssemos dispostos a discutir seus princípios apoiados a física mais clássica, para considerar esta teoria, tomada na sua totalidade, como um postulado.

Para tanto, o leitor não deve esperar observações sensacionais sobre os discos. Gostaria de dar um esquema exato, com curvas representativas de suas diferentes funções e detalhes técnicos e detalhes técnicos de seus órgãos. Desgraçadamente, porém, eu não os vi. Isto não é portanto, em definitivo, uma solução, mas somente os princípios de uma solução.

 

Um veículo Ideal

Propulsão por campo de forças

O estudo dos meios de deslocamento humano me induziu à seguinte conclusão: “A propulsão por campo de forças marcará o término do aperfeiçoamento na técnica dos deslocamentos a grandes velocidades”. Este campo de forças para permitir os deslocamentos em todas as direções, tanto na atmosfera quanto fora dela, deverá ser criado mediante uma energia cósmica onipresente, artificial ou natural. O sistema de, o sistema de referência do ponto de vista reação, será portanto uma classe de diferença de potencial desta energia de espaço. Diferença ou absorção desta energia sob forma de energia de outra natureza. Esta função capital teria por resultado intrínseco a criação de um campo de forças entre os pontos extremos da zona de liberação ou de absorção. Isto implica necessariamente um sentido único desta função. Veremos mais adiante que, no caso que nos interessa, certas deduções parecem indicar que este sentido está imposto por um campo magnético solenoidal.

O torniquete fotométrico utiliza um princípio de propulsão que apresenta alguma semelhança com este sistema: as colorações brancas e negras das duas paletas provocam “uma diferença de potencial” da energia que é, neste caso, a energia luminosa; as paletas são submetidas a uma força que determina a rotação do torniquete, sem que outro sistema de reação aparente possa ser definido.

Ao imaginarmos uma energia ambiente muito mais importante que a da luz, uma nave espacial com procedimento de captação desta energia, análoga à bicoloração das paletas do torniquete, podemos deduzir que haverá propulsão. Quais seriam a origem e a natureza desta energia cósmica?

Pode-se imaginar distribuidores artificiais do tipo da estações de rádio, projetando no espaço feixes de energia para as viagens interplanetárias. Mas poderia também ser algo muito simples, posto que a natureza nos deu gratuitamente esta energia.

 

Fabulosa fonte de energia

Peço aos leitores que façam comigo uma suposição: a de que esta fabulosa energia cósmica exista. Como ela ainda não foi descoberta? – perguntarão. Talvez porque é neutra eletricamente e magneticamente, ou porque não inventamos ainda instrumentos para medi-la. O descobrimento dos raios cósmicos não é tão antigo e ainda nem esgotamos as surpresas que certamente nos reserva a natureza. E entreguei-me a um estudo, decerto pouco preciso, das possibilidades desta energia, e penso que se poderia, com sua ajuda, encontrar uma resposta a inumeráveis mistérios da Ciência moderna, especialmente a atração newtoniana e as mais inquietantes características corpusculares (indiscernibilidade, indeterminação, agitação, etc.) Os resultados deste trabalho são muito convincentes apear de não serem indiscutíveis.

Além disso, a existência da radiação cósmica dá peso a essa hipótese. As partículas cósmicas apresenta condensações de energias alcançando a cifra enorme de 1016 elétrons-volts; ou seja, em torno de 100.000 vezes a energia que poderia dar a sublimação completa, e irrealizável do urânio. É possível também que haja muitos corpúsculos mais potentes, que atravessem as “câmaras de Wilson” seguindo trajetórias retilíneas (quando as traçam) que não permitam sua análise energética e nem sequer sua análise qualitativa.

Na atmosfera terrestre estas partículas caem como uma espécie de chuva não muito densa, pelo menos em seus aspectos experimentalmente ponderáveis: um corpúsculo, por centímetro quadrado e por minuto ao nível do mar. Elas não supõem também uma energia de base fabulosa:seria necessário, com efeito, ciclotones gigantes para obter corpúsculos animados de tais energias. E, ainda, nenhuma força foi descoberta no espaço que possa explicar estas misteriosas condensações de potências.

É por isto que não parece incoerente admitir este postulado acerca de uma energia cósmica natural em lugar de uma energia artificial. Existe o veículo ideal?

Meu veículo se achava nesta etapa tão teórica e tão incompleta, e não parecia poder ultrapassá-la, quando ouvi falar pela primeira vez dos discos voadores. Lia como todo mundo, com um divertido ceticismo, a descrição deste fenômenos estranhos e fantásticos, até o dia em que fiz uma comprovação perturbadora: algumas características dos discos voadores correspondiam às que havia no “meu” objeto. Significava isto que este último existia realmente? Afinal, não era apenas mais um postulado da energia atômica?

Logo empreendi um estudo preciso dos depoimentos mais dignos de fé e me dei conta, com assombro cada vez maior, que todas as pretensas extravagâncias denunciadas pelos adversários dos discos voadores, na realidade poderiam ser a conseqüência absolutamente normal do sistema de propulsão que eu lhes atribuía. Explicava assim o silêncio, a resistência térmica, a mudança de aspecto, a habitabilidade, além das restantes anomalias.

Estas verificações me foram proveitosas. A cada explicação correspondia uma orientação de minhas pesquisas, e pude ter pouco a pouco uma idéia mais exata da natureza destes veículos e da força misteriosa que os anima. Este trabalho de “físico detetive” que não trabalhava senão por obrigação, não tendo os meios de comprovação direta, foi extremamente frutífero, já que pude prever certas características, confirmadas posteriormente por depoimentos como, por exemplo, a mancha excêntrica que aparece sobre certas fotos ou… a nuvem ambulante.

 

Mistérios das aparições

Pode-se imaginar que o veículo utiliza um procedimento de liberação de energia cósmica análogo ao que, na natureza, criam a partir desta mesma energia, os princípios da radiação cósmica. Tal como esta função libertadora confere aos corpúsculos cósmicos naturais assim engendrados uma velocidade – isto é, uma energia prodigiosa -, a energia cósmica no curso desta liberação artificial, irradiaria sob forma de fluido “corpúsculo-ondulatório”, através do objeto em um sentido bem definido – o da propulsão – e a uma velocidade da ordem da luz. Este fluído imporia a cada núcleo atômico, que se fez receptivo, uma força dirigida no sentido da descarga.

Figura 1: Exemplo de linhas de força e superfícies equipotenciais em um deslocamento axial (a velocidade neste caso, é bastante alta).

 

Havia criado assim o campo de forças propulsivo de minha teoria. Se teria, assim, uma classe de ramalhete cósmico contínuo, que apresentam alguma analogia com os ramalhetes cósmicos fotografados pelos cientistas, mas de natureza diversa, possivelmente pela sua densidade e sentido de queda. Além disso, isto não se deveria a uma radiação primária de grande energia, mas sim de uma captação direta da energia misteriosa, que é a causa da radiação cósmica. Desencadeada pelo veículo, o seguiria em seu trajeto, o propulsionaria e o sustentaria como se este estivesse apoiado sobre jatos de água, da mesma maneira como jatos de água sustentam bolinhas de pingue-pongue nos estandes de tiro ao alvo nos parques de diversão.

Pode-se admitir de outro lado, sem ajuda dessa ultima hipótese, que a intensidade do campo de força decresça sem descontinuidade à medida que se afaste do veículo, devido ao enfraquecimento progressivo do poder de liberação da energia e da receptividade comunicada aos átomos. Pode-se, continuando, prever razoavelmente que as superfícies, lugares de igual intensidade, seriam esféricas ou elipsoidais, e centradas sobre o veículo. Demos-lhe o nome de superfícies eqüidinâmicas e chamamos-lhe linhas de força aos eixos dos jatos fluidos, apesar de que nada prove ser a força constante ao longo dos jatos, supondo simplesmente que ela lhe é tangente em cada ponto. Teremos assim esta distorção dos argumentos clássicos.

Os centros atômicos do ar ambiente experimentariam tanto quanto os do veículo a influência do campo criado. Tenderiam portanto a ter certa velocidade, igual à do veículo e suas cercanias, e decresceriam em função do afastamento. A resistência da atmosfera ajudaria a produzir, portanto, uma circulação aerodinâmica, cuja velocidade – quer dizer, o vento relativo – descreveria de maneira diferencial, chegando a ser mais fraco na vizinhança da parede. Se conseguirá assim a criação de uma capa limite hiperpesada (vale dizer exatamente a inversa à referente à aerodinâmica clássica), cuja utilidade será estudada mais adiante.

O veículo se propulsionaria por deslizamento a baixa velocidade, no sentido da resultante vetorial, como mostra a figura 2. Teremos:

R = mG + mH, com mH = mihi.

Em altas velocidades, sendo mG fraco em relação a mH, se teria um deslocamento axial.

A vantagem principal do sistema seria, naturalmente, a onipresença da energia cósmica, que dispensaria problemas como o reabastecimento. Quanto à velocidade, ela tenderia, no vazio quase absoluto dos espaços interplanetários, a adquirir a velocidade do fluído que atravessa o veículo – que seria, provavelmente próxima à da luz, se julgarmos pelas das mais rápidas partículas cósmicas. Em seguida, não se tratará senão de velocidades relativamente lentas: menos de 6 mil Km por hora em atmosfera média, e de 30 mil Km/h em grandes altitudes, porque as explicações dadas sobre o silêncio e sobre a resistência térmica talvez não fossem válidas além de certas velocidades nas altitudes consideradas. Além disso, estas cifras correspondem a aproximadamente às dadas pelos observadores.

Figura 2: Composição de forças em deslocamento em plano subsônico e em voo imóvel.

 

Silêncio

Segundo todos os depoimentos, as aparições de discos voadores, se produzem num silêncio absoluto. Isso é curioso, sabendo-se que todo objeto ao se deslocar pelo ar suporta atritos aerodinâmicos e deixa atrás de si uma zona despressurizada mais ou menos turbulenta. Em velocidades muito elevadas, o atrito deveria produzir um ruído estridente e a zona despressurizada, invadida brutalmente pelo ar em ritmo descontínuo, seria sem dúvida um lugar de estrondos e estalidos análogos aos que se ouvem quando um avião rompe a “barreira do som”.

Figura 3.

 

A figura 3 dá uma explicação desta aparente contradição. Consideremos uma molécula de ar situada em A, no caso mais desfavorável, isto diante do veículo e em seu eixo de deslocamento. O aparato se desloca a uma velocidade supersônica, por exemplo, a 5 mil km/h – que seria a velocidade relativa. Mas de A a B ela descreve gradualmente na medida em que a molécula vai encontrando superfícies eqüidinâmicas onde o campo tem uma intensidade cada vez mais forte. E sem dúvida se produzirá uma compressão adiabática em seguida e atritos de deslizamento causados pela variação de Vr em função do afastamento do eixo (neste esquema pelo menos), mas não haverá nenhum choque supersônico com qualquer obstáculo e, portanto, nenhum ruído.

E N, V, se fez subsônico e relativamente muito fraco: em conseqüência, desapareceu toda a possibilidade de ruído. Depois de B a molécula contorna a massa de ar englobada pela superfície número 1, correspondente a uma intensidade mais forte e só ocasionalmente, por turbulência, entra em contato com a parede. Logo se perde na coluna de ar que segue ao objeto, distendendo-se gradualmente pelas mesmas razões. Em nenhum instante apareceu a possibilidade de um ruído sequer.

 

Resistência térmica

O enorme calor engendrado pelo atrito do objeto nas altas velocidades consideradas deveria volatizar qualquer dos 92 corpos puros conhecidos em nossa galáxia, ou mesmo com suas ligas. Nada disso sucede, e os discos voadores atravessam a toda velocidade as camadas médias da atmosfera sem que pareçam ser incomodados de nenhuma forma.

Essa resistência anormal ao calor desprendido poderia ser explicada pela ausência quase total do vento relativo na vizinhança da parede. Mas fica ainda o aquecimento provável, causado pelos atritos de deslizamento e de turbulência das capas de velocidades relativas diferentes. Ignorando a natureza exata do campo, não se pode dizer “a priori” qual será a importância deste aquecimentos.

Consideremos o caso mais desfavorável, o da molécula fortemente aquecida em A (ver figura 3). Como já foi dito anteriormente, ela não pode ter mais que contatos ocasionais com o veículo. Em conseqüência, teria que por turbulência, conseguir romper a zona de forte intensidade que provoca a formação da capa limite hiperpesada. Somente pode ter breves contatos com a parede. A capacidade calorífica do ar é fraca em relação à da parede e, ajudando a capacidade da enorme capa limite transcorre certo tempo antes que as ondas de ar quente hajam aquecido o veículo.

É possível assim, voar em velocidades normalmente incompatíveis com a resistência térmica dos materiais conhecidos, durante um tempo proporcional à magnitude do veículo e inversamente proporcional à sua velocidade, numa certa altitude. Esse tempo será, talvez muito curto, mas em velocidades de muitos milhares de quilômetros/hora, não é necessário voar muito tempo para percorrer grandes distâncias ou para alcançar a mais alta atmosfera. E tem mais: o caso escolhido é o mais desfavorável, pois é pouco provável que o aquecimento seja muito forte, pelo menos até cinco ou seis mil quilômetros por hora.

 

Habitabilidade

Parece difícil, à primeira vista,supor habitados os discos voadores, porque ainda admitindo – como vimos – que o calor de atrito aerodinâmico possa ser reduzido a normas humanas, em razão do modo de propulsão e limitando ao necessário a duração dos saltos a uma grande velocidade, subsiste o fato de que as prodigiosas acelerações que animam estes veículos destruíram o organismo humano.

Sem dúvida, as manobras planejadas destes aparelhos, seu prolongado estacionamento sobre certos lugares que parecem interessar-lhes especialmente, faz improvável tal juízo. E se o disco voador está habitado, como explicar que o piloto não seja esmagado contra seu acento pela própria inércia, quando se produzem acelerações que passam de dezenas (porque não dizer centenas) de G?

Uma vez mais, o princípio da propulsão por campo de forças resolve o problema. Num aparelho clássico, ao produzir-se uma forte aceleração, o esmagamento se deve à inércia das moléculas, que pesam de uma maneira acentuada sobre o acento, origem desta força de aceleração. No disco, pelo contrário, a orça não emana do assento: é a própria de cada molécula. A inércia é combatida sobre o plano atômico e a fortiori molecular.

A aceleração linear que disto resulta é a mesma, portanto, para cada molécula, e todas as moléculas progridem ao mesmo tempo, a igual velocidade na direção do campo, sem que haja possibilidade alguma de aglomeração.

O equilíbrio estrutural e fisiológico se conserva intacto e o piloto pode suportar sem problemas as piores acelerações. Unicamente a ionização atômica provocada por enormes acelerações limita estas possibilidades, mas este limite não é daqueles que se possam considerar ainda dentro de um deslocamento interestelar.

O aparelho e o piloto experimentam uma intensidade igual de campo; sem dúvida estando freado pela atmosfera, o aparelho é levado a uma velocidade mais baixa que aquela impressa ao piloto, que desta maneira corre o risco de ser esmagado contra a parede dianteira. Mas o problema é fácil de resolver, por intermédio de um enfraquecimento equilibrado do campo no interior do disco. Bastará regular este enfraquecimento seguindo o deslocamento de um contrapeso montado junto ao assento.

Quando às manobras em angulo reto, são explicadas facilmente por um balanceio do aparelho que compense aforça centrífuga pela ação equilibrada do campo.

 

Mudança de forma

Uma das características dos discos voadores consiste nas modificações de sua aparência ao arbítrio de uma fantasia inexplicável. Não existe atualmente um aparelho conhecido que se transforme em uma bola de fogo colorida. Poderia se pensar, e esta foi uma de minhas primeiras hipóteses, em uma gênese térmica da bola, mas é muito mais verossímil que ela seja devida ao “fluido corpúsculo-ondulatório” que se faz luminoso o ar. Sabe-se que este fenômeno se observa à saída de certos cíclotrons de relativa potência.

Figura 4: Amortecimento cinético silencioso e origem térmica da bola brilhante.

 

A variação das cores poderia ser produto da variação de intensidade , ou melhor, efeito de um campo magnético utilizado pela função propulsora e que produziria este inesperado efeito Zeeman. Sabe-se que o físico norte-americano Noel W. Scott criou experimentalmente bolas de cor laranja em atmosferas rarefeitas pela única ação de um anel de cobre em alta tensão. Pensa com isto demonstrar o caráter eletrostático natural das aparições. Não estará confirmando ele, involuntariamente, um aspecto elétrico ou eletromagnético da propulsão destes aparelhos?

Enfim, como se verá mais adiante, o campo de forças, ao provocar um vazio parcial no ascenso ou no descenso oblíquo, pode provocar a condensação do vapor de água do favorecido pela ionização eventual devido ao fluído, e dar nascimento a uma esfera nebulosa e branca. Em resumo, a mudança de aspecto pude ter causas térmicas, ondulatórias, meteorológicas – ou melhor, duas das três na mesma ocasião.

Aí está uma das explicações dos discos voadores. Para o leitor cético, esta explicação apóia-se num postulado evidentemente discutível .

Sem dúvida poderia admitir-se razoavelmente que uma teoria sustentada por tantas observações não vale mais que um movimento de ombros. Mas, afinal, a experiência não é a base de muitas leis científicas?

Por esta razão, vou me esforçar para deduzir as conseqüências deste estranho modo de propulsão. E facilmente se perceberá que as características resultantes tem uma semelhança extraordinária com o que de pouco habitual tem a conduta dos discos voadores.

 

Plano do aparelho

O deslocamento não se realiza de uma maneira constantemente igual. À baixa velocidade o eixo do veículo é sensivelmente perpendicular ao sentido do deslocamento e, à medida que a velocidade aumenta, se aproxima dele cada vez mais e mais. Certamente, o aparelho não tem comandos aerodinâmicos, posto que não existe vento relativo estável sobre o qual possa manobrar; deve existir portanto uma estabilização giroscópica. A mudança de plano se produz pela excentricidade da resultante mH a uma ordem do piloto; tendo-se como conseqüência duas partes, uma que gira provavelmente perifericamente, e, outra, um órgão moderador do campo excêntrico.

Numerosos depoimentos assinalaram esta inclinação que varia com a velocidade e também o balanceio antes do arranque fulgurante. No depoimento que se refere aos charutos, supõe-se que estes são constituídos por uma carlinga com dois pratos nos extremos. Percebe-se que a baixa velocidade (figura 5) devem estar inclinados sobre o horizonte, sendo esta inclinação aproximadamente igual à dos eixos de planos eventuais.

Figura 5: Deslocamento vagaroso do “charuto voador” – necessariamente oblíquo para obter a posição horizontal a grande velocidade. Observando principalmente Olorn e Gaillac, estava acompanhado pela emissão dos famosos jatos. Note-se que os charutos eram mais largos do que o mostrado neste desenho, a fim de proteger a cabine central das radiações nocivas.

 

Balanceio e aproximação em zig-zag

Na parada, qualquer inclinação, voluntária ou não, provoca um deslizamento sobre o lado correspondente (ver figura 2). Mas há de ser muito difícil para o piloto conservar seu aparelho bem aprumado pela sua ação sobre a resultante do campo. Consequencia direta disto é que m descida vertical lenta cairá “em pendulo” ou “folha-seca”.

Do mesmo modo, ao aproximar-se de uma localidade, o piloto inclina seu aparelho para ver melhor por baixo dele e deste modo provoca bruscos desvios e uma chegada em zig-zag. Numerosas vezes, depoimentos dignos de fé assinalaram balanceios oscilatórios, folhas secas e bruscos desvios.

 

Evoluções estranhas

Isolado em pleno movimento, no centro de uma zona limitada pelo ar quente e perturbado, o piloto só pode ter uma visão deformada do solo, causada pela refração heterogênea através deste ar. Assim poder-se-ia explicar s bruscos ascensos, as mudanças rápidas de proa e também as pardas de alguns minutos sobre as cidades e particularmente costas, que seriam os reparos indicados para marcar o ponto.

 

Acidentes e colapsos

O aparelho dificilmente poderia sofrer acidentes. O piloto provoca a mais perfeita das freadas por simples inversão de campo. Em caso de necessidade, uma simples montagem tipo radar pode desencadear esta freada nas proximidades de um obstáculo. Em tais casos, as pessoas não correm o risco de deixar os destroços – e o segredo – dos discos.

Com efeito em caso de interrupção, do campo de forças, particularmente em grande velocidade, a capa limite hiperpesada desapareceria de um golpe e o aparelho golpearia o ar imóvel com prodigiosa energia cinética, que resultaria na sua desintegração e sua volatização térmica numa fração de segundo, com um ruído estrondoso.

Figura 6: Fluxo de ar e globo giratório ao contrário, subida oblíqua.
É esta possivelmente a explicação, tanto das observações feitas por dois pilotos do Aeroclube de Marrocos que, em setembro de 1952, foram ultrapassados por um charuto voador que desapareceu diante deles num jato de chispas, como da explosão misteriosa que comoveu um mês depois a região de Glancove, perto de Nova York.
Figura 7: Estudo aproximado das velocidades. Em hipótese, apresenta-se um movimento turbilhado que origina uma depressão central, provocada por forças centrífugas e divergência dos jatos de ar. Considerou-se aqui o caso das linhas de força da figura 1(Vi: velocidade induzida pelo campo; Vs: velocidade induzida por pressão ou depressão; Vp: velocidade própria; Vr: velocidade instantânea aerodinâmica resultante.

Criação de ascendências

É possível, em certos casos, que se possa imputar ao aquecimento do ar, o rastro avermelhado que segue as bolas de fogo em grande velocidade. Mas, ainda admitindo que seja demasiado fraco para engendrar freqüências luminosas, este aquecimento determinará seguramente ascendências imprevistas e de grande amplitude na alta atmosfera.

Alguns pilotos de avião a jato declararam haver encontrado camadas nebulosas de mais de 3 mil metros de espessura, a mais de 10 mil metros de altura. Semelhantes formações não podem ser explicadas por aquecimento normal do ar. Porém, os sulcos ardentes deixados por um grupo de naves em grande velocidade bastariam para provocar tais ascendências.

 

Formação de cúmulos

Uma das conseqüências mais estranhas do modo da propulsão era, segundo o que havia pensado, a possibilidade de ver um pequeno cúmulo formar-se no mais azul dos céus sobre o aparelho estacionado em baixa altitude. Com efeito, submetida a coluna de ar ao campo já sem “peso” – ou quase sem peso -, se produziria ar ascendente suficientemente violento para destruir eventualmente a inversão causadora da pureza do céu; e, se não houvesse inversão, a ascendência seria ainda mais forte. Teríamos então a possibilidade de ver aparecer um pequeno cúmulo capaz de deslocar-se contra o vento.

Assim, os jornais de 3 de janeiro de 1953 relataram a aventura de um caçador de aves, antigo piloto da Força Aérea, que viu com espanto, um pequeno cúmulo isolado em céu azul, deslocar-se na vertical para logo em seguida deixar sair de seu seio uma coisa indeterminada que desapareceu rapidamente, deixando atrás de si um rastro branco.

Pode-se supor que o piloto do aparelho colocou-se voluntariamente na nuvem para beneficiar-se do esconderijo providencial que esta poderia lhe oferecer. Seria feliz se esta hipótese tivesse como conseqüência dissipar as dúvidas que certos jornalistas manifestaram acerca do equilíbrio mental da testemunha, dúvida que ele mesmo pôde compartilhar em algum momento.

 

Bola giratória branca

Em torno do aparelho forma-se, no caso de uma subida oblíqua, uma zona despressurizada devido à força centrífuga criada pelo redemoinho, pela divergência das estrias do ar e pelo efeito da “sucção” do campo. Em certos casos de atmosfera úmida ajudando a ionização, se produzirá uma condensação por descarga adiabática nesta zona e vapores brancos que seguem a circulação aerodinâmica, e e terá a impressão de uma bola branca que escala o céu rodando ao inverso. O caso será idêntico em descida oblíqua e corresponderá, como na subida, a condições bem precisas de velocidade própria, de ângulo de trajetória e de unidade atmosférica.

 

Hipóteses sobre o próprio veículo

A verificação dessas conseqüências, depois de haver explicado os “quatro mistérios”, e sobretudo as observações de certas características que eu havia chegado a prever, me converteram num ardente “ufólogo”. Tratei de buscar o caminho a seguir para encontrar a solução. Mas os dados da física nuclear e cósmica, ainda quando deixam entrever em seus mistérios sem resolução domínios de investigações possíveis, não permitem determinar a esquematização de elementos que assegurem a propulsão.

Sem possibilidade de indagação por este caminho, me contentei, como disse atrás, em atuar como “físico detetive”, baseando minhas hipóteses sobre as observações que me pareciam mais seguras. As dou, pelo que elas valem, desculpando-me ante meus leitores por não levar-lhes pelos caminhos, às vezes tortuosos, que tive de tomar. Além disso, só exporei aqui os menos chocantes.

Os átomos do aparelho devem apresentar uma característica que lhes permita suportar de maneira homogênea a força aplicada pela energia cósmica, do mesmo modo que a “bicoloração” do torniquete fotométrico lhe permite suportar a força da luz.

Esta característica poderia ser ocasionada simplesmente pela ação do campo solenoidal de uma enorme base condicionando, como se verá, a “receptividade” dos átomos. Mas o elemento principal da função propulsora seria o disco propriamente dito, que constituiria uma enorme lente metálica. As qualidade atômicas de seus constituintes, unidas às de suas dioptrias, lhe confeririam uma ação preponderante sobre certa parte do espaço, talvez por intermediação do campo, e que obrigaria a energia cósmica liberar-se sob a forma de um “corpúsculo – ondulatório”. Esta liberação se faria progressivamente num sentido único, importo pelas linhas de força do campo magnético e o aspecto corpuscular do fluído se afirmaria cada vez mais sob a forma de uma densa radiação de partículas positivas, tanto que sua “energia propulsora” diminuiria na mesma quantidade.

A radiação positiva trairia sem dúvida, por outro lado, uma radiação negativa para trás, por subtração de elétrons aos átomos do ar e do aparelho. Algumas das partículas positivas, já criadas atrás, se uniriam com alguns destes elétrons, de onde resultaria a aparição de chispas assinaladas por algumas testemunhas, ainda que em pleno dia. Sobretudo esta duas radiações provocariam certa luminosidade do ar; o que explicaria o aspecto de “bola de fogo” imprecisa. Além disso, uma pequena parte destas partículas se juntaria, perdendo sua ionização na zona marginal, explicando-se daí os anéis observados em diversos depoimentos.

Figura 8: Alinhamento das linhas de força para voo em grupo. Aparecem superfícies equipotenciais, permitindo as mesmas conclusões para um só veículo.
Enfim, sendo a luminosidade provavelmente igual à intensidade do campo de forças, as superfícies apoiadas seriam sensivelmente semelhantes às superfícies equidinâmicas. A observação do ovo flutuante, freqüentemente relatada, especialmente por dois pilotos da Air France, parece confirmar esta hipótese. Tem mais: a evolução destas superfícies, redondas quando paradas (bolas alaranjadas), ovóides com o eixo horizontal em plena velocidade (ovo voador), parecem obedecer à evolução das linhas de força do solenóide, sendo assim a sua tripla coloração – verde, amarelo e alaranjado – o produto de um efeito Zeeman em torno da freqüência de base, o amarelo. Isto confirmaria a existência de um campo magnético. Assim, as aparições dos “cogumelos invertidos” e “taças de sorvete invertidas” seriam explicadas desta maneira, supondo o fluído positivo, e que siga mais fielmente o traçado das linhas solenóide.
Figura 9: Origem da manobra em ângulo reto: de I a II o piloto balanceia muito o aparelho para combater a aceleração centrífuga pela ação dosada do campo. Surge uma chama verde – efeito de captura que o rastro vermelho oculta no voo retilíneo. A inércia da coluna de ar quente que segue o objeto pode causar “chamas” no lado externo da manobra, apesar do campo.

Todavia, uma hipótese mais estranha poderia explicar as massas de “véus da virgem” ou de “algodão branco” que acompanham numerosas observações recentes – como estas de Oloron e Gaillac.

Tratava-se do rastro deixado atrás delas pelas partículas positivas que se combinam quimicamente, talvez no curso de sua gênesis, com as partículas vizinhas constituintes do ar, especialmente o vapor d’água. Isto implica que as partículas seriam enormes e os flocos particularmente tensos; daí o aspecto de algodão em rama. O brilho deste algodão e sobretudo a hidrofilia excepcional fariam pensar em misteriosos sais qe se sublimam ao contato com o solo pela perda de sua ionização, causa da estabilidade passageira. Mas como ninguém se deu ao trabalho de recolhê-los, os dados principais que poderiam dar os resultados da análise também se volatizaram para sempre…

Assinalamos que se pensarmos na débil densidade da radiação cósmica primária – que parece estar também constituída de partículas positivas, mais precisamente de prótons – e se fizermos corresponder à gravidade, facilmente imaginaremos a enorme “gravidade orientável” que pode tornar um fluído capaz de produzir semelhantes partículas.

Figura 10: Aspecto que as ultimas hipóteses sugerem ao UFO, segundo René Plantier.

 

No que concerne a pilotagem propriamente dita, a excentricidade média do campo seria obtida por um aparador excêntrico que absorveria ou desviaria em parte o fluido acelerador. De outro lado, o campo deveria estar enfraquecido dentro do disco para evitar que o piloto seja lançado contra a parede dianteira, e também para que a ausência de gravidade não perturbe seu equilíbrio fisiológico – o que não lhe permitiria permanecer sentado. O aparador deveria ter logicamente, ambas as funções, de onde a probabilidade de ver aparecer nas fotografias uma “sombra negra” central ligeiramente excêntrica, segundo as necessidades, e correspondendo a um enfraquecimento parcial da radiação e, portanto, da luminosidade.

As fotos tomadas recentemente pelo Sr. Fregnale sobre o lado Cahuvet, parecem confirmar esta hipótese. Expus aqui alguns dos aspectos de uma teoria estabelecida sem ter, a princípio, a menor idéia de que ela possa ser aplicada alguma vez aos discos voadores. Disse em que condições fui levado a interessar-me por estes objetos, partindo de um postulado: existência de uma energia cósmica misteriosa e da hipótese sobre a possibilidade de liberar esta energia sob a forma de uma energia de outra natureza que determine a aplicação de uma força a cada núcleo atômico. Tratei de definir as características de um aparelho supersônico ideal, e posteriormente me dei conta de que ele teria todas as características atribuídas aos discos voadores.

Sei que minha teoria está longe de ser perfeita e que ela não satisfará nem aos “anti-OVNIs” nem aos cientistas mais escrupulosos. Me acusarão sem dúvida de entregar-me, partindo de bases discutíveis, a uma construção do espírito inteiramente gratuita, e de buscar em depoimentos imprecisos a confirmação de minhas hipóteses. Sem falar das precisões obtidas – bastante gratuitamente no fundo – sobre as características do aparelho, seu princípio será criticado. É evidente que não se conhecem hoje campos de força com a sedutora característica de aplicar a cada núcleo atômico uma força suja intensidade seria também facilmente controlável no espaço e no tempo. Ainda que se admita esta possibilidade, as leis da mecânica clássica exigem um sistema de referência do ponto de vista da reação, e a física, não menos clássica, não deixa entrever nenhum. A energia cósmica poderia muito bem provê-lo por uma espécie de diferença de seu potencial, mas esta mesma energia cósmica é também muito hipotética. Se a gênesis da radiação cósmica pode lhes ser atribuída, como explicar então que não se pode revelar sua existência por outras interferências em eletromagnetismo?

E por outro lado, podem ser negados os depoimentos sobre a misteriosa conduta dos discos voadores? A meu ver, não. É necessário, então, convir que unicamente, o modo de propulsão, que consiste em aplicar uma força a todos os átomo, explica inteiramente estes mistérios na condição que esta força decresça, de uma maneira contínua, na frente e atrás, e que o procedimento utilizado crie uma luminosidade no ar. Se se concorda que todas as consequencias deste modo de propulsão coincidem absolutamente com as observações mais fantásticas (e algumas destas deduções precederam as observações), é necessário admitir que o acaso faz as coisas decididamente bem.

A Física Clássica refuta a noção de um campo de forças tão pouco ortodoxo, e mais ainda a de uma energia cósmica que realizou a façanha de escapar às investigações durante séculos. Talvez seja um domínio que ela não tenha abordado jamais, nem sequer roçado, e na qual progredirá a passos de gigante assim que forçar a muralha. Nossos visitantes hipotéticos, mais adiantados que nós em vários séculos, talvez tenham pleno conhecimento e isto basta para explicar tudo.

Sei muito bem que muitas pessoas nunca quererão submeter-se a estas suposições enquanto não tenham a prova irrefutável de que os discos voadores são aparelhos pilotados. No que diz respeito, e insisto neste ponto, estou convencido. Recolhi vários depoimentos de gente de “cabeça no lugar” para continuar duvidando. Os homens de ciência sentem repugnância e tem razão em embarcar com objetivo de pescar o monstro de Lochness ou de qualquer outra parte. É necessário provar que os OVNIs existem para assim eles se entregarem valentemente à obra, pondo na investigação das soluções tanta audácia intelectual, como prudência em decidir-se.

É por isto que desejo ardentemente que uma pesquisa do gênero da que se realiza nos Estados Unidos atraia a atenção de gente qualificada para este estranho problema. Qualquer explicação, ainda que comporte a revelação de um perigo a nosso país por parte de outro planeta, é preferível a esta inércia atual. Os gracejadores, os céticos, os indiferentes não foram nunca os construtores ou defensores das obras humanas.

Fora de qualquer gracejo ou de toda posição metafísica é necessário buscar a causa destes fenômenos. Se são naturais, tanto pior para as minhas teorias e… meu amor próprio. Mas se ficasse provado que estamos na presença de aparelhos voadores, não deveremos desenvolver esforço algum para determinar sua natureza e sua origem?

 

Referências:


  1. Revista Planeta UFOLOGIA – Os OVNIs Chegaram – III – Número 122 de novembro de 1982.

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