Os fatos ocorridos ao longo de 1986, dentro da onda ufológica que se espalhou pelo país e notadamente os fatos ocorridos na noite de 19 para 20 de maio, gerou farta documentação, contendo ofícios e relatórios de aparições por todo o país.
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Por Jackson Luiz Camargo
Na área ufológica, o Brasil foi pioneiro em vários aspectos. Aqui foram registrados os primeiros casos de abdução, ocorridos antes mesmo do famoso Caso Barney e Betty Hill. Aqui houve o primeiro reconhecimento formal, por altas autoridades militares, da existência de um fenômeno real, sólido, de natureza inteligente e que não tem origem em nossa humanidade.
Nos ambientes governamentais, isso se refletiu em protocolos e diretrizes criadas para tratar o tema UFO, dentro dos ambientes militares. Embora apenas a Força Aérea Brasileira (FAB) tenha uma grande, mas não total, transparência em relação à esse tema, Exército e Marinha não tem a mesma postura.
Quase todos os documentos oficiais brasileiros envolvendo UFOs e hoje disponíveis publicamente originaram-se na Força Aérea Brasileira. Alguns documentos originados na Marinha ou no Exército só são conhecidos hoje porque no passado cópias desses relatórios foram enviados à FAB.
Esses documentos eram classificados como confidenciais e secretos e o público não tinha acesso. Só foram desclassificados graças à campanha UFOs – Liberdade de Informação Já, em 2005 e pela aprovação da Lei de Liberdade de Informação, que garante ao cidadão o acesso à informações oficiais confidenciais sobre os temas de seu interesse findado o seu prazo de sigilo.
O Brasil possui hoje 5.883 páginas de documentos oficiais sobre UFOs. Tratam-se de relatórios, fotos, desenhos, croquis, cartas, estudos estatísticos, formulários de investigação, ofícios, boletins de ocorrência, registros diversos, originados principalmente na Força Aérea Brasileira, e em alguns casos Exército e Marinha, além de Delegacias de Polícia e Instituições ligadas ao governo brasileiro.
Além dos documentos escritos, existe um documento impresso, contendo fotografias de UFOs, feitas durante a Operação Prato. Existem quatro filmagens de luzes não identificadas, remetidas à Força Aérea Brasileira, além de uma gravação em vídeo, de uma palestra do ufólogo Fernando Cleto Nunes Pereira. Existem ainda 24 arquivos em áudio contendo gravações, sendo duas delas de investigações do Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), nos anos de 1969 e 1970. Outros sete arquivos correspondem à gravações de comunicações entre aeronaves que tiveram encontros com UFOs em espaço aéreo brasileiro. Os oito arquivos restantes contém gravações realizadas na Noite Oficial e que foram base para a pesquisa deste livro. Como estes arquivos fornecem dados de posição, distância e deslocamento destes objetos foi possível plotar estas informações em um mapa, facilitando o entendimento do caso e do desenrolar dos avistamentos.
Para completar nosso conhecimento sobre o tema deste trabalho vamos aprofundar um pouco mais na análise dos documentos impressos já disponíveis.
Existem ao todo 167 páginas de documentos oficiais sobre os casos ocorridos em 1986. Destas, 68 páginas abordam exclusivamente os fatos envolvendo a Noite Oficial, com relatórios manuscritos ou datilografados, relatórios de interceptação, resumos cronológicos, telex e reportagens de jornais de São Paulo e Brasília.
Relatórios Gerais
Os primeiros avistamentos ufológicos registrados em São José dos Campos ocorreram por volta das 20 horas, quando o controlador de voo observou um objeto luminoso a noroeste do aeroporto da cidade. Imediatamente ele entrou em contato telefônico com o APP-SP, para verificar a possibilidade de ser um avião em rota de aproximação para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Tanto esta primeira ligação, bem como os registros de radar realizados naquele momento, detonaram todo o processo de acompanhamento do fenômeno e registro dos fatos para posterior investigação.
Conforme se vê nas primeiras páginas dos documentos manuscritos, a ligação de Sérgio Mota para o ACC-BS resultou em procedimentos internos, neste Centro, pois atendendo à Ordem Geral 1S/018/CCTA, a Defesa Aérea foi informada para tomar as providências cabíveis ao caso. A primeira delas foi entrar em contato com a Torre de São José dos Campos, para coletar as informações do controlador de voo. Em seguida, os militares entraram em contato com o APP-SP, que confirmou a presença dos plotes na área relatada. Ao mesmo tempo em que conversava ao telefone com estes centros, a Defesa Aérea monitorava a partir de seus radares e em alguns momentos pôde registrar a passagem destes objetos.
Após essa descrição geral dos fatos, os documentos registram os horários de início e fim de gravações de telas de radar, bem como de acionamento, decolagem, retorno e pouso dos caças. Isso foi excepcionalmente útil para reconstruir toda a linha do tempo que apresentamos aqui, com certa precisão de horários.
As páginas 4 e 5, do relatório manuscrito, registram outras ações tomadas no âmbito da Defesa Aérea, envolvendo acionamento de aeronaves, o registro dos objetos não identificados nos radares e discussão sobre os procedimentos a serem adotados nesse caso.
Na página 5, existe um trecho interessante, em que o 2º Sargento Orniéres declarou à Defesa Aérea que o comandante do PT-MBZ, Alcir Pereira, informara que objetos luminosos haviam cruzado à sua frente, atrapalhando o pouso de sua aeronave. De acordo com o documento, este teria sido o motivo pelo qual o Major Cerqueira teria acionado os caças às 21h39. Mas levando em conta o áudio da Defesa Aérea, este acionamento teria ocorrido às 22h12. Quando ocorre uma missão de interceptação, primeiro ocorre o acionamento da aeronave de alerta. Imediatamente, os técnicos de solo fazem os preparativos finais para a decolagem da aeronave, enquanto o piloto de alerta se prepara para o voo. Em questão de minutos a aeronave e pilotos estão prontos. Quando isso ocorre, eles mudam seu status para “a postos”.
É possível que Major Cerqueira tenha feito o acionamento de uma aeronave de alerta da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, sem que isso tivesse sido gravado nas fitas disponibilizadas ao público. Com o aparecimento de novos alvos, desta vez próximo à Base Aérea de Anápolis (GO), pode ser que ele tenha acionado outros alertas para interceptar os misteriosos intrusos, sendo tudo isso registrado no áudio disponibilizado pela FAB.
Os documentos impressos registram também o depoimento do controlador de voo Sérgio Mota da Silva e do comandante do PT-MBZ, Alcir Pereira. Entretanto, não fornecem qualquer informação adicional.
Relatórios dos Pilotos
Sem dúvida, o documentos mais interessantes envolvem os relatórios dos pilotos envolvidos nas perseguições aos UFOs, em 19 de maio de 1986. Eles acrescentam dados e detalhes não perceptíveis ou citados ao longo das gravações em áudio e fornecem também impressões pessoais dos envolvidos na operação.
De cada piloto temos um relatório POLREL, seguido de dados manuscritos adicionais e um segundo relatório escrito entre os dias 27 e 28 de maio, datilografado e que foi enviado ao NUCOMDABRA, em Brasília (DF), para compor o material de investigação dos fatos.
O relatório do primeiro piloto a voar em missão naquela noite informa que ele decolou as 22h34, seguindo para São José dos Campos, a uma altitude aproximada de 6 mil metros. Chegando ao local de interceptação, realizou voos circulares sobre a região, conforme ele declarou em suas várias entrevistas, algumas das quais transcrevemos em nos capítulos anteriores.
O POLREL consiste em um formulário, com vários campos, que são preenchidos pelo piloto. O campo K4 intitula-se MOTIVO PARA O INSUCESSO (QDO HOUVER) e ali o militar informou que o objetivo, no caso o UFO, realizava múltiplas performances, ou seja, capacidade de manobra e velocidade que impossibilitaram a aproximação e identificação do alvo. Já no relatório datilografado, ele forneceu detalhes precisos sobre a posição do objeto ao qual ele iniciou uma perseguição, além das interferências sofridas no caça durante a perseguição. Todas essas informações coincidem com as verificadas nas gravações e nas entrevistas concedidas pelo piloto, ao longo dos anos.
Os relatórios do Capitão Jordão não acrescentam maiores detalhes ao que já sabemos. Eles citam o momento em que o JB-07 foi seguido por treze UFOs, além da interceptação à um objeto luminoso, de cor avermelhada, ao sul da cidade de São José dos Campos (SP).
O relatório do Capitão Viriato, do JG-116, foi bem mais completo, citando que após a decolagem o piloto dirigiu-se para uma área entre Anápolis e Goiânia, onde estava sua área de busca. Ao longo de toda a missão, ele permaneceu em uma altitude variando entre os níveis 090 e 120 (entre 2.700 m e 3.600m), em perseguição aparente à apenas um objeto, que aparecia no radar de bordo e de superfície, mas que não foi avistado em nenhum momento.
O relatório datilografado do Capitão Rodolfo da Silva e Souza é especialmente interessante pela narrativa do piloto sobre fatos ocorridos ao longo da perseguição. A descrição do comportamento do alvo ao qual ele perseguia é muito semelhante ao que foi descrito pelo comandante Alcir Pereira, no avião Xingu, sobre a região de São José dos Campos (SP).
“Aparentemente, esse alvo evoluía sem padrão definido, do setor já descrito acima [Sudeste de Anápolis]. Sua velocidade estimada durante a interceptação era de no máximo 200 Knots [370 Km/h] até o momento em que o radar de solo tinha “plotes” confundidos [indicando que UFO e aeronave estavam muito próximos]. Após, reaparecia numa posição 20 ou 30 milhas náuticas [37 km à 55 Km] distante do ultimo plote”.
[Trecho do relatório do Capitão Rodolfo da Silva e Souza]
As informações contidas nesses documentos completam as informações obtidas nos áudios gravados naquela noite, bem como complementam aquelas dadas em diferentes entrevistas, desde maio de 1986. Estes dados poderiam ser melhor entendidos se tivéssemos a disposição as telas de radares gravadas naquela noite. Segundo o físico do INPE e ufólogo Ricardo Varela Correa, que gentilmente escreve o prefácio deste livro, tais gravações provavelmente nem existam mais, pois naquela época era muito comum o regravamento das fitas VHS. Particularmente, este autor considera que esse evento pode ter sido significativo o suficiente para que tais gravações tenham sido preservadas, mas devido a algum critério técnico não tenham sido inseridas no material já desclassificado sobre o caso. Soma-se à isso, uma possível gravação realizada por câmeras internas a bordo dos caças utilizados. Sabe-se que estes aviões, em diferentes Forças Aéreas, podem e fazem uso destes equipamentos para os mais diversos fins. Se estas aeronaves militares portavam equipamentos de filmagem teríamos, então, um elemento de pesquisa riquíssimo.
Outros Documentos
Os outros documentos que compõem o lote de documentos reúnem reportagens de jornal, coletadas nos dias que seguiram ao anúncio oficial da FAB, em 21 de maio. Elas foram especialmente úteis para a compilação dos casos ocorridos na onda ufológica de 1986, e também permitiram reconstituir, com mais precisão, a sequencia de fatos que envolveram a coletiva de imprensa promovida pela Aeronáutica, em 23 de maio. Adicionalmente, elas forneceram vislumbres do clima de mistério que se espalhou pelo país nos dias subsequentes. Imagino, que se esse caso ocorresse hoje, com toda a tecnologia de registro de imagens e comunicação que temos hoje, certamente demoliria todo o ceticismo científico em relação ao tema e seria, certamente, um dos casos mais bem documentados da Ufologia Mundial.
Além das reportagens, este acervo contém, na íntegra, o Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), edição 168/173, que aborda entre vários casos, a onda ufológica de 1986. O notável trabalho do médico e ufólogo Walter Buhler complementa informações da imprensa, incluindo alguns casos envolvendo aeronaves comerciais e que por algum motivo não aparecem nos registros da FAB. O acervo contém também um apanhado cronológico referente à noite de 19 de maio, com os eventos documentados pela Força Aérea Brasileira.
Essas informações são corroboradas pelo relatório assinado pelo 1º Tenente Francisco Hugo Nunes Freitas, chefe Controlador do COpM, que foi enviado ao Chefe da Seção de Informações daquele Departamento.
O relatório divide-se em quatro partes, sendo que na sua introdução ele relata as informações registradas junto à Torre de Controle de São José dos Campos e com o comandante Alcir Pereira. Na segunda parte do relatório, ele apresenta as tentativas de interceptações, realizadas por caças da Força Aérea Brasileira. A terceira parte, por sua vez, apresenta novamente um resumo cronológico dos eventos daquela noite. O trecho mais interessante desse documento é sua conclusão, onde o Tenente Hugo descreve dados relativos às detecções de radar.
“As observações radar feitas pelo COpM 1, foram todas em forma de “PLOTS”, não chegaram a constituir pistas. Houve um grande número de “PLOTS” na região de São José dos Campos e um número menor na região de Anápolis. As informações do radar de Anápolis não coincidiram com a dos radares do Gama. Os acionamentos, portanto, basearam-se mais sobre informações do radar daquela TMA do que propriamente dos radares do Gama”.
[Tenente Francisco Hugo Nunes Freitas]
De acordo com o documento, os sinais foram todos em forma de plots, ou seja, alvos desconhecidos sem movimento aparente, que rapidamente desapareciam das telas, aparecendo novamente em outro local. Isso de certa forma contraria alguns momentos descritos nas gravações, em que se constatou, por radar, um real movimento nestes objetos, o que configuraria uma pista.
Outro dado interessante refere-se ao fato de que as operações de interceptação ocorreram sob orientação dos radares de Anápolis, ao invés do Gama. Talvez isso se deva pelo fato de que os equipamentos do Gama eram apropriados para monitoramento de tráfego aéreo, sendo configurados para esse fim. Diferente dos instrumentos de Anápolis, que eram programados para defesa do espaço aéreo e interceptação de alvos. Ambas as estações possuíam configurações e objetivos diferentes.
O Relatório Final
Na histórica coletiva de imprensa, realizada no auditório do Ministério da Aeronáutica, em Brasília (DF), para confirmar os fatos envolvendo a chamada Noite Oficial dos UFOs, o então Ministro Brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima prometeu um relatório completo, com o resultado das investigações a ser divulgado dali a 30 dias. Findado esse prazo, o relatório oficial da Força Aérea Brasileira não foi divulgado e o interesse da imprensa rapidamente diminuiu. Apenas em setembro de 2009 a documentação oficial sobre o caso foi desclassificada e disponibilizada ao público.
Ao que parece, a investigação foi finalizada no início de junho daquele ano, pois o seu relatório final foi enviado, por meio do ofício nº 008/CMDO/C-138, para o Comandante do Comando Geral do Ar, Cherubim Rosa Filho. Tanto o ofício de encaminhamento quanto o relatório, propriamente dito, foram assinados pelo Brigadeiro José Cavalcanti de Albuquerque, na época comandante interino do COMDA.
Em sua introdução, o documento informa que:
Em outras palavras, o documento informa que por não ter conhecimento sobre fatos ufológicos e tempo para um estudo mais aprofundado sob esta ótica, prefere ater-se à parte técnica para evitar constrangimentos.
O segundo item, Considerações Iniciais, foca nos dispositivos de Defesa Aérea utilizados naquela noite e aqui existem alguns dados interessantes. Logo no início, o relatório informa que os equipamentos do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (notadamente os utilizados no Controle de Tráfego Aéreo) não eram específicos para uso em situações de Defesa Aérea, com vetores de interceptação, ou seja, não eram apropriados para ações militares, e sim para monitoramento.
O relatório informa que a inicialização de alvos ocorria de forma manual, ou seja, quando um alvo era detectado, o operador iniciava o rastreamento do alvo, ativando sua identificação no console. No caso de um UFO, o sinal surgiria na tela e seria um sinal intermitente, sem identificação, que tanto poderia estar parado quanto em movimento. Em geral, o operador teria uma visualização padrão, de toda a área de cobertura. Em caso de necessidade, ele poderia ampliar determinada área, melhorando a visualização, para monitorar algum tráfego específico, por exemplo. Essa prática de focalizar determinada área prejudicava a visualização de áreas adjacentes e o relatório reconhece que essa situação prejudicou o acompanhamento dos demais alvos não identificados nas telas de radares. O mesmo trecho informa também que os sinais anômalos detectados não eram suficientemente fortes para permitir uma inicialização e posterior acompanhamento destes plotes. O documento também ressalta que o conhecimento e a experiência dos profissionais do COpM influíram positivamente durante as missões de interceptação.
Por fim, outra informação relevante apresentada nessas considerações iniciais refere-se ao monitoramento ocorrido a partir da Base Aérea de Anápolis, melhor preparada para ações militares, que contribuiu de maneira significativa para os procedimentos de interceptação aérea naquela região, com os caças Mirage IIIEBR.
O terceiro item do relatório, intitulado Descrição dos Fatos, faz um apanhado cronológico semelhante, porém mais detalhado do que o existente no relatório do Tenente Hugo. Não seremos repetitivos em reproduzi-lo aqui.
O quarto item, intitulado Considerações Finais, é sem dúvidas o mais interessante, pois apresenta as constatações da Força Aérea Brasileira, dispostas em quatro conclusões.
A primeira conclusão refere-se à coincidência entre relatos visuais e registros por meio de radar.
Essa concordância verificou-se do início ao fim dos eventos daquela noite. Enquanto o Sargento Sérgio Mota da Silva avistava e informava a presença dos UFOs sobre a região de São José dos Campos, os radares do APP-SP e do ACC-BS os detectavam nas mesmas posições informadas. O mesmo aconteceu durante as missões de interceptação aérea. Tenente Kleber Marinho, piloto do Jambock17, avistou uma luz, que foi captada tanto no seu radar de bordo quanto nos instrumentos do Pico do Couto, localizado em Petrópolis (RJ). Na madrugada do dia 20, o ACC-BS detectou um UFO que depois foi confirmado visualmente pelos tripulantes de um voo comercial da VARIG. Os relatos das testemunhas visuais foram coincidentes para as mais diversas testemunhas, civis e militares, que descreveram dados muito semelhantes envolvendo aparência, movimento e velocidade destes aparelhos.
A segunda conclusão envolve as características observadas e documentadas referentes nos UFOs que sobrevoaram São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
O relatório elenca seis características distintas observadas nestes aparelhos. A primeira refere-se ao fato de diferentes radares captarem objetos que eram também observados, o que confirma sua materialidade, reforçando a primeira conclusão do relatório.
A segunda e a quinta características envolvem as variações bruscas de velocidade em tais aparelhos, que ora permaneciam estáticos, ora aceleravam bruscamente, chegando a 18 mil Km/h, um feito que nenhuma aeronave terrestre, de qualquer país, conseguiu até o momento.
A terceira característica observada refere-se à variação de altitude observada ao longo daquela noite. O Coronel Osíris Silva relatou que quando estava sobrevoando, a 600 metros de altura, a região de Taubaté (SP), observou um objeto luminoso abaixo de seu avião. Já o Tenente Kleber relatou que o alvo que ele perseguia estava em ascensão e já se confundia com as estrelas dada a aceleração e distanciamento em relação ao caça.
A quarta característica refere-se à aparência luminosa multicolorida, relatada por várias testemunhas, com cores variando entre branca, verde e avermelhada.
A sexta e ultima característica citada refere-se à capacidade de manobra de tais objetos, que em alguns casos voavam em zig-zag, conforme relatado pelo Capitão Viriato e pelo Tenente Kleber, ora faziam movimentos em ângulo reto, com mudanças bruscas de direção, em ângulo reto e sem perda de velocidade, o que despedaçaria aeronaves convencionais, notadamente aquelas que atingem velocidades supersônicas.
Após enumerar as características de manifestação o documento apresenta a principal conclusão, do ponto de vista ufológico.
Ao longo de toda a manifestação ficou bem claro que ela ocorreu sob um princípio inteligente, coordenado, com intenção e propósito. Os alvos eram sólidos, pois foram avistados e registrados nos radares e responderam de forma inteligente à sinais luminosos e à manobras das aeronaves em perseguição. O documento, entretanto, faz uma ressalva importante: “não forçosamente tripulados”, ou seja, para os militares talvez eles não fossem de fato tripulados, sendo algo como um drone telecomandado. Essa conclusão soa um pouco estranha, pois um objeto não tripulado possui tamanho menor, se comparado com um tripulado. O que dizer então dos artefatos com 100 metros de diâmetro ou mais, avistados e relatados naquele dia? Apenas se levarmos em conta possíveis tripulações é que podemos explicar o tamanho de veículos com estas dimensões.
A quarta conclusão destaca a eficiência das unidades aérea mobilizadas naquela noite, em especial as envolvidas com interceptação aérea, cumprindo a missão para a qual foram escaladas.
Cabe aqui um voto de louvor aos nossos militares, que diante de um fato desconhecido, frente à uma potência muito superior em termos tecnológicos, cumpriu sua missão com louvor e eficiência dentro das devidas condições. Nossos corajosos pilotos entraram em perseguição aérea, prontos para combate, em caso de necessidade, tendo como um possível adversário uma potência desconhecida e muito possivelmente não humana, que em nenhum momento ela se mostrou hostil. Na verdade, seu comportamento foi puramente curioso e analítico.
Dentro de suas possibilidades, a Força Aérea Brasileira este pronta para defender o espaço aéreo brasileiro, mantendo a segurança dos céus do país. À estes valorosos homens nosso respeito e gratidão!
Referências:
- Arquivos CIPEX
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- Relatórios de voo, de caças que decolaram em missão de interceptação aos OVNIs, em 19 de maio de 1986. Arquivo em PDF, com 7 páginas (2.14 MB).
- Despacho nº 022/A2/C-376, relatando fatos ufológicos ocorridos em setembro de 1986, envolvendo pilotos da FAB. Arquivo em PDF, contendo 9 páginas (2.84 MB).
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- Gravações da Noite Oficial: Fita 1 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 1 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 2 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 2 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 3 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 3 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
- Gravações da Noite Oficial: Fita 4 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar 98 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 4 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar 98 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 5 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock 07 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 5 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock 07 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 6 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar-116 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 6 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar-116 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 7 – Lado A – Gravações telefônicas diversas
- Gravações da Noite Oficial: Fita 8 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock- 17 e a Defesa Aérea
- Gravações da Noite Oficial: Fita 8 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock- 17 e a Defesa Aérea
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- Reportagem do programa Fantástico da Rede Globo exibido em 22/05/2016.
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