Em setembro de 1951, houveram vários casos de avistamento, captação por radar e perseguição de OVNIs por caças da Força Aérea Americana (USAF). Nessa época, a política de acobertamento funcionava a pleno vapor, e se fez presente em todos os casos ocorridos naquela época, em território americano, australiano, inglês e canadense, além de regiões controladas pelos americanos, notadamente áreas de conflito na Coréia do Norte e nas bases militares americanas no Japão.
Entre os casos ocorridos naquela época, os incidentes de Fort Monmouth merecem destaque, não só pelos testemunhos dos militares envolvidos, como também pela confirmação por radar e pelas manobras de acobertamento dos militares americanos, levadas a cabo logo após a ocorrência dos avistamentos.
Fort Monmouth é uma instalação militar americana situada no condado de Monmouth, Nova Jersei, fundada no começo do século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial foi um importante campo de instrução de oficiais. No período pós-guerra, For Monmouth continuou recebendo e formando oficiais. Foi a partir destas instalações que alguns OVNIs foram registrados naquele mês de setembro de 1951.
O primeiro incidente ocorreu por volta das 11:10 hs da manhã do dia 10 de setembro, quando um alvo desconhecido surgiu na tela de um radar AN/MPG-1. O objeto deslocava-se em alta velocidade, em baixa altitude (valor exato indeterminado), 11 km a sudeste de Fort Monmouth. O objeto deslocava-se seguindo a linha da costa e em uma velocidade superior ao dos aviões da época. O objeto continuou sendo rastreado até desaparecer a 12,8 km a nordeste. Quem operava o radar era um técnico experiente, que no exato momento em que o OVNI surgiu, realizava uma demonstração para oficiais ali presentes. Ele assumiu que o objeto seria uma aeronave deslocando-se em alta velocidade, em função da dificuldade de rastrear o alvo desconhecido. Seu equipamento estava programado para rastrear aeronaves convencionais que na época chegavam a 700 mph. Velocidades superiores à isso, era muito dificil fazer o rastreio do alvo.
Pouco depois, por volta das 11:35 hs, ocorre um novo episódio, desta vez com contato visual. Tenente Wilbert S. Rogers, veterano da Segunda Guerra Mundial, e o Capitão Ezra S. Ballard, voavam a bordo de um avião T-33, da Força Aérea Americana. Eles haviam decolado da Base Aérea de Dover, em Delaware, para a Base Aérea de Mitchell, em Nova York. O avião voava rumo NNE, a 450 mph, a 20 mil pés de altitude. Nas proximidades de Sandy Point, o tenente Rogers observou um objeto voador, descendo em direção à Sandy Point. Tal objeto nivelou e manteve sua altitude durante alguns segundos, tempo suficiente para o tenente perceber que o objeto tinha formato discóide, de aspecto prateado, tendo entre 9 e 15 metros de diâmetro e não refletia a luz solar. O piloto decidiu interceptar o objeto e realizou uma manobra a esquerda para seguir o objeto. Durante esta manobra ele desceu o avião de 20 mil para 17 mil pés. Durante este manobra, o capitão Ballard avistou o objeto, que realizava uma manobra descendo de 8 mil para 2 mil pés nas proximidades de Freehold. Durante esta manobra o objeto desapareceu, justamente quando cruzava a costa. Quando desapareceu, o avião encontrava-se a 550 mph. Nenhum objeto voltou a ser visto naquele dia. O piloto seguiu então para a Base Aérea de Mitchell onde reportou o fato aos seus superiores. Este relato acabou caindo na imprensa que divulgou o episódio. Mais tarde naquele mesmo dia, militares da base lançaram um balão meteorológico e solicitaram que radares rastreassem o alvo, no intuito de determinar a altitude máxima que um balão pode ser observado.
Na manhã do dia seguinte, 11 de setembro, ocorreu uma nova aparição ufológica confirmada por radar. Por volta das 10:50 hs, dois radares SCR 584, registraram um mesmo alvo, a a 27.4 km a nordeste de Fort Monmouth, e numa altitude de 31 mil pés (9440 m). Este radar estava capacitado para registrar alvos com velocidades superiores a 700 Mph, mas também apresentou dificuldades em rastrear o objeto em função de sua velocidade e voo irregular.
Ainda naquele dia, por volta das 13:30 hs, outro OVNI foi captado pelo radar SCR-584. O objeto realizava manobras erráticas, com grande agilidade, sobre a região de Navesink, Nova Jersei, a 6 mil pés de altitude. Em dado momento, o objeto pairou estático no céu. Diante disso, os operadores saíram na tentativa de confirmar visualmente o objeto. Entretanto, havia muita nebulosidade e eles voltaram ao equipamento. Então o objeto começou a elevar-se com muita rapidez. Após pairar novamente o objeto deslocou-se em direção sudeste, em altíssima velocidade.
A Força Aérea Americana (USAF), na época, mantinha um departamento de investigação de casos ufológicos, chamado Projeto Grudge. Este comitê funcionava de modo análogo ao do Projeto Blue Book, sendo de carater desmistificador e seguindo o protocolo tradicional das autoridades americanas frente à este tema. Para estes casos, a USAF atribuiu como origem: balões, inversão térmica e confusão por parte das testemunhas. Balões teriam originado a maioria dos casos de registro por radar, com excessão daquelas com movimento irregular e em alta velocidade. Para estes a causa seria inversão térmica. Os pilotos de T-33, por sua vez, teriam confundido balões, soltos pela base em For Monmouth, com discos voadores.
Se levarmos em conta o comportamento tradicional da USAF, neste e em outros casos, percebe-se que os militares rapidamente agem no sentido de embaralhar as informações e relatos sobre o tema. O uso de balões, justamente naquele período parece reforçar isso. Pouco depois do primeiro registro por radar, em 10 de setembro, dois balões foram lançados. Eles tinham aproximadamente 8 pés de diâmetro (2,5 m), tinham formato arredondado e subiam numa razão de 8 pés por minuto (9 milhas por hora ou 14,6 Km/h). Seu deslocamento horizontal ocorre ao sabor dos ventos, portanto não se explica os movimentos erráticos (comum em casos ufológicos) e aqueles aparentemente inteligentes, como o observado nos avistamentos do dia 10. Curiosamente, se observarmos os horários, constantes nos documentos oficiais, referentes ao caso, observamos que a versão oficial não se sustenta. Observando-se a trajetória desenvolvida pelo avião, os horários de lançamento dos balões, e da observação do disco voador, conclue-se que durante a manobra de interceptação os balões seriam vistos inicialmente à frente do caça, em velocidade baixa e movimento ascendente, passando à direita e em questão de segundos atrás do caça. Ao contrário disso, temos um objeto em forma de disco, prateado, vindo pela frente, passando à esquerda em manobra e desaparecendo sobre o oceano.
“Eu não sei se era um disco voador, mas com certeza era algo que eu nunca tinha visto antes. Nós não conseguimos tê-lo pego com um F86. Eu apontei-o para o Capitão Ballard que sugeriu que nós tentássemos segui-lo, mas nós descobrimos que não dava. Ele era muito rápido. Não pode ser um balão porque ele estava descendo e nenhum balão voa naquela velocidade”. Tenente Rogers.
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