Este é um caso pouco conhecido dos ufólogos brasileiros. O trecho a seguir foi publicado no livro: A História do Ocultismo Século XX: Ciência e Futurologia; página 283 – 289:
“Acontecido aqui mesmo no Brasil, há um caso inédito do aparecimento de um OVNI, cujos tripulantes entraram em contato com um simples cozinheiro e lhe fizeram uma revelação espantosa, que se confirmou plenamente. O fato é absolutamente desconhecido dos aficcionados do assunto em nosso país, e muito menos no exterior. Aconteceu no ano de 1939, uns dois ou três meses antes do início da Segunda Guerra Mundial. Na época não se falava em discos voadores e nem eles eram vistos com freqüência com o qual passaram a se mostrar nos anos pós-guerra.
Distante cerca de quinze quilômetros da sede do município de Coroaci, estado de Minas Gerais, num local conhecido como a Serra do Gordo, uma família de garimpeiros tentava descobrir uma jazida de mica, minério de grande ocorrência na região e muito procurado então por vários países do mundo inteiro, principalmente os Estados Unidos, Alemanha e Japão. O Brasil foi um grande exportador de mica nos anos que antecederam a guerra.
Desde o início do ano (1939), a família Lucindo, composta de pai, três filhos rapazes e um genro do velho João Lucindo, abria túneis seguidos na Serra do Gordo, sem conseguir acertar o minério que forçosamente, deveria estar no interior da serra, tendo em vista as suas inúmeras aflorações superficiais na zona explorada.
Em meados de julho, João Lucindo, seus filhos e o genro começavam a desanimar com a exploração, mesmo porque os seus recursos já estavam praticamente esgotados. Aquela face da serra, sujeita ao sol da tarde e portanto mais propícia a conter as esperadas concentrações do minério, já fora furada por túneis de 40, 50 e mais metros de profundidade, em diversos níveis, mais alto e mais baixo, e nada compensador fora encontrado.
Vicente Lucindo, o mais novo dos três irmãos, era o cozinheiro do grupo. Como a barraca que habitavam fora construída a meia altura da serra, ele tinha um logo percurso de descida e subida para se abastecer da água necessária para a sua cozinha e para o abastecimento pessoal de todo o grupo durante o dia. A pequena nascente ficava no fundo de uma grota que se formava no sopé da serra. Naquele dia de julho, Vicente se atrasara em seus afazeres e o jantar saíra muito tarde. Ele ainda tinha que ir buscar pelo menos uma lata de água para o café da manhã seguinte, além da que era necessária para que seu pai e os outros fizessem sua precária higiene matinal antes de se dirigirem para o trabalho.
Começava a escurecer e a lua crescente já aparecia sobre o topo da montanha quando o cozinheiro, lata vazia na mão direita, espingarda cartucheira dependurada ao ombro, começou a descer a trilha íngreme que o levaria à nascente. A espingarda poderia proporcionar-lhe alguma caça para o dia seguinte. Àquela hora não seria difícil que ele surpreendesse um tatu, um coelho, se tivesse mais sorte até uma paca, atravessando distraidamente o seu caminho. Também não era difícil que uma onça pintada estivesse traiçoeiramente escondida entre a capoeira grossa, a cavaleiro da nascente, à espreita de jantar qualquer presa de carne que andasse menos prevenida por aqueles solidões, naquele início de noite. Vicente Lucindo e seus companheiros estavam acostumados a escutar os seus fortes miados nas bocainas da serra, quase todas as noites, quando já estavam recolhidos em suas camas rústicas. Muitas vezes viram-lhes os rastros nas imediações de sua frágil barraca de pau a pique. Mas naquela especial noite de julho ele teria um encontro inesperado, com seres estranhos, contra os quais a sua famosa e respeitada espingarda cartucheira de nada valeria.
E foi assim que ele contou a sua incrível história, que a confirmação física de um dado tornaria verossímil:
Quando me aproximava da nascente, comecei a ouvir um silvo prolongado, uma espécie de `zziiiiiii` que não fui capaz de identificar com coisa nenhuma conhecida, nada que eu já tivesse ouvido. Comecei a olhar para um e outro lado da trilha, para trás e para frente à procura do que estaria produzindo aquele ciciado. Lembrei-me de olhar para cima e não vi nada. Então pensei que talvez estivesse com algum problema nos ouvidos. Parei à beira da nascente e coloquei a lata no chão. Já escurecera de todo, mas a claridade da luz passando entre as copas das árvores me permitia uma boa visão do local. Lembro-me bem de que eu estava aborrecido e intrigado com o ruído que continuava incessante em meus ouvidos. Abaixei-me para encher a lata de água na bica baixa que tínhamos colocado na nascente. Foi então que notei uma claridade diferente no local. Larguei a lata de repente e me levantei com a espingarda na mão, fiz meia volta em direção à trilha, pronto para disparar contra qualquer coisa que aparecesse. eu tivera a impressão que a claridade fora provocada pelo foco de uma grande lanterna de pilhas, dessas que funcionam com 4 elementos e que muitos garimpeiros apreciam ter para suas saídas noturnas.
Verifiquei rapidamente que não havia ninguém nas imediações e que eu me encontrava sempre no centro do círculo de claridade, que calculei que ter uns cinco metros de diâmetro. Interessante foi constatar que embora eu me movesse para um e para outro lado, para frente e para trás, permanecia sempre no centro do círculo. Aos poucos notei que já não podia me mover do lugar onde eu me encontrava, como se meus pés estivessem colados ao chão da clareira. E foi então que eles apareceram.
Dois homens altos, tendo no mínimo 1,80 m de altura, pois eram mais altos do que eu, que tenho 1,75 m, com uma espécie de malha metálica cobrindo seus corpos desde os pés até o pescoço. Não pude distinguir bem os seus rostos, envolvidos em uma claridade que me ofuscava, mas pelo que pude perceber eram rostos humanos normais. De repente entendi que estavam me dando uma ordem e olhei para cima: não vi as copas das árvores e, a uma altura de talvez uns cinqüenta metros, pairava um objeto parecendo um enorme prato de fundo para baixo, que girava sobre si mesmo sem sair do lugar e era dele que vinha o silvo que eu escutava.
A seguir, ainda olhando para cima, como que magnetizado pelo foco de luz que descia do estanho prato, vi que no seu fundo se abria uma espécie de escotilha através da qual pude perceber claridade intensa dentro dele. Percebi que um, não me lembro bem se os dois, dos seres estranhos que estavam comigo em terra, pegou-me pelo braço e subi com ele, com uma sensação de que estava sendo sugado e entramos pela escotilha da nave misteriosa. Pareceu-me ter entrado num imenso laboratório que poderia se prestar para inúmeros fins. Comecei a sentir certo embotamento nos sentidos, mas percebi bem que me despiam e que a seguir fui submetido a diversos exames fisiológicos. Entendi também que um deles me dizia que nada de mal iria me acontecer e que eles iriam prestar a mim e a minha família um grande benefício. Depois só me lembro de estar chegando de volta a nossa barraca, com a lata cheia de água na cabeça, a minha espingarda no ombro e sem sentir nenhum cansaço pela longa subida. Meu pai e um de meus irmãos já estavam para ir a minha procura, pois eu me demorava mais do que o tempo costumeiro. Na verdade eu me perguntava sobre o benefício que o estranho me prometera fazer à nossa família, enquanto inventava uma história de uma longa perseguição a uma paca, para explicar a minha demora. Não estava nada disposto a sofrer a incredulidade crítica de meu pai, de meus irmão e de meu cunhado, caso lhes contasse o que verdadeiramente acontecera comigo. Iria ser motivo de chistes e risadas deles durante muito tempo. No entanto, se houvesse tal benefício, aí sim, eu poderia revelar o episódio de que fora protagonista.
Pouco depois fomos deitar, mas não consegui dormir. Primeiro pelo próprio acontecimento que acabava de ocorrer comigo, segundo porque insistia em rememorar o que aqueles seres estranhos tinham feito comigo no interior da nave, e principalmente, procurava lembrar-me de alguma coisa especial que me tivessem falado. Já era madrugada, o dia não tardaria a amanhecer, quando, não sei se dormindo ou acordado, lembrei-me de que um dos extraterrestres me dissera: `Abram um túnel do outro lado da montanha, no mesmo nível e a 10 metros à direita de uma grande rocha que encontrarão lá sem grande trabalho. Sigam com o túnel em linha reta para o interior da montanha e antes de atingirem a profundidade de 30 metros vão encontrar muito minério de malacacheta`.
Lembrava-me bem de ter ouvido o estranho personagem dizer `malacacheta` e não `mica`, como nós dizíamos. Mas eu sabia que a significação era a mesma. Como eu poderia dizer isso a meus companheiros? Depois de muito pensar no assunto, resolvi falar sobre um hipotético sonho que tivera, durante o qual a revelação me fora feita. Mas antes de fazer isso, eu fui sozinho procurar a rocha. Para minha surpresa e alegria, não foi difícil encontrá-la. Então eu não fora, como estava desconfiado, vítima de uma desconcertante alucinação. Contei a meu pai o ‘sonho` e ele foi comigo do outro lado da montanha para ver a grande pedra que eu tinha descoberto. No mesmo dia começamos a abrir o túnel de exploração 10 metros à direita dela. Menos de um mês depois, com 27 metros de profundidade encontramos o minério e, como me fora dito pelo extraterrestre, em grande quantidade.
Só então contei a meu pai e a meus irmãos o meu encontro com os seres de outro planeta e a minha estada na sua nave. Falhei-lhes da revelação que me fora feita e que acabávamos de comprovar exata com a feliz descoberta do minério. Mas eles me olharam incrédulos e preferiram achar que tudo não passara realmente de um sonho. Mas eu tinha certeza de que não sonhara. Estivera realmente numa nave extraterrena em companhia de seus tripulantes. No entanto se eu insistisse no fato verdadeiro, à época em que se passou, teria sido taxado e, o que é pior, considerado fraco do juízo. Mas para minha tranqüilidade, vivi até o tempo em que os aparecimentos desses objetos voadores desconhecidos e os contatos com seus estranhos tripulantes tornaram-se bastante comuns em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Vicente Lucindo morreu no ano de 1970, pouco depois de ter me revelado o que acabo de narrar. Havíamos combinado sua vinda ao Rio de Janeiro, onde eu pretendia pô-lo em contato com alguns ufólogos para que seu caso pudesse ser devidamente levantado e cadastrado nos arquivos da ufologia brasileira. Sua morte frustrou a nossa intenção, mas não me impediu de fazer a revelação de sua estranha experiência.
Referências:
- A História do Ocultismo — Pré História e Antiguidade – Ed. Abril
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