Em 10 de Julho de 1977 ocorreu, em Pinheiro (MA), um interessante caso de abdução, com vestígios físicos e um processo de cura, envolvendo o sitiante José Benedito Bogea.
Neste artigo:
Introdução
Em 10 de Julho de 1977, o agricultor José Benedito Bogea, que morava na zona rural da cidade de Pinheiro (MA), passou por uma experiência insólita. Em sua atividade, Bogea tornou-se relativamente próspero e na época do caso morava seis quilômetros a sudoeste de Pinheiro.
Sua experiência de abdução começou quando ele estava caminhava por uma estrada por volta de uma hora da manhã até o local onde pegaria um ônibus para Pinheiro.
“Eu tinha uma lanterna porque estava muito escuro. De repente, uma luz brilhante azul-esverdeada apareceu no céu e me perseguiu por cerca de duzentos metros. Depois circulou sobre um arbusto à minha frente e ficou ali, três ou quatro metros acima do solo. Pude ver uma coisa em forma de V de quinze a vinte metros de comprimento, com um feixe de luz laranja descendo para o chão. Eu levantei meu braço e apontei minha lanterna para ele, e em um instante vi um flash brilhante de luz. Ele me derrubou e senti como se tivesse levado um choque elétrico. Então eu desmaiei“.
Ele recuperou a consciência na manhã seguinte e várias horas depois começou a sentir muita dor.
“Meu braço direito estava completamente dormente, meus rins, minha coluna, meu lado direito doíam muito, muito. Achei que ia morrer. Fiquei oito dias sem apetite. Eu não queria comer nada. Tive que usar uma bengala porque não conseguia ficar de pé com a perna direita, e não conseguia segurar nada com a mão direita porque ia cair da minha mão. Fiquei aleijado por dois meses”.
Cidade Estranha
Ao acordar, deparou-se com uma cena estranha. Naquilo que ele interpretou como um sonho viu uma estranha cidade e seus jardins.
“Quando eu acordei do desmaio, estava em uma cidade estranha, com avenidas largas e belos jardins. Procurava o Sol, mas não o via. Alias… Não via nada no céu, só um espaço vazio“.
Ele viu muitas pessoas nesta cidade. Todos eram muito parecidos, todos com cerca de trinta anos, um metro e meio de altura, magros e estavam vestidos com roupas com cor cinza e marrom, alguns de azul claro. As mulheres usavam vestidos longos, os homens túnicas e calças.
“Eles se pareciam conosco. Pareciam ser brasileiros, mas não havia negros, nem velhos. A maioria tinha pele clara e olhos de cores diferentes, azuis, castanhos. As mulheres eram bonitas e tinham longos cabelos loiros. Todos os homens tinham cabelos curtos, barbas e bigodes. As pessoas pareciam estar conversando umas com as outras, mas eu não conseguia ouvir nada. Certa vez, uma delas fez sinal para que eu entrasse em uma grande sala. Havia de quinze a vinte pessoas lá que pararam e olharam para mim. Outro homem fez um gesto para que eu me sentasse em um sofá“.
Bogea ficou sentado por um tempo, sendo observado, e então foi autorizado a sair. Em seguida ela caminhou pela cidade. Onde quer que ele fosse, um homem seguia alguns passos atrás dele. Nenhum dos prédios tinha mais de um andar e todos eram parecidos. A temperatura era uniformemente baixa em todos os lugares, como se toda a cidade tivesse ar condicionado. Onde quer que Bogea fosse, as pessoas olhavam para ele, mas ninguém lhe dizia nada ou se aproximava dele. Ele viu vários veículos que pareciam Fuscas, mas não tinham motores nem volantes. Dentro de cada um ele podia ver duas pessoas que apertavam botões, fazendo com que as antenas subissem ou abaixassem. Ele também viu cerca de vinte objetos em forma de disco no chão em uma área que lhe parecia um aeroporto.
Em seu depoimento, disse acreditar que eram OVNIs, mas nenhum era como o triangular que o atingiu e ele também vão viu tal objeto enquanto esteve nessa cidade. Bogea não sabe quanto tempo ficou na cidade. Sua visita terminou abruptamente quando o homem que o seguia fez sinal para que ele entrasse em um dos veículos. Quando o fez, adormeceu imediatamente. Então veio o segundo desenvolvimento incomum.
Quando Bogea acordou novamente, ele se viu parado ao lado de uma rodovia perto do porto marítimo de águas profundas de Itaqui, 13 quilômetros a oeste de São Luís, a capital do estado. Eram oito e meia da manhã seguinte, cerca de sete horas após avistar o objeto em forma de V. A distância entre Pinheiro e São Luís é de aproximadamente 114 Km. O trajeto levava, na época, em torno de hora de carro até um terminal de balsas em Itaúna, no lado oeste da Baía de São Marcos, depois um passeio de balsa de duas horas pela baía, seguido por mais quinze minutos de carro até São Luís. Uma viagem podia levar muitas horas a mais porque a balsa funcionava apenas durante a maré alta e os passageiros geralmente tinham longas de esperas. Ele ficou intrigado ao se encontrar lá, mas decidiu ir para São Luís, uma cidade que ele conhecia, e pegou carona com um caminhoneiro.
Recuperação Dolorosa
Nesse momento, ele percebeu um fenômeno visual interessante. As cores pareciam mais intensas e deslumbrantes. Ele permaneceu em São Luís por aproximadamente uma hora. Ao final desse tempo, as cores voltaram ao normal e a partir desse ponto ele começou a sentir uma dor terrível no lado direito do corpo.
“Achei que ia morrer. Eu me senti tão mal que queria ir para um hospital, mas não queria deixar meus filhos sozinhos“.
Bogea era viúvo. Sua esposa havia morrido vários anos antes e seus quatro filhos viviam sozinhos. Um conhecido o ajudou a entrar no ônibus para voltar para casa. Quando chegou em Pinheiro, ele se sentia tão mal que teve que pedir a um taxista para ajudá-lo a entrar no táxi para ir para sua casa.
Ao longo de dois meses, Bogea permaneceu em casa, recuperando-se do incidente. Para deslocar-se precisava do apoio de uma bengala.
Fenômeno de Cura
Treze anos antes de sua abdução, Bogea passou por um procedimento cirúrgico no nariz porque ele vinha sofrendo de fortes dores de cabeça. A operação curou as dores de cabeça, mas o deixou surdo e com a visão tão prejudicada que desde então ele passou a usar óculos muito grossos. Ao acordar após sua abdução, em 1977, ele não encontrou seu óculos e percebeu que sua visão havia voltado ao normal.
“Quando vi o objeto e desmaiei, perdi meus óculos. Mas foi só quando cheguei em casa no dia seguinte que percebi que os havia perdido. Desde então, não precisei mais usar óculos“.
Bogea era também surdo. E percebendo que havia sido curado de sua visão ruim, desejava ser abduzido novamente, para ser curado da surdez.
“Eu também posso ouvir um pouco agora. Ouço latidos de cães e buzinas de carros, e às vezes ouço o telefone tocar ou se você gritar ou berrar. Agora quero reencontrar essas pessoas para me curar da minha surdez. Achei maravilhoso e muito bonito , mesmo sentindo muita dor. Acho que o que vi não era deste mundo“.
Em Julho de 1980, Bogea foi atingido por um caminhão, ficando inconsciente por aproximadamente 40 horas. Ele ficou hospitalizado ao longo de um mês e ao final disso sua visão voltou a ser ruim como era antes da abdução.
Detalhes chamam a atenção
Como uma arma de choque, Bogea estava segurando a lanterna na mão direita quando apontou para o objeto, e o feixe o atingiu no lado direito. Ele sentiu uma sensação de formigamento e desmaiou. Os efeitos foram semelhantes aos de uma arma de choque. O raio não o queimou, e ele não sentiu seu efeito doloroso e paralisante até sete ou oito horas depois. Se sua lanterna foi percebida como uma ameaça, então é possível que os tripulantes do OVNI o tenham atingido como uma forma de ação preventiva.
As cores vívidas e quase psicodélicas que Bogea viu ao acordar perto de São Luís podem ter sido parte do efeito impressionante do feixe de luz, muito parecido com ver estrelas ao levar uma pancada na cabeça. Talvez ele tenha sido anestesiado de alguma forma, retardando os efeitos dolorosos. Ele não sentiu tais sensações quando estava na cidade estranha, nenhuma dor e não viu cores extraordinárias.
Outro aspecto incomum foi que ele viu um objeto em forma de V por trás da luz verde-azulada. OVNIs com este formato não são comumente relatados no Brasil. A abdução de Bogea é um tanto típica das abduções que os pesquisadores ouviram nas décadas de 1960 e 1970, quando as pessoas às vezes descreviam belas cidades, avenidas largas e pessoas curiosas e não ameaçadoras. Isso é muito diferente dos sequestros aparentemente mais sinistros relatados na década de 1990 nos Estados Unidos, Porto Rico e alguns outros países.
Nesses casos, as pessoas contam que foram repetidamente removidas de suas casas ou de qualquer outro lugar e submetidas a exames para fins sexuais e possivelmente genéticos, fazendo as vítimas sentirem-se violadas e impotentes em impedir que isso se repetisse.
No sequestro de Bogea, ele achou a cidade estranha linda, mas ficou intrigado com o fato de que não havia céu acima dela, apenas vazio.
Com informações de:
- PRATT, Bob. Perigo Alienígena no Brasil. Tradução de Marcos Malvezzi Leal. Campo Grande: CBPDV, 2003.
- PRATT, Bob. UFO Danger zone. Horus House Press, 1996.
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