
O Fenômeno dos Cabelos de Anjo
Cabelo de anjo é um fenômeno interessante associado à aparições ufológicas e marianas. Trata-se de uma substância pegajosa e fibrosa, semelhante à teia de aranha ou geleia, e em alguns casos levemente radioativa. Teria este fenômeno uma origem natural? Ou seria algo puramente ufológico? Ou ainda… Seria algo puramente divino?
Neste artigo:
Introdução
Existem muitos relatos de quedas de “cabelos de anjos” em todo o mundo. Em todos eles, a substância mostrou-se sedosa e grudenta, que caiu do céu em flocos finos, sendo muito instável e se degradando em contato com oxigênio ou ao simples toque, por parte das testemunhas.
O primeiro relato do fenômeno data do século 18. Em 21 de setembro de 1741, uma espessa queda de Cabelo de anjo ocorreu sobre Selborne, Inglaterra. O fenômeno foi documentado em “The Natural History of Selbourne (England)” por Gilbert White, onde ele o descreveu da seguinte forma: “Uma chuva de teias de aranha caindo de regiões muito elevadas e continuando sem interrupção até o fim do dia. A maioria não eram fios finos flutuando no ar em todas as direções, mas flocos ou trapos perfeitos, entre uma polegada e 5 ou 6 de comprimento, que caíam com um grau de velocidade que eram consideravelmente mais pesados do que a atmosfera. Para todos os lados, o observador olhava, ele podia contemplar uma sucessão contínua de flocos frescos caindo em sua visão, cintilando como estrelas enquanto viravam seus lados em direção ao sol. Quão longe essa chuva maravilhosa se estendeu seria difícil dizer, mas sabemos que atingiu Bradley, Selbourne e Alresford, os três que ficam em uma espécie de triângulo, o menor dos lados tem cerca de 8 milhas de extensão.”
Eles foram reportados pelas testemunhas durante e após as aparições da entidade de Fátima a 13 de Setembro de 1917, 13 de Maio de 1918, 13 de Maio de 1923, 13 de Maio de 1924 e 17 de Outubro de 1957.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em Oloron, França, em 1952. No início da tarde de 17 de outubro, de acordo com uma das muitas testemunhas, o superintendente do ensino médio Jean-Yves Prigent, apareceu uma “nuvem de algodão de formato estranho… Acima dela, um cilindro estreito, aparentemente inclinado em um ângulo de 45 graus, movia-se lentamente em linha reta em direção ao sudoeste… Uma espécie de pluma de fumaça branca escapava de sua extremidade superior.”

Cabelos de anjo coletados em Florença, Itália, em 1957.
Na frente desse “cilindro” havia 30 objetos menores que, quando vistos através de binóculos de ópera , provaram ser esferas vermelhas, cada uma cercada por um anel amarelo. “Esses ‘ pires ‘ se moviam em pares”, disse Prigent, “seguindo um caminho quebrado caracterizado em geral por ziguezagues rápidos e curtos. Quando dois pires se afastavam um do outro, uma faixa esbranquiçada, como um arco elétrico, era produzida entre eles.”
Mas isso foi apenas o começo da estranheza. Uma substância branca, parecida com cabelo, caiu de todos os objetos, envolvendo fios telefônicos, galhos de árvores e telhados de casas. Quando os observadores pegaram o material e o enrolaram em uma bola, ele se transformou em uma substância gelatinosa e desapareceu. Um homem, que observou o episódio de uma ponte, afirmou que o material caiu sobre ele, e ele só conseguiu se extrair dele cortando caminho — ponto em que o material se reuniu e ascendeu.

Cabelo de anjo coletado na Rússia
Uma série quase idêntica de eventos ocorreu em Gaillac, França, dez dias depois.
Esse “cabelo de anjo” é relatado de tempos em tempos. A análise laboratorial de material autêntico (teias de aranha no ar às vezes são confundidas com cabelo de anjo) é impossível porque o material sempre desaparece. No verão de 1957, quando Craig Phillips (diretor do Aquário Nacional de 1976 a 1981) testemunhou uma queda na costa da Flórida, ele coletou amostras e as colocou em potes lacrados. Mas quando chegou ao laboratório, elas tinham sumido.
Em 27 de Outubro de 1954, Gennaro Lucetti e Pietro Lastrucci relataram estar na varanda de um hotel na Praça de S. Marcos em Veneza e ver dois objetos brilhantes, em forma de fuso, voando através do céu e deixando um rasto de cabelos de anjo. Os objetos fizeram uma curva em U e voaram para longe na direção de Florença.
Nessa mesma tarde, um jogo de futebol decorria no Estádio Artemio Franchi, em Florença, quando dois OVNIs que viajavam a alta velocidade pararam abruptamente sobre o estádio. Cerca de dez mil espectadores testemunharam o evento e descreveram os OVNIs como tendo forma de charuto. Foi testemunhada também a queda dos chamados “cabelos de anjo“.

Jornais italianos relatando casos envolvendo cabelos de anjo.
A substância se desintegrava rapidamente se segurada na mão. Alfrede Jacopozzi, um estudante, foi o único que conseguiu pegar alguns fios dela e selá-los em um tubo de ensaio hermético. Jacopozzi então entregou o tubo ao Professor Giovanni Canneri, diretor do Instituto de Análise Química da Universidade de Florença. O Professor Danilo Cozzi, um colega do Prof. Canneri, realizou uma série de testes da misteriosa descoberta. “É um material fibroso, altamente resistente à tensão e à torção. Uma vez submetido à ação do calor, o material escurece e evapora, deixando sedimentos transparentes que derretem. Descobriu-se que o sedimento continha boro, silício e magnésio. Hipoteticamente falando, a substância pode ser algum tipo de vidro de boro-silício”, disse o Prof. Cozzi.
O ufólogo americano Charles Maney sugeriu que o material era “o excesso de energia do OVNI que se materializou”. Segundo ele, “os rastros retornam à sua dimensão ou a algum outro continuum espaço-temporal enquanto desaparecem”. Um ufólogo britânico sugeriu que “cabelo de anjo” era uma variedade de ectoplasma emanado durante uma sessão espiritualista.

Jornal noticiando o caso de Oloron.
BV Lyapunov, um pesquisador da era soviética que fez muito para popularizar a ciência, recebeu uma amostra de “cabelo de anjo” da Nova Zelândia em 1967. Um tubo hermeticamente fechado continha algo desconhecido medindo menos de um décimo de centímetro cúbico. Uma análise abrangente da substância foi conduzida por uma equipe de cientistas. O físico LV Kirichenko, especialista em radiometria, concluiu que a substância “é um material de fibras finas; algumas de suas fibras têm menos de 0,1 mícron de diâmetro. A maioria das fibras está emaranhada em feixes ou “fios” separados medindo 20 mícrons de diâmetro. Os fios parecem um tanto esbranquiçados e semitransparentes. Não há análogos conhecidos para a substância analisada.” Resumindo o estudo do material, o acadêmico IV Petryanov-Sokolov disse que “a amostra é de considerável interesse como um material com fibras extremamente finas. É improvável que o material tenha sido formado pela natureza.”
Infelizmente, toda a quantidade da substância foi usada durante a pesquisa. Nenhuma nova amostra de “cabelo de anjo” foi obtida, embora o fenômeno tenha sido repetidamente relatado neste país.

Cabelos de anjo, coletados em Florença, Itália, em 1957.
Em 1955, um marinheiro dos Estados Unidos avistou dez bolas prateadas cruzarem o céu da Carolina do Norte, seguidas de uma chuva de cabelos de anjo, que cobriu um campo e o fio das linhas telefônicas.
A 2 de Novembro de 1959, o professor Joaquim Guedes do Amaral, diretor da Escola Comercial e Industrial de Évora, foi informado da presença de um objeto estranho que pairava nos céus da cidade. Recorrendo à ampliação de um telescópio, o professor observou com mais detalhe um objeto de forma lenticular que mais tarde se viria acompanhar por um segundo objeto cuja forma e padrões de movimento não correspondiam a nenhum objeto comum ou conhecido.
Nesse mesmo dia, diversas fontes reportaram a queda de filamentos brancos de textura invulgar sobre a cidade, presenciados inclusivamente a centenas de quilómetros de distância pelo piloto Conceição e Silva (mais tarde o Chefe do Estado Maior da Força Aérea) que se preparava para ensaiar um voo a partir da base aérea de Sintra.
Embora tenha durado apenas alguns minutos na base militar, durou quase quatro horas em Évora, cobrindo partes da escola e algumas casas por toda a cidade. De fato, a ‘precipitação’ do filamento permitiu que as pessoas pudessem coletá-lo, embora fosse tão fino quanto teia de aranha.
O professor Amaral reuniu alguns desses filamentos para fazer um exame mais detalhado. Ao observar esses filamentos ao microscópio, descobriu que, na verdade, para sua surpresa, havia uma criatura microscópica com dez tentáculos envoltos por uma substância clara e gelatinosa.
A Dra. María José Escaria Santos, uma bióloga, concluiu que a coisa mais próxima que a criatura se parecia era com a ‘Coelenterata‘, seres marinhos que incluem anêmonas do mar e corais, mas concluiu que nada que ela sabia sobre biologia a permitia classificá-lo. Ele foi classificado como “desconhecido” para a totalidade dos biólogos que o analisaram.
O professor Amaral entregou a amostra à Faculdade de Ciências de Lisboa, pensando que teria uma melhor chance de classificação. No entanto, em 1978, houve um incêndio naquela Faculdade, que destruiu a amostra, impedindo qualquer possibilidade de análise posterior.
Os cientistas concluíram que o chamado cabelo de anjo era produzido por pelo pequeno inseto desconhecido ou talvez algum tipo de organismo unicelular.
Vinte anos depois, este caso chegou ao CTEC (Centro Transdisciplinar de Estudos de Consciência) através de um artigo de 1960, publicado no jornal da cidade de Évora, com o título “Um Grande Disco Voador sobre Évora, Seres Microscópicos Desconhecidos”.
Eles começaram uma investigação em 1979, que os levou para a escola onde o objeto voador foi visto. Ali, os investigadores do CTEC conversaram com pessoas que haviam testemunhado o incidente. Um dos professores viu claramente que havia uma relação de causa e efeito, pois logo após a observação dos discos voadores, os filamentos caíram do céu.

Amostras de cabelos de anjo que foram analisados em laboratório.
No final, no entanto, o CTEC declarou todos os relatos e testemunhos como sendo inconclusivos, embora tenham formulado algumas teorias. Segundo Raul Berenguel, analista do CTEC, não devemos descartar a possível existência de espécies microscópicas capazes de sobreviver em grandes altitudes que não foram ainda descobertas, comparando isto à recente descoberta de bactérias que sobrevivem nos lugares mais inóspitos.
De acordo com relatos espalhados pela Sociedade Britânica de Estudos de OVNIs em agosto de 1998, misteriosas teias de aranha caíram no chão logo após um avistamento de OVNI no Norte de Gales. A Sra. Stanfield, de 60 anos, e sua nora viram “cerca de 20 bolas prateadas no céu” antes de notarem o material parecido com uma teia de aranha que desceu até o chão.
Há momentos em que “cabelo de anjo” cai de um céu azul claro. Moradores da cidade de Montgomery, nos Estados Unidos, relataram a queda de “substância do tipo teia voadora” em 1898. De acordo com a descrição fornecida por testemunhas oculares, os fios do material lembravam fibras de amianto um tanto fluorescentes. Em 10 de fevereiro de 1978, um grande número de fibras pegajosas caiu do céu por duas horas nas proximidades da cidade costeira de Samaru, Nova Zelândia. As fibras pareciam ser “consideravelmente mais finas do que teias de aranha”, mas claramente visíveis contra um céu azul claro.
Algumas das fibras pareciam nós do tamanho de uma bola de tênis; elas estavam se desenrolando lentamente no ar. Outras estavam flutuando em um aglomerado que lembrava o rastro de calor de um avião a jato. “Nunca ouvi falar de algo assim“, disse um porta-voz do Departamento de Pesquisa Científica e Industrial da Nova Zelândia.
Os fatos envolvendo os chamados cabelos de anjo continuaram ao longo dos anos. Devido à dificuldade em se obter amostras destes materiais a investigação sobre estes fenômenos caminha a passos lentos.
Apesar disso, muitas hipóteses e possíveis explicações surgiram. Segundo alguns, os chamados cabelos de anjo nada mais seriam do que fios de teia de aranha.
Sabe-se que alguns tipos de aranhas migram pelo ar, às vezes em grande número, planando em suas teias, que são levadas ao sabor do vento. De fato, alguns casos foram identificados como fios de teias e aranha, mas isso não explica todo o conjunto de eventos documentados como os chamados cabelos de anjo. Primeiro porque poucas espécies de aranhas tem essa capacidade de migração. Segundo porque elas são endêmicas. Não cobrem habitam áreas onde o fenômeno também se manifesta. E em terceiro lugar,
Outra hipótese afirma que a eletricidade atmosférica pode fazer com que as partículas de poeira flutuantes se tornem polarizadas, e a atração entre essas partículas de poeira polarizadas pode fazer com que elas se juntem, formando longos filamentos.
Outras explicações incluem o ar ionizado que poderia ser expelido pelo campo eletromagnético que envolve um OVNI, o que geraria esses resíduos.
Do ponto de vista religioso, tal fenômeno seria originado no véu foi rasgado da Virgem Maria, que seria espalhado pelo ar, dando origem ao título de fio de Maria.
Seja qual fora origem para o fenômeno, cientistas, ufólogos e religiosos continuam suas investigações em torno do fenômeno.
Com informações de:
- https://english.pravda.ru/science/92473-angel_hair/
- https://science.howstuffworks.com/space/aliens-ufos/angel-hair-ufo.htm
- https://encontrosimediatos.wordpress.com/episodios/episodio-2-dossier-evora/
- https://ufo.com.br/do-fundo-do-bau-cabelos-de-anjos-na-franca/