
O Misterio Big Buddy Monster continua
A história do Grande Monstro da Lama é uma das lendas mais conhecidas do sul de Illinois e teve origem na cidade de Murphysboro. Durante duas semanas angustiantes no verão de 1973, a cidade rural de Murphysboro, Illinois, tornou-se o epicentro de uma série aterrorizante de encontros com uma enorme fera albina, que viria a ser conhecida como o “Monstro da Lama de Murphysboro” ou “Grande Monstro da Lama”.
Neste artigo:
Introdução
Tudo começou por volta de meia noite de 25 de junho de 1973. As primeiras testemunhas oculares conhecidas foram um casal jovem – Randy Needham e Judy Johnson – que estavam estacionados no pé da 23rd Street, no Riverside Park, perto da antiga rampa de barcos da cidade com vista para o Big Muddy River. O pai de Judy Johnson havia proibido expressamente a filha de namorar Randy Needham, razão pela qual o casal escolheu um local isolado se encontrar. Seria uma decisão da qual logo se arrependeriam. Segundo o relato de Johnson, eles estavam ouvindo rádio, envolvidos em uma discussão sobre quando deveriam sair e, quando ouviram um rugido agudo – que Needham comparou a uma “águia gritando ao microfone” e que parecia emanar da vegetação rasteira densa não muito longe de seu carro.
Needham desligou o rádio rapidamente e examinou a área, ouvindo atentamente. De repente, outro grito horrível ecoou pela noite, acompanhado por um barulho de galhos à sua frente. Needham acendeu os faróis e Johnson ficou espantada ao ver uma criatura enorme e fétida vindo em sua direção. Uma criatura cuja mera existência desafiaria os limites de sua imaginação. Needham não perdeu tempo em ligar o carro e acelerar para longe do local com sua namorada assustada.
À medida que a dupla entrava em território mais civilizado, eles dirigiram em silêncio por alguns instantes antes de discutir se deveriam ou não denunciar o encontro à polícia. Johnson sabia muito bem que, assim que fizessem um boletim de ocorrência, o romance secreto deles seria revelado, mas decidiu que a encrenca em que se meteria quando seu pai descobrisse sobre Needham não era nada comparada ao que o monstro que acabaram de ver seria capaz de fazer. Foi então que o casal seguiu direto para a Delegacia de Polícia de Murphysboro.

Os casos ocorreram à sudoeste da cidade, nas margens do rio, bem próximo à cidade.
O casal chegou à delegacia e fez o que é conhecido como um relatório de “criatura desconhecida”, descrevendo uma fera que parecia um “gorila gigante”, que eles estimaram ter quase 2,4 metros de altura, com pelos brancos, emaranhados e manchados de lama. O ex-policial de Murphysboro, Ron Manwaring, descreveu os estranhos incidentes daquela noite:
“O primeiro relato chegou pouco antes da meia-noite de 25 de junho. Um casal estava “estacionado” perto do cais de barcos, na extremidade sudoeste do Parque Riverside, próximo à mata. Os dois, que não eram casados, disseram que estavam no carro quando ouviram um grito alto na área arborizada e observaram uma criatura grande, de aproximadamente 2,13 metros de altura. A criatura parecia ter pelos claros, emaranhados de lama. A criatura parecia andar sobre duas pernas e se dirigia ao carro”.
Manwaring sentiu que o relato do casal ganhou credibilidade devido ao fato de que eles corriam o risco de expor seus encontros secretos — o que sem dúvida lhes traria o ridículo público e, ainda mais alarmante, a ira do pai de Johnson — porque estavam tão assustados com o que tinham visto perto do rio.

O policial Ron Manwaring atendeu várias ocorrências envolvendo o Big Muddy.
Embora os policiais que anotaram o depoimento de Needham e Johnson estivessem compreensivelmente céticos em relação ao evento, eles obedientemente enviaram dois patrulheiros — Meryl Lindsay e Jimmie Nash — para investigar o relato. Poucos minutos após o avistamento, os policiais chegaram à rampa de barcos na área do Riverside Park para inspecionar a cena. O policial Nash foi o primeiro a descobrir uma infinidade de pegadas “peculiares” — “aproximadamente de 25 a 30 centímetros de comprimento e aproximadamente 7,5 centímetros de largura” — profundamente impressas na lama perto da margem do rio.
Nash afirmou que, ao se curvar para inspecionar as pegadas de um ponto de vista mais próximo, ficou chocado ao ouvir um grito estridente e horripilante nas proximidades. Nash fugiu às pressas, deixando cair acidentalmente o revólver em pânico. O policial — que admitiu ter inicialmente pensado que a história era pouco mais do que bobagem — descreveu o som hediondo como:
“O grito mais incrível que já ouvi. Foi naqueles arbustos. Não era um lince ou uma coruja. Saímos correndo de lá.”
Nash e Lindsay retornaram rapidamente à delegacia para relatar suas descobertas e reunir mais homens para uma equipe de busca. Os policiais estimaram mais tarde que o que quer que tivesse emitido aquele grito agudo estava a não mais de 90 metros de distância deles.
Aproximadamente duas horas depois — às 2h da manhã do dia 26 de junho — os policiais Nash e Lindsay retornaram à cena acompanhados pelos policiais Bob Scott e Needham.

Marcas de origem desconhecida, descobertas na lama, nos locais das aparições.
O quarteto rapidamente descobriu outra série de pegadas perto do rio. Enquanto Lindsay corria de volta para a viatura para pegar uma câmera, o resto do grupo seguiu intrepidamente as pegadas ao longo da margem. Sem aviso, o silêncio da noite escura foi quebrado pelo mesmo grito horrível que Needham e Nash ouviram antes. O medo rapidamente usurpou a curiosidade quando o trio de homens abandonou sumariamente a busca e correu de volta para a viatura em busca de segurança. Depois de se amontoarem no carro pelo que deve ter parecido uma eternidade – sem dúvida esperando o ataque da fera –, os homens conseguiram recuperar a coragem e continuaram a perseguição daquele monstro enigmático mais uma vez. Este mini-bando trabalhou até o amanhecer tentando rastrear os que eles descreveram como sendo como de uma grande criatura correndo pela água até os joelhos à distância – sem sucesso.
Ao nascer do sol, os policiais sentiram que o suposto “monstro” evaporaria com o resto das sombras da noite, para nunca mais ser visto, mas esse ser presumivelmente noturno tinha uma surpresa reservada para eles.
Jovens Assustados
Aproximadamente às 22h30 da noite de 26 de junho, Christian Baril, de 5 anos, brincava em seu quintal — que ficava relativamente perto do Rio Big Muddy — tentando pegar vaga-lumes no jarro de vidro que sua mãe lhe dera. A criança brincava alegremente ao avistar uma forma branca e colossal surgindo por trás da cerca que separava seu quintal da propriedade do vizinho — a família Ray. O aterrorizado Baril largou o jarro e correu para dentro, gritando: “Papai, papai! Tem um fantasma enorme no quintal!” O pai da criança estava compreensivelmente desconfiado da história do filho, até que seus vizinhos a corroboraram.
Enquanto Baril soluçava nos braços de seu pai, a adolescente Cheryl Ray estava sentada em sua varanda escura ao lado do namorado, Randy Creath. Os dois alegaram que estavam conversando e olhando para as estrelas quando ouviram um farfalhar nos arbustos a cerca de 4,5 metros da varanda. Presumindo que fossem crianças da vizinhança que tinham vindo espioná-los, Ray enfurecida entrou para acender a luz da varanda, enquanto Creath, que era filho de um policial estadual levantou-se de um salto e abriu a porta, com a intenção de investigar.
Essa intenção desapareceu no momento em que a luz se acendeu, revelando a mesma aparição assustadora que aterrorizara Baril minutos antes. Ray relatou a cena:
“Randy e eu estávamos sentados na passarela da casa dos meus pais quando ouvimos algo na floresta. Nós dois descemos, mas Randy estava andando um pouco à frente. Então ele disse ‘Venham aqui’, e lá estava. Ficamos parados ali, olhando para aquilo.”
Creath e Ray ficaram paralisados de choque enquanto aquela monstruosidade branca e imunda parecia encará-los. Creath, desenhou a criatura de forma semelhante ao do Monstro de Flatwoods, relatando:
“O que me lembro foi o tamanho dela, o formato, a forma humana e o fedor da lama do rio que aparentemente cobria. Tinha cerca de 2,4 metros de altura e era pelo menos tão atarracado quanto um jogador de futebol americano de Nova York. Estávamos a 4,5 metros dele, perto o suficiente para ver o corpo, a textura do pelo, longo e peludo, como o de um cão pastor inglês.”
Ray também descreveu a fera, que ela alegou ter características sobre-humanas e ser mais ereta que um macaco:
“Era muito alto, peludo. Acho que era branco, mas era sujo, emaranhado. Tinha um odor muito ruim. Era realmente fétido. Nunca senti nada parecido. Pareceu uma eternidade que ficamos lá, e então ele simplesmente se virou e foi embora para a floresta. Podíamos ouvi-lo pisoteando a floresta.”
Creath afirmou que o “animal” os encarou pelo que pareceu um longo tempo, embora mais tarde ele tenha estimado que o incidente durou apenas cerca de 30 segundos. Ambos concordaram que a criatura tinha “olhos vermelhos brilhantes”, que Creath atribuiu ao reflexo do brilho de um poste de luz distante.
Embora olhos vermelhos sejam uma característica comum em animais sem pigmentação, Ray — ao contrário de Creath — insistiu que os olhos da fera estavam, na verdade, “brilhando” e não refletindo luz de alguma outra fonte. Essa descrição de olhos brilhantes é muito semelhante à de outro monstro semelhante à um macaco — apelidado de Olhos Laranja — que dizem habitar em lagos e cemitérios perto de Cleveland, Ohio.

Retratos falados da estranhas criatura.
Após essa estranha interação, o casal alegou que a fera peluda simplesmente se virou e empurrou os arbustos, abrindo caminho de volta para o rio próximo, e Ray declarou que a criatura que viram pesava pelo menos 160 quilos e tinha cerca de 2,13 metros de altura. Eles também afirmaram que ela tinha uma cabeça “arredondada” e braços longos, semelhantes aos de um gorila. Os policiais Nash e Manwaring foram rapidamente enviados ao local, onde notaram um odor forte que se dissipou rapidamente. Eles também encontraram um conjunto de pegadas onde a criatura passou. Após a descoberta dos policiais, o então chefe, Toby Berger, imediatamente enviou o restante de seus homens ao local. Um total de quatorze policiais e, em seguida, chamou policial Jerry Nellis, um adestrador de cães treinado do Departamento de Polícia de Carbondale. Nellis era dono de um robusto pastor alemão chamado “Reb”, que havia auxiliado a polícia de Murphysboro no passado como cão de busca e salvamento, cão de ataque e, mais pertinente, como rastreador.
Os policiais – armados com rifles, revólveres e lanternas – descobriram um rastro de “lodo preto” não identificado que parecia ir diretamente da varanda dos fundos de Ray até o rio.
O policial Manwaring confirmou a existência desse material ainda desconhecido:
“Eu vi essa substância e senti o cheiro eu mesmo.”
Quase instantaneamente, Reb sentiu o cheiro de sua presa e saiu correndo. Os homens então seguiram o cachorro pela trilha recém-aberta de galhos quebrados de árvores e arbustos pisoteados em direção à sua presa. O cachorro conseguiu rastrear o monstro pela densa floresta e por um barranco íngreme em direção a um pequeno lago, mas o mato estava muito denso para que ele continuasse. Os policiais começaram a vasculhar a área com lanternas em busca de pistas sobre onde a criatura poderia ter escapado, mas em pouco tempo Reb sentiu o cheiro novamente. O cão determinado disparou em direção a um celeiro abandonado na propriedade Bullar – que ficava a leste da casa de Ray e um pouco ao norte do rio – mas assim que chegou à porta em ruínas, o canino, geralmente corajoso, começou a tremer e a latir de medo.
Isso deixou Nellis e os policiais perplexos, pois ao longo dos anos haviam notado que Reb era o cão farejador mais implacável do condado. Nellis tentou agarrar o cão pelo pescoço e empurrá-lo pela porta aberta do celeiro, mas Reb simplesmente se jogou de bruços e correu para trás, choramingando. A reação aterrorizada do geralmente ousado Reb ao que quer que estivesse escondido dentro do celeiro foi suficiente para convencer o chefe Berger a chamar as “tropas”. Ele pediu ajuda por rádio aos departamentos de polícia vizinhos e, em poucas horas, uma dúzia de viaturas atenderam ao seu chamado. Infelizmente — ou talvez felizmente para os envolvidos — no tempo decorrido entre a demonstração de medo de Reb e a chegada do reforço, o que quer que estivesse escondido no celeiro conseguiu escapar pelos fundos. Pouco tempo depois, a busca foi encerrada e os policiais decepcionados retornaram às suas bases. Mas isso não marcaria o fim da saga do Monstro da Lama de Murphysboro, já que avistamentos desse misterioso homem-fera foram relatados mais duas vezes durante a semana e meia seguinte.
Berger afirma que, durante esse período, estava menos preocupado com o monstro e mais com os 10.000 moradores de Murphysboro atirando uns contra os outros ou nos muitos grupos armados de caça ao monstro que pareciam surgir como um incêndio.
Outros casos
O próximo encontro relatado com a fera ocorreu aproximadamente 10 dias depois, após um parque de diversões itinerante montar acampamento no Riverside Park. Os trabalhadores do parque de diversões — aparentemente sem saber o que estava à espreita nas proximidades — escolheram uma clareira agradável perto do rio, entre a rampa para barcos e a estação de tratamento de esgoto localizada abaixo da casa de Ray. Às 2h da manhã de 7 de julho, muito depois do parque de diversões ter fechado a noite, três participantes — Otis Norris, Ray Adkerson e Wesley Lavender — estavam sentados atrás de um dos caminhões do parque de diversões discutindo as receitas do dia quando ouviram uma série de relinchos vindos dos pôneis Shetland que estavam amarrados do outro lado do caminhão.
Os homens se levantaram rapidamente para ver o que estava acontecendo e ficaram chocados ao descobrir que os pôneis, geralmente dóceis — treinados para dar passeios intermináveis às crianças, como um carrossel — estavam em polvorosa, com os olhos revirados de terror, puxando furiosamente as cordas em uma tentativa desesperada de se libertarem das amarras. Não demorou muito para que os participantes do parque percebessem o frenesi. Os homens afirmaram ter avistado uma criatura de 2,4 metros e estimados 180 quilos, peluda e que parecia estar observando os pôneis “calmamente”. Os homens decidiram não esperar para ver o que aconteceria em seguida e imediatamente correram para pedir ajuda, alegando que o monstro também corria na direção oposta. Cerca de uma hora depois, um dos funcionários do parque de diversões chamado para ajudar a lidar com a fera, Charles Kimbal, afirmou ter visto a criatura novamente, encarando os pôneis com a cabeça inclinada para o lado, no que foi descrito como uma pose “profundamente curiosa”. Embora este fosse o último relato de “testemunha ocular” da criatura, seu reinado de medo ainda não estava completo.
Mais tarde, naquela mesma noite, uma mulher chamada Nedra Green afirmou ter ouvido um grito vindo de um galpão em sua fazenda rural. Ela, sabiamente ao que parece, optou por permanecer em casa em vez de sair para investigar. Após o avistamento no carnaval, outra multidão de moradores locais – a maioria armada até os dentes – se reuniu no Riverside Park na esperança de atirar na criatura branca e peluda.
Isso só exacerbou as preocupações de Berger com a segurança da população local e então ele implorou aos moradores da cidade que trouxessem ajuda “especializada”. Sorkin alegou que grupos privados haviam oferecido até US$ 2,5 milhões pela captura da criatura. Com isso em mente, essa pequena expedição veio armada com uma arma de choque com capacidade para abater um animal de 227 kg, além de chocolate e bananas, que Sorkin afirmou que usariam para apaziguar a fera. Eles também carregavam espingardas carregadas, que, segundo eles, só seriam usadas se sua segurança fosse ameaçada. Sorkin afirmou ainda que havia zoológicos locais de prontidão e que foram feitos arranjos para que uma gaiola fosse levada de helicóptero caso tivessem sorte e conseguissem aprisionar o monstro.

Os fatos narrados pela população à polícia foram registrados e investigados
Não é preciso dizer que essa mini expedição fracassou. Sorkin afirmou que ouviram “um grito muito alto ou um som gutural, entre um rugido e um berro”, viram pegadas enormes e encontraram mudas de cinco centímetros arrancadas do chão. É claro que não demorou muito para que a imprensa se interessasse pela história de uma criatura colossal coberta de lama. O jornal local, The Southern Illinoisan, publicou uma pequena reportagem sobre a busca, que acabou sendo publicada pelo New York Times. Loren Coleman investigou os casos e teorizou que se tratava de um tipo de Pé-Grande. Coleman também acreditava que o Monstro da Lama de Murphysboro representava um tipo distinto de criatura semelhante a um macaco, diferente de seus equivalentes da costa oeste, conhecido por ser mais agressivo:
“Há algo muito único nesse Pé-Grande do leste-centro-oeste. Pelos relatos sobre o Monstro da Lama, ele parecia assustar as pessoas de uma forma que não acontecia no oeste.”
Nos três anos seguintes, houve relatos esporádicos de animais semelhantes ao Monstro da Lama por toda a região. Talvez o avistamento mais intrigante tenha ocorrido em 26 de janeiro de 1975, quando quatro caminhoneiros – todos viajando separadamente – transmitiram por rádio relatos de terem visto uma criatura bizarra, parecida com um urso, perto do cruzamento da Illinois 149, a oeste de Murphysboro.
Em 7 de julho de 1975, dois homens de Murphysboro relataram ter avistado uma criatura estranha que acreditavam ser o Grande Monstro da Lama perto de um lago na comunidade de Harrison, ao norte de Murphysboro. É desnecessário dizer que esses eventos isolados não se comparam à tremenda onda de encontros que assolou a comunidade no verão de 1973. Talvez o chefe de polícia Berger tenha sido o mais sucinto ao dizer:
“Muitas coisas na vida são inexplicáveis, e esta é mais uma. Não sabemos o que é a criatura, mas acreditamos que o que essas pessoas viram era real.”
Seja o que for, o mistério sobre a real identidade da criatura permanece até hoje.
Agradecimentos à Manu Geno Machado pelo auxílio nesta investigação.
Nosso vídeo no canal Fenomenum sobre este tema: