A Onda Ufológica de 1954

Por: Marcio Parussini Comentários: 0

O ano de 1954 teve um significado especial em todo o planeta. Nesse ano o mundo testemunhou uma das maiores ondas ufológicas que a ufologia moderna já presenciou e viveu. No sul do Brasil, no estado do RS, a onda foi percebida em grande intensidade.


Neste artigo:

Por Márcio Parussini

Introdução

A ufologia mundial já vivenciou diversas ondas ufológicas, algumas de forma mais abrangente, outras em locais mais específicos,  podendo variar sua duração em horas ou até meses. No ano de 1954, especificamente, vivenciamos uma grande onda de tamanho global atingindo todos os continentes. Ela começou modesta, no início do ano, na Europa e no continente americano, praticamente imperceptível na África, Ásia e Oceania, entretanto, no decorrer dos meses seguintes começou a tomar um volume maior, atingindo seu ápice no último quadrimestre do ano. O Brasil também foi palco desta onda, de norte a sul testemunhamos uma infinidade de tipos de naves sobrevoando nossos céus, e em alguns locais, além dos avistamentos, recebemos a visita dos tripulantes destas naves.  No cenário nacional o RS teve destaque importante registrando dezenas de observações em mais de vinte municípios.

EUROPA

O protagonismo dos avistamentos ficou basicamente dividido entre o continente americano e europeu. Nos primeiros meses de 1954, a Europa liderou esse protagonismo com casos na Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Irlanda e França.

 

No decorrer dos meses seguintes foi oscilando essa liderança com nosso continente, até chegarmos ao final de agosto.

 

Já no mês de setembro, novamente a Europa começa a se destacar, principalmente no que diz respeito a uma grande onda se iniciando na França e “explodindo” definitivamente, no mês seguinte, em outubro.

Centenas de relatos e testemunhos chegavam as autoridades e as redações de jornais. A Itália e Inglaterra seguiram a França com uma grande quantidade de relatos.

 

Outros países como Holanda, Noruega, Espanha, Alemanha, Hungria, Rússia, Escócia, Áustria, Bélgica e alguns países do leste europeu vivenciaram seus avistamentos, porém em menor número. A onda francesa forneceu dados suficientes ao ufólogo AImé Michel para escrever um livro em 1958, “Mistérieux Objets Célestes”.

O Livro de Aimé Michel

Segundo Aimé, havia uma estimativa de mais de um milhão de relatos por toda Europa.

Aimé Michel

Com o final do mês de outubro também se foram os relatos europeus, mudando agora o cenário para o continente americano.

AMÉRICAS

Mesmo não sendo protagonista nos casos de avistamentos em outubro, o continente americano começa a testemunhar, em seus últimos dias, uma serie de avistamentos, a grande maioria em território brasileiro, seguido dos nossos vizinhos argentinos e também, timidamente representados, por México e Estados Unidos. Em nosso país, de norte a sul fomos “visitados” por diversos tipos de naves. São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, entre outros estados, foram premiados com diversos avistamentos no decorrer do ano, mas naquele final de mês de outubro de 1954 o Rio Grande do Sul se destacou pela quantidade de casos ocorridos em seu território.

RIO GRANDE DO SUL (RS)

Tendo como foco principal de minha pesquisa ufológica o estudo a casuística do RS, no que se refere a Onda de 1954, verificamos uma grande quantidade de relatos, distribuídos em diversos municípios, como por exemplo Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Passo Fundo, Osório, Quarai, Ijuí, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo e em destaque ao mês de outubro, o incrível caso ocorrido na Base Aérea de Canoas (na época pertencia ao município de Gravataí). Nesse caso específico ocorrido na Base, numa tarde de 24 de outubro, próximo do meio dia, diversos militares testemunharam, inicialmente, um objeto de formato clássico, discoide, pairando sobre o local. Ele pôde ser observado por mais de quatro horas, praticamente estático, as vezes oscilando em conhecido movimento de “folha seca”.

Militares de diversas patentes foram chamados e todos puderam observar o objeto. Após breve deslocamento do disco o mesmo retornou acompanhado de outro que também foi observado por todos. Esse caso foi comunicado à imprensa gaúcha pelas próprias testemunhas gerando grande repercussão nacional, e ocasionando posteriormente uma conferência no dia 2 de novembro de 1954, no Rio de Janeiro, na Escola Superior de Guerra, sob o tema “Discos-Voadores”. Também foi realizada uma investigação militar para apurar o caso. Esse foi o primeiro registro oficial de uma força armada não negando o fenômeno.

ÁFRICA, ÁSIA E OCEANIA (*)

Somente no mês de outubro África, Oceania e Ásia, acompanharam um pouco o crescimento no número dos relatos de avistamentos como ocorrido nas Américas e Europa, tendo destaque a Nova Zelândia como principal foco dos avistamentos entre os três continentes.

FINAL DO ANO

Novamente o continente americano lidera o ranking de casos nos dois últimos meses do ano. A grande maioria dos casos ocorrendo na América Latina, seguidos da América do Norte e Central. O Brasil continua protagonista absoluto no período, entretanto seguido curiosamente da Venezuela, curiosidade esta dada pelo fato do pais só aparecer nas estatísticas mundiais apenas em novembro e dezembro. Outro fato curioso, que pode ser destacado sobre o território venezuelano no período, é que o país foi palco de diversos ataques violentos de criaturas, todas muito semelhantes entre si, como por exemplo ocorrido no clássico Caso Petare.

Revista em quadrinhos de Jacques Lob e Robert Gigi retratando os ataques na Venezuela.

(*) A baixa quantidade de registros de casos de avistamentos reportados do continente africano, asiático e da Oceania, não necessariamente correspondem a uma confirmação de que nesses continentes não houve uma incidência de casos como no resto do mundo, alguns fatores podem ter contribuído com que muitos casos ocorridos não chegassem a grande mídia e por consequência ao conhecimento do resto do planeta. Estes fatores podem estar relacionados a questões religiosas, culturais, dificuldades econômicas, questões territoriais, baixa densidade demográfica e até políticas.

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