OVNIS pousaram em La Plata, Argentina
A misteriosa Baía de Samborombón, ao sul de Buenos Aires, é cercada por lendas de navios fantasmas, luzes estranhas, desaparecimentos e supostos avistamentos de OVNIs, fenômenos que muitos atribuem à atividade magnética anômala da região e à presença de uma base aérea naval, tornando o local conhecido como a “Área 51 argentina”.
Neste artigo:
Introdução
Anomalias magnéticas, navios fantasmas, objetos voadores não identificados, eventos inexplicáveis e lendas — muitas lendas cercam a Baía de Samborombón, localizada a cerca de 200 quilômetros ao sul de Buenos Aires. O epicentro desses fenômenos está localizado bem perto da cidade de Punta Indio, uma pequena vila rural às margens do lendário Rio da Prata.
A presença de uma base aérea naval ali, onde estranhas observações de radar teriam ocorrido, aumenta o mistério. Alguns estudiosos de OVNIs acreditam que a região poderia ser descrita como uma Área 51 ao sul , ecoando o mistério da base militar americana. Neste artigo, tentamos determinar até que ponto essas alegações são apoiadas por documentação e estudos. Isso não tem sido fácil, pois a maioria das referências são relatos privados, sem possibilidade de verificação de sua veracidade.
Um pouco de história
O primeiro passo foi determinar o estranho topônimo de Samborombón, que dá nome à baía. O nome aparece nos mapas mais antigos da região, lembrando que o rio foi descoberto em 1516 pelo explorador espanhol Juan Díaz de Solís, numa época em que a mítica ilha de San Brendan era muito famosa entre os marinheiros.
A este respeito, uma lenda irlandesa do século VI conta a história de um marinheiro que avistou a Ilha Paraíso, levando um monge chamado Brendan a partir em busca do paraíso. No entanto, ele sofreu várias decepções, pois não conseguiu alcançá-la porque ela desapareceu. Assim, a ilha mítica passou a ser conhecida como Ilha de São Brendan. Então, voltando à toponímia de Samborombón, os marinheiros obcecados pela Ilha de São Brendan notaram que a baía tinha um crescente perfeito, como se uma porção tivesse sido removida do continente, uma porção que seria… a ilha mencionada. Por razões desconhecidas, o termo São Brendan pode ter degenerado no atual Samborombón. Em suma, são lendas amarradas com arame, uma vez que a verificação de tais fatos é parcial e relativa.
Navio em chamas e objetos voadores
O incidente mais conhecido na região é o aparecimento repetido de um barco, aparentemente transportando passageiros, em chamas a cerca de 500 metros da costa. Algumas testemunhas relatam ter ouvido gritos de dor e pedidos de socorro de cortar o coração. Após alguns instantes, o barco em chamas desaparece e a escuridão retorna. O inexplicável é que, àquela distância da costa, a profundidade é de cerca de dois metros, o que tornaria impossível a navegação de um barco daquele tamanho. Vale ressaltar que a maior parte da costa da Baía de Samborombón é rasa, com recifes e recifes.
A região de alta incidência ufológica, próximo à La Plata, Argentina.
O aparecimento de luzes estranhas em terra, no mar e debaixo d’água na região, juntamente com supostos objetos voadores que deixam rastros circulares no solo, são frequentemente relatados na mídia especializada. É mencionado o caso de duas pessoas que, em novembro de 1968, descobriram um estranho círculo de nove cogumelos gigantes com cerca de um metro de diâmetro. Em 1965, houve relatos de vários avistamentos de objetos misteriosos acompanhados por ecos captados pelo radar da base aérea naval.
Circula uma história sobre uma aeronave militar perseguindo um OVNI sob os céus de Magdalena. Relatos de testemunhas falam de uma aeronave Gloster Meteor avistando um OVNI em pleno voo. A presença de tal objeto também teria sido detectada no radar da base. No entanto, as autoridades não reconhecem oficialmente a ocorrência de tais eventos. Sabe-se que técnicos posteriormente visitaram e inspecionaram o equipamento sem encontrar quaisquer falhas ou anomalias. Eles também mencionam o desaparecimento de um avião em 1983 que aparentemente havia decolado da base aérea naval e desaparecido misteriosamente. Também neste caso, não consegui encontrar documentação ou testemunho que corrobore essa história. Segundo o pesquisador de OVNIs Luis Burgos, a primeira menção à base data da meia-noite de 3 de abril de 1961, quando um soldado testemunhou a passagem de um objeto luminoso.
Desaparecimentos e “Más Luzes”
Além do caso anterior da aeronave Gloster Meteor, três pescadores desapareceram em março de 1997, em clima calmo, enquanto navegavam à vista de Magdalena. Apesar da intensa busca que se seguiu, nenhum corpo ou restos mortais foram encontrados. O incidente mais recente ocorreu em 2011, quando um helicóptero da Agência Nacional de Segurança Rodoviária (ANSV) teria sobrevoado a região, sem nunca chegar ao seu destino, apesar do bom tempo. Vale ressaltar que alguns investigadores policiais e políticos associam este incidente a um possível crime de tráfico e lavagem de dinheiro. Nem o helicóptero nem seu piloto foram encontrados.
Alguns viajantes noturnos que percorrem a Rota 11 relatam que “luzes” noturnas em forma de meteoros são comuns, seguindo veículos por longos trechos. Em lojas e bares ao longo da rota, histórias de Encontros de Terceiro Grau são frequentemente contadas, ou seja, contato direto com seres e naves estranhas. Talvez a história mais notável seja o aparecimento em algumas estradas rurais de uma espécie de portal laranja flamejante. Não se sabe de ninguém que tenha passado por esta porta, ou que tenha retornado da experiência, mas vale a pena considerar para onde o portal flamejante pode levar.
Rio místico e perigoso
Na minha adolescência, li muito sobre o Rio da Prata, especialmente relatos de marinheiros, mergulhadores e pescadores, pois um parente era funcionário da Capitania dos Portos e me presenteou com literatura marítima. Reunindo informações para este artigo, lembrei-me daqueles relatos de marinheiros que falavam de eventos “estranhos” e muitas vezes perigosos que ocorriam com frequência no rio. Falavam de bússolas girando fora de controle, uma inexplicável sensação de mal-estar que se apoderava dos marinheiros perto do Banco Solís, luzes noturnas que “caminhavam” pelos conveses dos navios, luzes subaquáticas e acidentes supostamente causados por forças muito poderosas. Li histórias semelhantes em vários relatos de marinheiros deste lado do rio.
Há dois anos, publicamos na Guioteca a notável e comprovada influência da Anomalia do Atlântico Sul na região. Em resumo, afirma-se que o campo magnético que protege a crosta terrestre das partículas liberadas pela radiação solar se caracteriza por uma menor intensidade magnética nessa região. Acrescentamos a isso o documento da Faculdade de Ciências Astronômicas e Geofísicas da Universidade de La Plata, intitulado “O Ambiente da Conexão Sol-Terra e seus Efeitos na Rede de Gasodutos e Oleodutos na Argentina”, que analisa os efeitos dessa interação na estrutura dos gasodutos e oleodutos, concluindo que os efeitos de tempestades magnéticas de certa magnitude produzem alterações nessas estruturas. Da mesma forma, o Observatório Geofísico do Uruguai publicou um artigo relacionando a ocorrência de uma grande tempestade solar ao apagão massivo ocorrido no Uruguai em 3 de agosto de 2016.
Estranhas Marcas
Quatorze pegadas circulares estranhas, com três metros de diâmetro, apareceram em um campo em Atalaya, espalhadas por uma faixa de 400 metros, causando comoção entre os moradores. Moradores locais reconheceram que “luzes incomuns” haviam sido vistas pairando sobre a área em noites anteriores.
Somou-se a isso o depoimento de uma mulher da cidade de La Plata que, junto com sua filha de
dez anos, dirigia à noite pela estrada que liga a Rodovia Provincial 11 ao resort. Mãe e filha
foram surpreendidas pelo aparecimento de um objeto luminoso em forma de pera cercado por
várias luzes menores.
Em determinado momento, eles pararam abruptamente, pairando por alguns segundos sem perder altitude, antes de continuar seu curso em direção ao Rio da Prata, onde desapareceram. Este depoimento se soma ao de outros moradores que tiveram experiências semelhantes que deram origem a denúncias com intervenção da Polícia Local e Científica.
Opinião de Especialistas
O EL DIA consultou o ufólogo Luis Burgos, diretor da Fundação Argentina de Ufologia, organização dedicada ao estudo e à pesquisa do fenômeno OVNI, fundada em nossa cidade em
1984.
Burgos afirmou que “esses fenômenos estão localizados em uma área que os especialistas definem como o Ninho”. Recebeu esse nome há anos devido à observação permanente de fenômenos não identificados, em um raio de cento e trinta quilômetros que vai do sul de La Plata, até a Baía de Sanborombón e da Rota Nacional 2 até a Rota Provincial 11.
O Caso Arditi
Um dos casos mais marcantes ocorreu em um campo de 40 hectares dedicado à produção agrícola e pecuária, na fronteira com Bartolomé Bavio. Um fazendeiro, em um de seus passeios regulares a cavalo, encontrou várias marcas circulares, que representavam capim queimado.
Na noite anterior, de acordo com o boletim de ocorrência, uma vizinha de sua casa, localizada a
um quilômetro de distância, notou uma luz brilhante no céu.
O mesmo aconteceu com um grupo de pescadores em uma lagoa próxima, cerca de dois quilômetros ao norte. Os homens relataram ter visto “luzes exibindo movimentos estranhos e rápidos” aos quais não conseguiram atribuir o quê.
Queixa Policial
O atual chefe da Patrulha Rural de Magdalena, Comissário Federico Medina, confirmou o “Caso
Arditi” e admitiu que uma equipe de investigadores da FAO foi ao local, juntamente com um comissário de polícia do Destacamento Bavio, composta pelo Comissário José Alberto BACIGALUPE e pelos Oficiais Jorge SAENZ e Carlos GOMEZ. BURGOS informou que, após a
investigação in loco, “foram encontrados quarenta e cinco círculos de capim queimado, localizados no sentido norte-sul, em uma faixa de mil metros de extensão”.
Concluída a vistoria da Polícia Científica, foi iniciado um inquérito na 9ª Promotoria da cidade de La Plata, classificando-o como um episódio causado por “atores desconhecidos”.
Com informações de:
