Soldado é abduzido dentro de um quartel do Exército

Soldado é abduzido dentro de um quartel do Exército

Considerado como um dos mais interessantes casos de contato direto com extraterrestres já investigados no Brasil, o Caso de abdução ocorrido em um quartel do Exército brasileiro, em que um soldado em pleno turno de guarda foi vitima, nos mostra uma das faces mais contundentes do Fenômeno OVNI: o rapto de seres humanos para experiências no interior de discos voadores.


Neste artigo:


Introdução

A complexidade dos chamados Contatos Imediatos de Graus Elevados torna-se cada dia mais evidente no meio Ufológico.

Analisar ocorrências desse tipo são fundamentais para decifrar o enigma do fenômeno ufológico. Mais do que analisar casos de avistamentos, registros em radar, pousos e vestígios físicos, é importante saber o que se passa dentro dessas naves. E diante disso, o estudo das abduções torna-se muito importante.

A abdução de Geraldo Simões Bichara ocorreu na noite de 26 de agosto de 1962, com o agravante detalhe de ter ocorrido dentro de instalações militares do Exército Brasileiro.

Geraldo Simões Bichara, já em idade avançada.

Na ocasião, pouco depois da meia noite, ele montou guarda na 13ª Circunscrição Militar de Três Corações (MG), na Escola de Sargentos das Armas (ESA), próximo ao paiol de munições. Repentinamente, a luz da cidade acabou de repente, deixando toda a região às escuras.

Em seguida, uma luz muito forte, de cor azulada, com aproximadamente 12 metros de diâmetro, surgiu sobre sua cabeça e ele se sentiu paralisado momentaneamente por um foco de luz, que se projetava no chão e nas árvores.

A Escola de Sargento das Armas, em Três Corações, onde o caso ocorreu.

Intrigado, ele resolveu dar um tiro de alarme, com o seu fuzil. Mas quando tentou fazer isso, notou que não tinha forças para se mover. Ele tentou andar, mas o corpo não mexia, embora sua visão e audição estivessem normais.

“Pensei em gritar mas não teve jeito. Via e ouvia perfeitamente tudo. Por isso notei que as portas de aço da grande garagem da Seção Engenharia sofreram uma vibração muito grande, como se estivesse ocorrendo uma ventania forte sobre elas. No outro barracão, que ficava à minha retaguarda, onde estavam uns canoões metálicos, tais objetos vibraram muito, como se um tipo de atrito fizesse eles baterem uns aos outros, dentro do barracão. Ouvi os cavalos das baias bufarem, raspando as ferraduras no chão como se quisessem fugir, batendo os peitos na madeira, apavorados, relinchando. Todos os cavalos ficaram assim”.

Em seguida, a testemunha percebeu que o foco de luz afastou-se lentamente. Ele sentia seu pescoço duro e não podia olhar para cima. Essa estranha luz deslocou-se em direção à Seção de Veterinária, passando perto de algumas árvores, aproximando-se do potreiro e da estrumeira, nas margens do Rio Verde. Quando parou quase no leito do rio, o objeto apagou-se e imediatamente as luzes da cidade tornaram a acender.

Nesse momento chegaram os guardas que o renderiam no serviço, pois cada guarda ficava no posto por DUAS HORAS (cada um fazia quatro horas de descanso, após prestar serviço por duas horas e assim por diante). Logo em seguida, chegou um sargento, que perguntou se tudo estava em ordem. Geraldo disse à esse sargento que durante o serviço de guarda havia visto uma luz que pairou sobre ele, mas o sargento não deu muita atenção ao relato.

Bichara resolveu procurar o oficial de dia, às seis horas da manhã. Este tratou de atribuir o fato à “energia da terra”.

“Acontece que no dia seguinte descobriram cavalos que escaparam devido ao fato da noite passada… Vi perfeitamente, de manhã, cavalos soltos andando perto da enfermaria, perto do corpo da guarda, e inclusive perto do saguão, sendo que os cavalariços tiveram que recolhê-los no dia seguinte”.

Além disso, Geraldo Bichara ficou em dúvida quanto ao tempo de duração da ocorrência, achando que o fato durou por cerca de dois minutos apenas. Entretanto, ele ocorreu logo no início do seu turno de serviço, pouco depois da meia noite, com a aproximação do disco voador que logo em seguida se afastou e pouco depois dois soldados apareceram para assumir o seu posto. Houve, portanto, um lapso de tempo de duas horas.

Em 1980, Geraldo Bichara conversou com ufólogos e relatou sua experiência. Então, ao longo da investigação do caso, ele passou por três seções de hipnose regressiva.

HIPNOSE REGRESSIVA

A primeira sessão não teve muito sucesso na recuperação das lembranças. Entretanto, ela provocou o afloramento de lembranças que começaram a surgir nos dias seguintes, incluindo também algumas sensações e efeitos fisiológicos.

Essas lembranças que foram aflorando foram devidamente registradas pelo abduzido.

 “A entrada do objeto parece a boca de um “caramujo”, virado para baixo. O lado esquerdo é despontado e ficando bem maior ao meio. O lado direito vi muito escuro. A entrada é mais clara na beirada e mais escura ao meio; a área interna (no desenho da testemunha – ver no texto) era bem clara e iluminada”.

Segundo suas lembranças, o objeto avistado sobre o quartel militar tinha o formato de um disco voador, com uma saliência superior. De sua parte inferior, o objeto emitiu um facho de luz cônico.

A segunda sessão de hipnose teve melhor êxito em extrair lembranças do subconsciente do abduzido. Do local onde o caso ocorreu, o abduzido podia ver vários bairros da cidade de Três Corações. Ele lembrou-se que quando o objeto surgiu, dois bairros próximos tiveram um blackout.

“Os cavalos… estão bufando… uma luz me parou aqui… As portas estão todas chacoalhando! Olha ai, Mauro! Já vem vindo! Uma coisa clareando! Está clareando a porteira da seção de veterinária! Passando por ela!

Agora iluminou o potreiro. Os cavalos estão bufando e raspando a ferradura no chão, muito assustados! A luz vai indo do lado de lá da cerca, perto da estradinha das árvores. Está chegando perto da beira do rio. Engraçado… estou vendo uma coisa!

Aqui no mapa do quartel vemos o local onde o soldado estava e os locais sobrevoados pelo disco voador.

Um negócio com o lado claro. Transparente… está uns seis metros acima de mim e um pouco pra frente. O lado direito dele está meio escuro. Estou virado um pouco pra trás, aponta dessa coisa parece uma espécie de caramujo, vai desde o meio da rua da engenharia.

O outro lado tá um pouco escuro, por trás dos eucaliptos. É que nem um caramujo de boca pra baixo, com cor inteiriça. Não é pintado. Borracha, não sei com que se parece. Está tudo escuro agora”.

Em seguida, o objeto desceu até o solo e dele saíram alguns tripulantes, que desceram do aparelho por meio de escadas na parte inferior.

Alguém está pegando no meu braço! Uma mão meio quente! Tô sentindo… Tem um homem com um macacão cor de abóbora. E baixo e tem uma carapuça na cabeça. Ela é um pouco enrugada no pescoço.

“O homem da esquerda era bem mais alto e suas costas bem quadradas, já com a cabeça na entrada da abertura do objeto. O seu macacão, bem melhor do que o do homem da direita, brilhava mais. Entre todos, este era o único que tinha o uniforme marrom. Sua escada parece ter subido primeiro. O outro era mais baixo, com o macacão mais gasto e alaranjado. Sua escada era mais comprida e seu corpo tinha mais contorno. Pareciam segurar nas escadas com as mãos para o lado do peito, na altura da clavícula. Ambos estavam de costas quando vi. Antes disso, notei bem claro: num lugar plano, uns homens só trajados com macacões cor de laranja”.

Em seguida, ele foi levado para dentro do disco voador. E o modo como isso ocorreu destoa um pouco da alta evolução tecnológica que seres alienígenas deveriam possuir.

Está me levando para uma escadinha. Estou no ar! A escadinha está ali. Aqui do lado esquerdo tem um outro, também com macacão cor de abóbora, vigiando. O rosto dele… tem olhos fundos, olha para mim! A testa deste aqui é curta e “morre” logo para trás, curvando. Do “pé” do nariz dele até a ponta da testa é muito curto. Nariz comprido… Acho que ele não tem dentes. Está muito sério. A boca parece que é emendada com a gengiva. Estou pondo um pé num degrau. Ele está me segurando de lado. O outro está lá embaixo ainda, tudo quieto. Ele me segura pela costela. A escada, enrugada, tem um couro cor de abóbora também. Ele me segura e pega na escada com uma mão só. A pele do rosto é rosada. Estamos subindo…”

“Estou me sentindo dentro de um salão! Estão me ajeitando aqui numa coisa, parecendo uma prateleira. Tô deitado. Tem uma outra porta ali na direita, mas não estou escutando nada! Não posso me mexer direito e está muito frio. Minha cabeça está normal. Um cheiro de amoníaco… mas não é não”.

Nesse local onde o soldado foi deitado, ocorreu o tradicional exame médico, sempre presente nos casos de abdução.

“Tem uma carapuça. Cabelo baixinho, um pouco arrepiado e avermelhado. O rosto é rosado, com um nariz pontudo para baixo, tampando a boca. Parece um enfermeiro. Não é bom nem mau. Este gordinho baixinho… está com muita pressa… estou deitado numa prateleira com a cabeça em cima dela! O chão é muito limpo, eu vejo tudo. Essa prateleira sai da parede. E uma porta deitada que sai da parede…”.

Croqui do ambiente interno onde foi levado a bordo do disco voador.

Curiosamente, em sua abdução, o fuzil que Bichara portava não foi retirado.

“O meu fuzil! Meu cinturão está aqui mesmo… No meu pé, do lado esquerdo, tem uma porta, com um filete e parece de geladeira. No meio do filete… tá trancada. Ainda não abriu. Tô sozinho! Esse homem mais gordo sempre vem aqui, não sei de onde ele sai; fica do meu lado. Naquele canto, lá, era para ler outra porta, porque esse homem vem que nem enfermeiro, só no canto, não chega na minha frente. Estou vendo a cara dele! É rosado! Cabelo curtinho… Tudo quieto aqui. Ali tem um quadrado na parede, parece de vidro mas não é vidro. Dá uns quarenta por sessenta, parece um visor. Parece de matéria plástica, mas não é vidro. O homem saiu de novo. Um vidro comprido. Do outro lado está um “movimentão” danado, todo mundo com aquela roupa, mas tudo quieto. Uma coisa que nem o formato de um “prédio” do outro lado. Só estou conseguindo ver a “esquina” daquela coisa. Eles transitam muito. Passam de um lado para o outro. Sem falatório sem nada. Tô deitado aqui”.

Sob hipnose, Geraldo então descreve, com maxilar e lábios quase paralisados e falando muito baixo, que havia um “aparelho” que se aproximou de sua cabeça.

“Tem uma coisa mexendo na minha cabeça. Um negócio pra trás… parece uma caixa de marimbondo. Um “chuveiro” com uma porção de bicos. Estou sentindo um cheiro de folha de café queimada! Parece agora amoníaco… um cheiro de folha de café verde mesmo… aumentando!”

Isso deixou o abduzido muito nauseado, com mau estar e sentindo um gosto muito ruim na boca. Ele pediu aos tripulante água para lavar a boca, mas não foi atendido e isso o deixou muito irritado, a ponto de xingar os estranhos seres.

“Pedi água pra ele três vezes, para lavar esta bosta aqui! Um melado misturado… amargoso! Estou descendo dessa merda dessa mesa aqui… Vou descer sim! Olha o meu fuzil ali ó! Eles estão chegando de novo… eu pego a minha baioneta aqui! … Estou segurando meu fuzil, deitado no chão, no outro canto. Os três estão pedindo pra eu entregar o fuzil. Estão pedindo com a mão. Batendo na minha costa… Espera! E a água? Na hora da água vocês não me deram! O do meio está sem carapuça agora. Ele é mais “inteligente” e melhor de tratar. Só pede o fuzil, mas os outros vieram para me tirar duas vezes. Agora ele está conversando com os outros dois. Eu xinguei eles, porque pedi água pra tirar aquele negócio da minha boca e eles não deram. Ê um melado amargo e frio. Nem sei quem colocou aquilo na minha boca. Quando notei, já estava com aquela porcaria…. Agora vou deixar ele guardar. Vou dar o fuzil pra vocês, graças a esse aí do meio! Eu que não estou podendo mexer direito ainda, mas faço bagunça com esta baioneta aqui!”

Após esse episódio, Geraldo foi colocado sentado no chão, sobre um vidro com um desenho.

“Estou sentado no chão. Em cima daquele vidro tem um desenho… parece uma cruz… mas não é. É mais quadrada do que cruz. Estou vendo uma luzinha branca. Uns rabiscos na frente dos meus olhos… está ficando escuro…”.

Ao final da experiência, o abduzido é deixado no mesmo local onde foi capturado. O hipnólogo perguntou onde ele estava naquele momento e nisso ele respondeu:

“Aqui na guarda, É marrom sem tinta… Lá está o gordinho… o da esquerda. Estão voltando pra dentro!”.

Quando questionado sobre a altura do tripulante do aparelho, Bichara respondeu:

“Um metro e quarenta, não sei. A roupa é meio cintilante. Está em pé numa escada de circo. Já colocou a cabeça dentro do caramujo. Não consigo mexer! A escada tem uns 40 cm de largura e é coberta. É ela que sobe e não o homem que… a porta da seção de engenharia treme! As canoas também! Os cavalos estão raspando a ferradura no paralelepípedo!…”.

Depois disso as lembranças recuperadas via hipnose mesclavam-se com as lembranças conscientes e a hipnose foi encerrada.

O PÓS-CONTATO

Na grande maioria dos casos, o processo de abdução gera problemas para o abduzido. Não raras vezes, eles apresentam estresse pós-traumático e apresentam quadros diversos gerados pela situação traumática e angustiante aos quais vivenciaram.

Neste caso, não foi diferente. Geraldo Bichara entrou para o Exército em 12 de janeiro de 1962, dando baixa em 16 de dezembro do mesmo ano. Quatro anos depois de sair do Exército, ele começou a beber e tornou-se dependente do álcool. Essa situação perdurou por cinco anos, de 1964 a 1969.

Ele venceu a dependência por pura força de vontade. Alguns poderiam pensar que seu relato teria surgido de uma fantasia ou alucinação de seu inconsciente, ou seja, durante a fase do alcoolismo ele teria imaginado todo o seu contato, que acabou ficando gravado de maneira confusa, com pontos esquecidos, tudo indo parar no seu inconsciente. Isso pode até ocorrer, mas é algo muito raro de acontecer.

Visando confirmar vários aspectos do caso, os ufólogos buscaram informações dentro do meio militar, relacionado ao quartel onde o caso ocorreu.

Geraldo Bichara não sabe se o caso havia sido registrado na ESA, nem se a ocorrência chegou ao conhecimento do comandante. Nenhum oficial o procurou para elucidações, nem foi exigido qualquer relatório e nem mesmo uma rápida investigação foi realizada.

Em sua investigação, os ufólogos conseguiram a confirmação de militares da base, confirmando que algo estranho ocorreu naquela noite, envolvendo a aparição de um OVNI e o comportamento estranho dos cavalos que estavam ali próximos e que não era a primeira vez que algo assim ocorria ali.

Em 1962, um soldado, identificado como Moreira, da mesma turma de Geraldo Bichara, teria sido encontrado em uma manhã, próximo ao paiol de munições, paralisado no chão, com a língua enrolada e sem marcas de espancamento. Ele relatou ter visto uma pequena luz no solo e, ao tentar atingi-la com a baioneta, sofreu um grande choque, caindo desacordado.

Os pesquisadores também conseguiram falar com o oficial de dia, de serviço na data da abdução de Geraldo. Ele confirmou que naquela noite ocorreu um blackout e os técnicos não puderam explicar e que causou o problema.

Um outro fator interessante no caso é que após sua abdução, Geraldo Bichara vivenciou diversas situações de cunho paranormal. Fenômenos paranormais são relatados por muitos abduzidos ao redor do mundo e essa relação entre abdução e fenômenos paranormais não está totalmente clara ainda.

Em 1969, ele estava em um hospital para internar sua filha, vítima de um acidente doméstico, quando um atendente fez pouco caso da situação. Ele olhou para um crucifixo pregado na parede e acima da cabeça do atendente.  Nesse momento, a cruz caiu e se espatifou em cima da mesa dele, assustando o atendente que agilizou o processo de internamento.

Em outra ocasião, ele teve uma premonição e pouco depois recebeu a notícia de que um grande amigo havia falecido.

Estes fenômenos e a lembrança consciente da experiência sempre gerou inquietação no abduzido. O tratamento hipnótico não só o curou de inquietações para as quais não tinha explicações, como também deu nítida informação aos pesquisadores de como agiu dentro do OVNI.

O Caso de Geraldo Simões Bichara segue sendo um dos casos de abdução mais interessantes ocorridos no Brasil.

Com informações de:


  • FALEIRO, Antônio. UFOs no Brasil: misteriosos e milenares. Campo Grande: CBPDV, 2002.

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