
Surgem novas informações sobre o misterioso sinal ‘Wow’
Em 1977, o misterioso e poderoso “sinal Uau!”, captado pelo Observatório Big Ear e até hoje sem explicação definitiva, continua intrigando cientistas que, mesmo após novas análises descartarem diversas causas naturais e humanas, ainda não sabem se sua origem foi um fenômeno astronômico raro ou uma possível tentativa de comunicação extraterrestre.
Neste artigo:
Introdução
Em 1977, cientistas descobriram um sinal misterioso vindo do espaço que era tão poderoso que levou o astrônomo Jerry Ehman a escrever “Uau!” no visor do telescópio.
Durante décadas, cientistas debateram se esse chamado “sinal Uau!” poderia ter sido uma tentativa de comunicação de uma civilização alienígena distante .
Agora, uma equipe de especialistas reexaminou os dados do sinal com técnicas modernas e descobriu que ele pode ser ainda mais estranho do que se pensava anteriormente.
De acordo com a nova análise, o sinal Wow! foi mais de quatro vezes mais forte do que as estimativas anteriores sugeriam.

Durante décadas, os cientistas lutaram para encontrar qualquer processo natural capaz de produzir a explosão de 72 segundos que levou o astrônomo Jerry Ehman a escrever “UAU!” no visor do telescópio. Agora, novos dados mostram que o sinal era ainda mais estranho.
Os cientistas também foram capazes de descartar definitivamente uma série de explicações naturais ou humanas.
Não havia estações de TV conhecidas naquela época que pudessem ter criado o sinal, nem havia satélites passando por cima.
E embora os cientistas acreditem que o sinal Wow! provavelmente tenha uma causa natural, eles dizem que fontes alienígenas ainda não podem ser descartadas.
O autor principal, Professor Abel Méndez, da Universidade de Porto Rico, afirma: “Este estudo não encerra o caso. Ele o reabre, mas agora com um mapa muito mais preciso em mãos.“

Pesquisadores e voluntários analisaram mais de 750.000 páginas de dados do Observatório de Rádio Big Ear, em Ohio, onde o sinal Wow! foi detectado. Seus dados mostram que o sinal era quatro vezes mais forte do que o valor comumente citado.
O sinal Wow! foi detectado por astrônomos no Observatório Big Ear em Delaware, Ohio, em 1977.
Cientistas do observatório estavam examinando o céu em busca de ondas de rádio como parte de uma busca por extraterrestres quando o telescópio captou um sinal extraordinário.
A explosão repentina de ondas de rádio não foi apenas excepcionalmente poderosa, mas também foi anormalmente duradoura, durando 72 segundos.
Além disso, os cientistas notaram que a frequência do sinal estava na chamada linha de hidrogênio, que é uma banda de frequências emitida pelo hidrogênio atômico.
Como o hidrogênio é tão abundante no universo, alguns sugeriram que civilizações avançadas poderiam estar usando sua frequência como um cartão de visita para sinalizar a outras espécies inteligentes.

Os pesquisadores dizem que a causa mais provável do sinal Wow! é que um feixe intenso de energia de uma estrela moribunda atingiu uma nuvem de hidrogênio frio, fazendo com que ela produzisse uma explosão semelhante a um laser que atingiu a Terra.
Estranhamente, o sinal nunca se repetiu, e os cientistas ainda não encontraram outra explosão na mesma frequência que fosse quase tão intensa.
Entretanto, estudos mais aprofundados do sinal Wow! foram dificultados pelo fato de todos os dados do Observatório Big Ear estarem em impressões em papel.
Neste novo artigo, uma equipe de pesquisadores e voluntários digitalizou meticulosamente mais de 75.000 páginas de dados do observatório.
Pela primeira vez, isso permitiu a análise computacional de dados sobre o sinal Wow!
O coautor Dr. Hector Socas Navarro, diretor da Fundação Europeia do Telescópio Solar, afirma: “Observamos arquivos antigos com metodologias científicas modernas. É um pouco como a arqueologia espacial.“
Além de mostrar que o sinal foi mais forte do que se pensava anteriormente, os pesquisadores conseguiram caracterizar a explosão com muito mais precisão.
Eles reduziram a parte do céu de onde o sinal vinha para duas pequenas regiões, cada uma produzindo um componente diferente do sinal.
Os pesquisadores também conseguiram determinar essa localização com dois terços a mais de certeza estatística.
Além disso, esses novos dados revisam ligeiramente a frequência do sinal, colocando-a em 1420,726 MHz em vez de 1420,4556 MHz.

Usando novos dados, os cientistas também refinaram a área do céu de onde o sinal emergiu. Este mapa mostra as novas regiões refinadas (amarelo) em comparação com as estimativas anteriores (cinza).
Isso mantém o sinal solidamente dentro da linha do hidrogênio, mas essa pequena mudança sugere que o que quer que tenha produzido o sinal deve ter girado muito mais rápido do que se pensava anteriormente.
Isso descarta vários objetos giratórios, como estrelas ou galáxias em rotação, que não se moveriam rápido o suficiente para produzir uma explosão em uma frequência tão alta.
É importante ressaltar que esta pesquisa também descarta alguns fenômenos naturais que haviam sido sugeridos como possíveis explicações.
Foi proposto que um sinal feito pelo homem poderia ter refletido na Lua e sido captado erroneamente pelo observatório.
Entretanto, essa nova reanálise mostra claramente que a lua estaria no lado errado do planeta naquele momento, então nada poderia ter refletido nela.
Da mesma forma, o sol não estava ativo o suficiente durante o ano de 1977 para produzir algo próximo à intensidade do sinal Wow!.

A estrela moribunda pode ter sido um magnetar, que produz os campos magnéticos mais poderosos do Universo. Como estes são raros, isso explicaria por que o Sinal Wow! não se repetiu.
Isso significa que o sinal Uau! realmente deve ter vindo de algum lugar fora do nosso sistema solar.
Entretanto, ainda há muitas perguntas sobre as origens desse misterioso feixe de rádio.
Dr. Méndez diz: “Nossos resultados não resolvem o mistério do sinal Uau! Mas eles nos dão a imagem mais clara até agora do que era e de onde veio. Essa nova precisão nos permite direcionar observações futuras com mais eficácia do que nunca.“
Isso levanta a intrigante possibilidade de que o sinal Wow! realmente tenha sido criado por uma civilização extraterrestre.
Infelizmente para qualquer caçador de OVNIs, o Dr. Méndez e seus coautores não acreditam que essa seja a explicação mais provável.
Em vez disso, os pesquisadores sugerem que a explosão foi criada quando a energia de uma estrela moribunda chamada magnetar atingiu uma nuvem de gás hidrogênio frio flutuando pelo universo.
Se isso acontecesse, energizaria a nuvem de gás e produziria uma explosão como um laser de micro-ondas gigante.
Pesquisas anteriores identificaram vários sinais que pareciam ser extremamente semelhantes ao sinal Wow!, embora consideravelmente mais fracos.
Quatro delas se originaram da pequena estrela anã vermelha, a Estrela de Teegarden, que fica a apenas 12,5 anos-luz da Terra e é cercada por nuvens de hidrogênio puro.
Quais são as teorias para explicar o sinal?
Ao longo dos anos, surgiram muitas teorias sobre o que poderia ter sido a fonte do sinal de rádio de banda estreita e curta duração que ficou conhecido como sinal Wow!.
Na época, ele foi visto como tendo todas as características de ter vindo de um planeta distante, mas a incapacidade de captá-lo novamente frustrou os astrônomos.
Enquanto alguns consideraram que se tratava de uma mensagem de rádio transmitida por um farol alienígena para o espaço, outros procuraram outras fontes astronômicas.
Teorias incluem colisões entre asteroides e estrelas, erupções estelares, fusão de anãs brancas e colisão de estrelas de nêutrons.
Agora, especialistas sugerem que isso pode ter sido causado pela energia de uma estrela de nêutrons, que disparou uma nuvem de gás hidrogênio atômico e liberou uma rajada de laser.
O Que é o Paradoxo de Fermi?
O Paradoxo de Fermi questiona por que, considerando a estimativa de 200 a 400 bilhões de estrelas e pelo menos 100 bilhões de planetas em nossa galáxia, não há sinais de vida alienígena.
A contradição recebeu o nome de seu criador, o físico italiano Enrico Fermi.
Ele levantou a questão pela primeira vez em 1950.
Fermi acreditava que era extraordinário que um único sinal extraterrestre ou projeto de engenharia ainda não tivesse sido detectado no universo — apesar de sua imensa vastidão.

O físico italiano Enrico Fermi concebeu o chamado Paradoxo de Fermi na década de 1950. Ele explora por que não há sinais de vida alienígena, apesar dos 100 bilhões de planetas em nossa galáxia.
Fermi concluiu que deve haver uma barreira que limite o surgimento de civilizações inteligentes, autoconscientes e tecnologicamente avançadas que colonizem o espaço.
Essa barreira às vezes é chamada de “Grande Filtro“.
Se o principal obstáculo que impede a colonização de outros planetas não está em nosso passado, então a barreira que impedirá a humanidade de alcançar outros mundos deve estar em nosso futuro, teorizaram os cientistas.
O professor Brian Cox acredita que os avanços na ciência e na engenharia necessários para que uma civilização comece a conquistar as estrelas acabam levando à sua destruição.
Ele disse: “Uma solução para o paradoxo de Fermi é que não é possível governar um mundo que tem o poder de se autodestruir e que precisa de soluções globais colaborativas para evitar isso. Pode ser que o crescimento da ciência e da engenharia inevitavelmente supere o desenvolvimento da expertise política, levando ao desastre.”
Outras explicações possíveis para o Paradoxo de Fermi incluem que nenhuma outra espécie inteligente surgiu no universo, espécies alienígenas inteligentes estão por aí — mas não têm a tecnologia necessária para se comunicar com a Terra.
Alguns acreditam que as distâncias entre civilizações inteligentes são grandes demais para permitir qualquer tipo de comunicação bidirecional.
Se dois mundos estiverem separados por milhares de anos-luz, é possível que uma ou ambas as civilizações sejam extintas antes que um diálogo possa ser estabelecido.
A chamada hipótese Zoo afirma que existe vida alienígena inteligente, mas evita deliberadamente qualquer contato com vida na Terra para permitir sua evolução natural.
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