O Projeto Mercury foi o primeiro projeto de exploração espacial tripulada da NASA. Entre seus objetivos estava estabelecer a superioridade dos Estados Unidos no espaço, superando as conquistas espaciais soviéticas. A médio e longo prazo, um dos objetivos era preparar a tecnologia que levaria homens a Lua.
A cápsula tinha capacidade para realizar manobras na órbita da Terra, tendo a bordo apenas um astronauta. Para seu lançamento, o projeto usou inicialmente os foguetes Little Joe e Mercury-Redstone, e por último o Atlas, o mesmo que também seria usado no Projeto Gemini.
Os astronautas escolhidos para o Programa foram anunciados em 9 de abril de 1959. Eles ficaram conhecidos como os “Mercury 7” ou “7 originais”. Eles eram: Walter Schirra, Donald Slayton, John Glenn, Scott Carpenter, Alan Shepard, Virgil Grissom e Gordon Cooper . Alguns deles, como Cooper, Schirra e Alan Shepard acabaram trabalhando nos Projetos Gemini e Apollo. John Glenn, que foi o primeiro estadunidense a orbitar a terra, já sexagenário e senador dos Estados Unidos, participou de um voo do Ônibus Espacial.
O primeiro lançamento não tripulado do Programa Mercury ocorreu em 21 de agosto de 1959, seguido de outros três lançamentos, ocorridos em 9 de setembro, 4 de outubro e 4 de novembro daquele ano.
Em 4 de dezembro de 1959, foi lançada outra missão, codinome Little Joe II, tendo a bordo um macaco Rhesus, chamado Sam. A cápsula atingiu 88 km de altitude, retornando em seguida à Terra. Tanto a cápsula quanto o macaco Sam foram recuperados intactos. Poucas semanas depois, foi a vez da macaca Miss Sam, na missão Mercury Little Joe I. A terceira missão do programa foi a Mercury Redstone 2, lançada em 31 de janeiro de 1961, tendo a bordo o chimpanzé Ham. Esta missão contava com uma câmera automática que obteve 236 fotografias durante o voo sub-orbital. Uma delass, identificada como MR-2-13009-176, registra dois estranhos objetos luminosos com brilho esverdeado acompanhando a cápsula espacial.
Mercury MR-3
O primeiro lançamento de uma cápsula Mercury, tripulado por um astronauta ocorreu em 5 de maio de 1961, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). Essa missão, batizada de Mercury MR-3 foi curta, sendo um voo sub-orbital que durou aproximadamente 15 minutos, tendo a bordo o astronauta Alan Shepard. Após a separação do foguete lançador, a cápsula prosseguiu o voo atingindo de 187.5 km de altitude. No espaço, o astronauta testou o sistema de comunicação e o sistema de controle à reação, composto de pequenos retrofoguetes para manobrar a cápsula no espaço. Após cumprir o cronograma de voo, a Mercury retornou à Terra, descendo no mar das Bahamas e sendo resgatada por navios da Marinha dos Estados Unidos.
Shepard obteve 180 fotografias durante a missão. Uma delas, a fotografia MR-3-13012-031, observa-se uma marcação à caneta com a identificação da fotografia e uma marcação apontando um objeto luminoso alongado, de cor azulada, posicionado numa altitude superior ao da cápsula com o astronauta, como se estivesse monitorando o processo de lançamento da cápsula espacial.
Mercury MR-4
O terceiro homem à ir ao espaço foi o americano Virgil Grissom, a bordo da Mercury MR-4, em 21 de julho de 1961. Esta missão repetiu o feito de Alan Shepard, realizando um novo voo suborbital, que atingiu a altitude de 190.32 km, repetindo também os estudos e procedimentos realizados no voo anterior. Também nesta missão, o astronauta contava com uma câmera com a qual obteve 371 fotografias. Em uma delas, a MA-4-4713-075, podemos observar a superfície terrestre a partir da órbita da Terra e contra o azul do Oceano Pacífico pode-se ver nitidamente um objeto sólido, de formato circular. Embora esta imagem esteja disponível publicamente, não existe qualquer explicação oficial referente ao objeto ali observado. Em outra fotografia, a MA-4-4713-070, outro UFO pode ser observado. Enquanto o objeto anterior tinha um aspecto metálico e mais opaco, este tem aspecto luminoso brilhante.
Estas imagens estiveram longe do conhecimento de ufólogos do mundo inteiro e assim, a NASA não se viu obrigada a prestar declarações a seu respeito.
Mercury MA-5
A NASA realizou mais três missões em 1961, sendo duas não tripuladas e uma terceira tripulada pelo chimpanzé Enos. Esta última missão contava com uma câmera automática que obteve 417 fotografias. Em uma delas, a MA-5-4712-158, percebe-se um UFO luminoso em órbita da Terra. A qualidade da fotografia é excelente, permitindo, inclusive, ver detalhes de sua estrutura externa.
Mercury MA-6
Em 20 de fevereiro de 1962 ocorreu o lançamento da Mercury MA-6, tendo a bordo o astronauta John Glenn. Sua missão principal era realizar o primeiro voo orbital dos americanos, pois até aquela data, nenhum de seus lançamentos tripulados tinha completado uma órbita ao redor da Terra. A cápsula atingiu uma altitude máxima de 265 km e realizou ao todo três voltas (órbitas) ao redor do nosso planeta, descendo tranquilamente do Oceano Atlântico. No espaço, Glenn observou vários corpos luminosos ao redor de sua cápsula que o deixaram impressionado. O doutor Robert Boas, psicólogo que participou do treinamento dos astronautas do programa Mercury, declarou posteriormente que essa foi “… uma experiência para a qual não o havíamos treinado”. Na coleção de fotografias desta missão existe uma sequencia de quatro imagens onde se observa um objeto luminoso, de formato esférico não muito distante do módulo com o astronauta. Estas fotografias receberam as seguintes identificações: MA-6-40452-026, MA-6-40452-027, MA-6-40452-028 e MA-6-40452-029.
Mercury MA-7
Em 24 de maio de 1962, a NASA realizou o lançamento da Mercury MA-7, que subiu ao espaço com o astronauta Scott Carpenter. Esta missão repetiu os mesmos feitos do voo anterior, mas dois fatos interessantes chamam a atenção. O primeiro deles ocorreu quando a cápsula realizava sua segunda órbita ao redor da Terra. Um radioamador civil, chamado Richard Hardon, invadiu a frequência de comunicação usada entre o Centro de Controle da NASA e o astronauta. Durante aproximadamente cinco minutos ele conversou com Carpenter, desejando-lhe bom voo e boa sorte. Embora a comunicação tenha durado apenas poucos minutos, foi tempo suficiente para a NASA descobrir e dias depois apreender os equipamentos do radioamador que cumpriu pena de cinco anos de prisão. Tempos depois, a NASA reconheceu o feito de Richard e o beneficiou como forma de repará-lo. A partir de então a NASA criou um programa de comunicação entre astronautas e radioamadores que se mantém até hoje.
O segundo fato interessante envolvendo esta missão refere-se a um objeto de formato cilíndrico que se aproximou da cápsula. Deste saiu um menor, esférico, que foi observado e fotografado pelo astronauta. Na coleção de fotos da missão estas imagens estão identificadas como MA-7-6795-039 e MA-7-6795-040. Ainda nesta coleção, existe uma terceira fotografia, identificada como MA-7-6795-158, onde se observa outro objeto luminoso próxima à Mercury.
Esta sequência de fatos deixou a NASA e as autoridades americanas impressionadas, pois missões americanas e soviéticas estavam sendo acompanhadas com muito interesse, por objetos, de origem desconhecida, que apresentavam comportamento inteligente e dispunham de uma tecnologia muito avançada. Mas seguindo seus regulamentos internos, nada poderia ser relatado ou confirmado publicamente.
Mercury MA-8
Neste mesmo ano, a NASA realizou mais uma missão, a Mercury MA-8, tendo a bordo o astronauta Walter Schirra. Ela foi lançada a partir de Cabo Canaveral em 3 de outubro de 1962, atingindo 250 km de altitude e executando 9 órbitas ao redor do nosso planeta. Durante esta missão, o astronauta observou pequenos objetos luminosos que se aproximaram da cápsula espacial. Estes objetos foram descritos por ele como algo com um brilho indescritível. Aproximadamente 9 horas após o lançamento a nave retornou à Terra, descendo apenas a sete quilômetros do local previsto para o pouso.
Estes objetos luminosos, pequenos e numerosos já haviam sido relatados em missões anteriores soviéticas e americanas. E continuaram a ser relatadas, tanto no programa Gemini quanto no programa Apollo. Com a melhoria da tecnologia de transmissão, estes fenômenos foram filmados em numerosas missões espaciais.
Mercury MA-9
A última missão do programa, a Mercury MA-9, foi lançada em 15 de maio de 1963, com o astronauta Gordon Cooper. Nesta missão, seriam realizados estudos diversos sobre microgravidade, adaptação ao espaço e experimentos envolvendo comunicação. A cápsula chegou à 267 km de altitude e realizou vinte e duas órbitas ao redor da Terra, durante as 34 horas em que esteve no espaço. Em sua décima quinta órbita, Cooper observou e fotografou um objeto de cor esverdeada que possuía algo como uma cauda de cor avermelhada. Uma estação de rastreamento da NASA, instalada em Muchea, na Austrália, captou o estranho objeto. Aproximadamente duzentas pessoas presentes na estação saíram das instalações do Centro de Controle local e puderam ver, a olho nu, a cápsula passando no céu, acompanhada por um objeto visivelmente maior e mais luminoso. Coincidência ou não, um curto circuito deixou o sistema de estabilização e controle da cápsula sem energia, obrigando o astronauta a assumir o controle manual. Apesar deste contratempo, todos os objetivos da missão foram alcançados. Após o fim da missão, um relatório foi elaborado e enviado ao Centro de Inteligência Técnica Avançada (ATIC) da Força Aérea Americana (USAF). Além disso, a NASA determinou que o astronauta não comentasse nada além do que o então jornalista da NASA, John Chancellor, iria noticiar.
Apesar destes esforços, o episódio ficou amplamente conhecido no meio ufológico. Gordon Cooper foi várias vezes questionado publicamente a respeito deste incidente. Inicialmente ele negou o fato, mas acabou posteriormente admitindo tal experiência. Em 1978, Gordon Cooper redigiu uma carta que foi lida em reunião especial nas Nações Unidas para discutir o tema UFOs onde declarou:
“… Eu acredito que esses veículos extraterrestres e seus tripulantes visitam nosso planeta a partir de outros mundos… Muitos astronautas estão relutantes a discutir sobre os UFOs…”.
Com este tema sendo sempre abordado na mídia, tanto a NASA quanto o público voltaram suas atenções para cada nova missão espacial à espera de novos eventos.
Referências:
- CAMARGO, Jackson. Entre o Céu a Terra – Uma história de aventura, mistérios e UFOs. Curitiba: Clube de autores, 2018.
- CAMARGO, Jackson. UFOs no Espaço e na Lua. Curitiba: Coleção Biblioteca UFO, 2020.
- CAMARGO, Jackson Luiz. Intrusos na Lua. Revista UFO, Campo Grande, nº 107, p. 21-21, fevereiro 2005.
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