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Introdução
Em 24 de março de 1978, Penalva, no estado do Maranhão, foi palco de um intrigante caso de abdução, pouco depois da extraordinária onda ufológica conhecida como Chupa-chupa. Era Sexta-Feira Santa e logo depois do meio dia, o protagonista do caso, Luis Carlos Serra, na época com 16 anos, encontrava-se a oeste da cidade, em uma área de mato denso, pegando goiaba. Em dado momento, ele ouviu um barulho muito forte que o assustou.
“Eu estava dentro da mata a oeste da cidade, pegando goiaba, quando ouvi um barulhão, um som agudo como uma buzina de carro. Fiquei assustado. Olhei para cima e vi uma luz muito brilhante, maior que o Sol, com cerca de 0,5 metros de largura. Estava bem acima das palmeiras, era redonda e branca. Machucava os olhos e eu só consegui olhar para ela por pouco tempo.
De repente caí de costas no chão e não podia me mexer. Não sei por quê. Fiquei paralisado. Só conseguia ouvir e ver. Fiquei deitado no chão por um tempo. Aí, comecei a subir no ar e, de repente, vi um objeto acima das árvores. Alguma coisa estava me puxando, mas eu não sei o que era. Fiquei surpreso. Não via nada me segurando nem me tocando.
Levou só alguns segundos. Eu não estava com medo. Olhei para o objeto, enquanto ia subindo. Era redondo e tinha quatro bolas na parte do fundo, e uma delas estava iluminada. Quando cheguei bem no alto, percebi uma cúpula em cima e três janelas ao redor dela. Só uma das janelas estava aberta e eu entrei por ela, deitado, a cabeça primeiro. Tinha certa de um metro quadrado. Quando entrei no objeto, caí no chão, mas não com força. Não parecia muito grande por dentro, era mais ou menos o tamanho desta sala (uns 9 metros quadrados). Eu fiquei deitado com a barriga para cima, ainda paralisado, e não podia olhar em volta”.
Nesse ambiente, Luis viu três pequenos seres, com aproximadamente 1 metro de altura. Todos vestiam uma espécie de escafandro, sendo de aspecto metálico que cobria o corpo inteiro. Nas costas havia uma espécie de mochila pequena. Também vestiam luvas e botas, e havia na altura dos olhos uma espécie de visor de vidro.
“Estavam conversando, mas eu não entendia o que eles falavam. Suas vozes eram altas, mas não pareciam humanas. Eram muito graves. Eu continuava deitado naquela posição, mas já podia olhar ao redor. Havia três cadeiras, como poltronas de alumínio. Os braços eram feitos de borracha. Estavam de frente para a parede, que era branca e não havia nada nela.
Eu não sentia, mas sabia que estávamos nos movendo. Fazia um barulho muito alto. Fui levado à uma terra estranha sem árvores e só com grama alta. Não sei quanto tempo levamos para chegar lá. Saí pela janela da mesma forma como entrei, sem nada apoiando minhas costas. Ainda estava paralisado. Era um lugar estranho, que eu não conhecia. Parecia um campo, mas sem pássaros ou lados. A grama era muito alta, cerca de um metro. Não vi nenhuma casa ou prédio. Não dava para ver o céu, não havia árvores nem estrelas. Era muito escuro.
Eu ainda estava paralisado. Então aquelas pessoas se aproximaram de mim e puseram um tubo em meu nariz. Não doeu. Depois colocaram uma bola transparente em minha boca, e um líquido desceu pela minha garganta muito rápido. Peguei no sono e não sei o que aconteceu depois, até eu acordar no mato“.
Luis Serra acordou no começo da noite da segunda feira seguinte, 27 de março, em um matagal ainda em Penalva. Assustado ele gritou por socorro. Nas proximidades deste local, José Ribamar dos Santos pescava tranquilamente e ouviu o grito de Luis Serra. José entrou no mato e encontrou Luis caído, atordoado e aparentemente paralisado. José reconheceu Luis Serra e sabendo que estava desaparecido desde sexta feira tratou de levá-lo de volta à sua família.
“Ele parecia atordoado. Não parecia machucado e não estava chorando, mas não conseguia se mexer. Ajudei-o a se levantar, mas ele caiu de novo, por isso precisei carregá-lo até o meu barco e levá-lo para minha casa. Ele não disse nada depois que ouvi seus gritos”.
Ao chegar em Penalva, José com a ajuda de vizinhos levou Luis Serra para a casa de sua mãe, Maria. Ao chegar ao local, Maria pediu que o levassem ao Hospital Penalva onde foi atendido inicialmente por enfermeiros e no dia seguinte pela Doutora Linda Macieira, clinica geral e ginecologista.
“Luis estava completamente amortecido e tinha contrações musculares como se estivesse paralisado. Quando o vi pela primeira vez, achei que o menino havia fumado maconha ou tomado alguma outra droga, mas nós descobrimos que não era esse o caso. Faltavam quatro dentes e percebemos que eles tinham sido arrancados. Vários outros estavam quebrados. Só um dos dentes fora completamente extraído, e os outros três ainda tinham as raízes. Os quatro sangravam.
Disseram-me que o menino tinha cabelo comprido antes, mas ele estava completamente careca. Quando o examinei, descobri que os cabelos tinham sido queimados. O couro cabeludo estava intacto, mas a parte de cima das duas orelhas estavam levemente chamuscadas, como marcas de Sol, e cheirava queimado também”.
Linda percebeu que Luis estava com o corpo quase rígido. Ela não conseguiu mover os braços e pernas do jovem e em seguida resolveu fazer testes de sensibilidade.
“Espetei-os com alfinete para testar a sensibilidade, mas ele não tinha reação alguma, como dor, em nenhuma parte do corpo. Examinei todo o corpo e não vi marcas. Estava tudo normal, não havia nenhuma cicatriz, o único problema era com os dentes. O garoto respirava normalmente e não exalava hálito incomum nem tinha cheiro estranho no corpo. Não consegui chegar a nenhuma conclusão sobre o que causou aquela condição. Não tenho a menor idéia do que aconteceu com ele. Passou nove dias sem comer. Precisou ser alimentado por soro, porque nem água ele bebia. Ficou três dias sem ir ao banheiro e teve que ser cateterizado”.
Um detalhe importante é que Luis recorda-se plenamente do começo a experiência até o momento em que perdeu a consciência a bordo do aparelho. Após isso, lembra-se de ter acordado no matagal e ter gritado por socorro, fato ocorrido em 27 de março. Ele não se recorda de nada do que ocorreu nos sete dias seguintes, período em que esteve internado.
Em 30 de março ele foi transferido para o Hospital Serme, em São Luis, onde foi examinado por seis médicos de várias áreas. Um destes médicos é o Dr. Antônio Saldanha, neurologista.
“Achei um caso muito estranho, pois meu exame não revelou nenhuma reação neurológica anormal. Luis foi encontrado em estado como se estivesse em choque. Não conseguia falar. Eu não chamaria de afasia, que é a impossibilidade de falar, mas ainda assim o menino não falava. Era um paciente trancafiado".
Alguma coisa o tinha assustado. Como neurologista, não fui capaz de explicar por que ele apresentava aquele quadro clínico. Não encontrei nenhum sinal em seu exame neurológico que justificasse o que ele tinha, naquele momento. O tempo todo em que o examinei, ele manteve os olhos abertos e parados, como se estivesse acuado. Nos primeiros dias, ele não comeu e precisou de alimentação intravenosa. Não conseguia engolir comida. Era muito estranho porque ele não apresentava a menor reação à comida. Se a gente mostrasse alguma coisa para ele comer ele permanecia indiferente. A mesma coisa com água, por isso fomos obrigados a dar-lhe fluídos.
Fiz um check-up cardiológico e não detectei nada incomum. A pulsação e o batimento cardíaco, e todo o resto estavam normais. Ele não tinha reação à estímulos de dor. Seria impossível ele estar fingindo todos aqueles sintomas. Alguma coisa tinha deixado o garoto em choque. Era mesmo um caso muito estranho. Nunca vi nada parecido. Chamei um psiquiatra porque não consegui encontrar nenhum problema psicológico”.
Por fim, dois psiquiatras examinaram Luis Serra: o Dr. Renato Barcelar, e o Dr. Barcelar Viana. Suas análises focaram-se no depoimento do paciente, após este recuperar a fala, alguns dias depois. O Dr. Renato Barcelar, em entrevista ao ufólogo Bob Pratt, pesquisador do caso, declarou que tentou encontrar contradições em sua história sobre o disco voador várias vezes, mas não conseguiu.
“Ele repetiu a história sem uma variação, todas as vezes. Talvez esteja falando a verdade”.
Assim que recuperou os movimentos, Luis pediu papel e lápis onde começou a escrever sobre sua experiência e a desenhar o que havia visto durante o contato. Ele repetiu seu relato várias vezes sem alterações ou contradições. Em 7 de abril recebeu alta e voltou para casa.
O ufólogo Bob Pratt entrevistou várias pessoas na cidade que confirmaram os fatos ocorridos na ocasião. Um deles é João Francisco Mendes, então prefeito da cidade, declarou que Luis Serra é tido como rapaz honesto, humilde e que não teria motivos para inventar uma história desta natureza, ou mesmo fugir de casa. Ele acrescenta que na ocasião do desaparecimento várias pessoas na cidade observaram um objeto luminoso sobrevoando a região.
Luis Carlos Serra, ainda em recuperação no Hospital Serme, em São Luis.
Luis Carlos Serra, à esquerda, indicando o tamanho dos tripulantes do objeto que o abduziu
Bob Pratt, pesquisador original do caso
Livros de Bob Pratt abordando o caso
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